James Chance (1953-2024)

, por Alexandre Matias

Triste saber da morte de James Chance nesta terça-feira. Um dos grandes nomes da cena nova-iorquina do final dos anos 70, ele primeiro fez parte do grupo Teenage Jesus and the Jerks, que projetou a carreira de sua então companheira, a madre superiora do pós-punk norte-americano Lydia Lunch, como depois de terminar o relacionamento por diferenças artísticas (ele queria um som mais expansivo e solar, ela mais introspectivo e noturno), lançou sua própria banda liderando o James Chance and the Contortions. Figura central na cena no wave, começou tocando versões de Velvet Underground e Stooges numa banda chamnada Death em Michigan, quando mudou-se para Nova York abraçando, ao mesmo tempo, duas vertentes musicais distintas da cidade – o free jazz e o punk. Com seus Contortions (que ganharam esse nome pois o crítico Robert Christgau disse que ele não tocava, mas “se contorcia”), alternava suas performances entre os vocais berrados e o sax estridente, quase sempre saindo na porrada com o próprio público. A banda foi escolhida para participar da primeira edição da coletânea No New York, produzida por Brian Eno (ao lado dos próprios Teenage Jesus and the Jerks, Mars e da primeira banda de Arto Lindsay, DNA) e seu primeiro álbum, Buy, é um dos principais registros daquela cena, inspirou artistas como Sonic Youth, Birthday Party, Swans, Konk, Big Black, Jon Spencer Blues Explosions, Liars, LCD Soundsystem, Black Midi, entre outros, além de seguir atualíssimo até hoje.

Tags: , ,