Outra noite do encontro de Clara Crocodilo com Nego Dito

Mais uma noite no Centro da Terra regida pela aura de Itamar Assumpção, que Arrigo Barnabé de novo invocaria ao início do espetáculo misturando gravações da própria voz com uma máquina de escrever. Logo depois, ele assume os vocais à frente da banda Trisca, trio formado por integrantes da banda Isca de Polícia (Jean Trad, Paulo Lepetit e Marco da Costa), visitando músicas comuns aos dois, entre elas versões de sambas clássicos de diferentes autores, seja Nelson Cavaquinho (“Quando Eu Me Chamar Saudade”), Marisa Monte (“De Mais Ninguém”) ou Ataulfo Alves (“Na Cadência do Samba”), todos revisitados à luz negra dos sambas do velho Ita. Que noite!

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Chamando Itamar Assumpção

Sensacional a apresentação que Arrigo Barnabé fez nessa quarta-feira, celebrando Itamar Assumpção numa noite lotada – e quente! – no Centro da Terra. Ele começou na máquina de escrever, invocando o velho compadre numa missiva ao lado de músicos que acompanharam o mestre na banda Isca de Polícia, agora reduzida a um trio formado pelo guitarrista Jean Trad, o baixista Paulo Lepetit e o baterista Marco da Costa. A noite ainda teve, além de canções do próprio Itamar, outras de Ataulfo Alves, Nelson Cavaquinho e do próprio Arrigo, que aproveitou o final da apresentação para misturar dois personagens do período em que se conheceram, Benedito João dos Santos Silva Beleléu, vulgo Nego Dito, com o meliante mutante Clara Crocodilo. Foi mágico! E nesta quinta tem mais (mas os ingressos já estão esgotados).

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Arrigo Barnabé + Trisca: Arrigo Visita Itamar

E que privilégio receber não apenas uma mas duas apresentações de Arrigo Barnabé no Centro da Terra, nesse espetáculo maravilhoso em que visita a obra de seu amigo Itamar Assumpção ao lado de uma versão power trio do Isca de Polícia que acompanhava o mestre, com Paulo Lepetit (baixo), Marco da Costa (bateria) e Jean Trad (guitarra), batizada convenientemente de Trisca. As apresentações acontecem nestas quarta e quinta-feira pontualmente a partir das 20h e os ingressos já estão esgotados.

“O amor não nos explica e nada basta”

Enquanto a chuva desabava sobre São Paulo neste sábado, Arrigo Barnabé reuniu-se mais uma vez com seu Trisca – o trio formado por três ex-integrantes do grupo Isca de Polícia, o guitarrista Jean Trad, o baixista Paulo Lepetit e o baterista Marco da Costa – para celebrar seu saudoso compadre Itamar Assumpção no Sesc Consolação. O show Tristes Trópicos costura clássicos do velho Ita com outros de outros sambistas dantanho, como Nelson Cavaquinho (cuja eterna “Quando Eu Me Chamar Saudade” abriu a noite) e Ataulfo Alves (presente em “Errei… Erramos” e “Na Cadência do Samba”) e convulsão entre funk, blues e samba que pairava sobre a obra de Assumpção dava o tom da apresentação, que começou com Arrigo em máquina de escrever, conversando com Itamar ao mesmo tempo em que sua voz regravada repetia-se no palco (em uma possível referência a Walter Franco). E entre hinos como “Fico Louco”, “Noite Torta”, “Oh! Maldição”, “Mal menor” e “Já Deu pra Sentir”, Arrigo ainda embrenhou duas canções próprias que conversam com a obra – e a vida – de Itamar: “Cidade Oculta” e “Clara Crocodilo”, que misturou com “Nego Dito”. Mas um dos grandes momentos da apresentação foi quando contrabandeou o “Relógio do Rosário” de Carlos Drummond de Andrade no meio da clássica “Dor Elegante”: “O amor não nos explica. E nada basta, nada é de natureza assim tão casta que não macule ou perca sua essênci ao contato furioso da existência”, puxou Arrigo de improviso, “Nem existir é mais que um exercício de pesquisar de vida um vago indício, a provar a nós mesmos que, vivendo, estamos para doer, estamos doendo.”

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Vida Fodona #779: Começo de abril

Caiu a temperatura mas não aqui.

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Vida Fodona #754: 16 anos de Vida Fodona

Aos 45 minutos do segundo tempo do mês de fevereiro.

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Vida Fodona #740: Loucaço

Que nem o clima.

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Vida Fodona #714: Desanuviar essa vibe

Porque essa última semana foi pesada…

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Em nome do pai Itamar Assumpção

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Projeto dos sonhos de Anelis Assumpção, o Museu Itamar Assumpção finalmente saiu do papel. O projeto virtual, primeiro museu dedicado a um artista negro no Brasil, celebra a importância de seu pai e o coloca na devida perspectiva afrobrasileira, para além dos circuitos intelectuais, que o classificam como “excêntrico”, “vanguarda” ou “difícil”. Não por acaso o museu, conhecido pelo genial acrônimo MU.ITA, foi inaugurado nesta sexta-feira, dia da consciência negra, reunindo inúmeros registros sobre a vida e obra do mestre Beleléu em versão virtual e também é o primeiro museu brasileiro com tradução para iorubá. O lançamento foi marcado por um show apaixonado que Anelis assumindo fez no Teatro Sérgio Cardoso – com todos os protocolos de segurança e sem púbico, claro – cantando as canções de seu pai acompanhada por sua banda, com direção magistral de Ava Rocha. Sente o drama:

“Nosso Pai”, com Denise Assunção
“Mulher Segundo Meu Pai”
“Receita Rápida”
“Meus tempos de criança”
“Filho de Santa Maria”
“Batuque”
“Nega Música”
“Persigo São Paulo”
“Ir pra Berlim
“Que tal o impossível?”
“Milágrimas”
“Beleléu Via Embratel”
“Devia ser proibido”

Que maravilha

Itamar Assumpção: “Eu vim foi pra tocar mais fogo neste inferno”

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O mestre Itamar Assumpção ressurge na póstuma “Beleléu Via Embratel”, faixa produzida por sua filha Anelis, que traz participações de nomes como Liniker, Vange Milliet e Tata Fernandes nos vocais de apoio, com Paulo Le Petit no baixo e Luiz Chagas na guitarra (ambos integrantes de sua clássica Isca de Polícia), Marquinho Costa na bateria e Edy Trombone no instrumento de sua alcunha. A faixa, originalmente composta para o festival MPB-Shell de 1981, nunca teve registro oficial e essa ressurreição também anuncia o tão aguardado MU.ITA, o Museu Virtual Itamar Assumpção que Anelis vem desenvolvendo e que deve ser apresentado finalmente no próximo dia 20.

Que maravilha!