Michael Stipe encontrou seu velho amigo Thom Yorke neste sábado e tascou em seu Instagram mais um encontro memorável entre os dois frontmen de duas das maiores bandas de todos os tempos. Num trecho de um diário de turnê em uma revista Q de 1995, o líder do Radiohead narra o primeiro encontro com o vocalista do R.E.M.:
First gig with R.E.M. Mr Stipe comes in before the show to say hello. “Hi, I’m Michael. I’m really glad you could do this. I’m a very big fan.” Wonder how many times I will run this through my brain after today. I’ve never believed in hero worship and so on, but I have to admit to myself that I’m fighting for breath. I’ve had moments in the past two years when time has completely curved and space became a Hitchcock camera trick. At these moments, barriers seem to break in my head and I never see anything in the same way again. And for days and days all I want to do is run around jumping into people’s earshot waving my hands up and down like Bjork and pulling faces. This is one of those moments.
Se alguém quiser traduzir, é só postar nos comentários que eu publico aqui com os devidos créditos. A Maria Caram traduziu (valeu!), olha só:
Primeiro show com R.E.M. Sr. Stipe veio antes do show para dizer Olá. ‘Oi, eu sou Michael. Eu estou realmente feliz que vocês puderam fazer isso. Eu sou um grande fã.’ Pergunto-me quantas vezes eu vou repassar isso em minha cabeça depois de hoje. Nunca acreditei nessa coisa de idolatrar heróis, mas eu tenho que admitir para mim mesmo que fiquei sem ar. Eu tive momentos nos últimos dois anos em que o tempo se curvou completamente e o espaço tornou-se um truque de câmera de Hitchcock. Nesses momentos, as barreiras parecem quebrar na minha cabeça e eu nunca vejo nada da mesma forma novamente. E por dias e dias tudo que eu quero fazer é sair correndo por aí, saltar perto das pessoas acenando minhas mãos para cima e para baixo como Bjork, fazendo caretas. Este é um daqueles momentos.
Abaixo, outros grandes encontros destes dois ícones:
Imagine esses dois trabalhando juntos…
“Árvore-brócoli” (“Broccoliträdet” no idioma original) é só um apelido bobo para uma bela árvore na Suécia que foi fotografada por Patrik Svedberg, que entendeu a beleza da composição da planta, fotografando-a sempre que a paisagem e a natureza lhe dava outra roupa. O hobby virou uma conta de Instagram e uma viagem visual, saca só.
Tem bem mais fotos tanto no site oficial da árvore e em sua conta no Instagram, que vale seguir.
Se tivéssemos Instagram nos anos 90, talvez nenhum dos quatro personagens principais de Seinfeld usaria o aplicativo – mas discutiriam furiosamente pais que tiram fotos de bebês, gente que tira foto de comida, a pretensão artística de pseudofotógrafos e a necessidade registrar qualquer milímetro do cotidiano. Mas isso não tira a graça da homenagem que o Buzzfeed ao cogitar uma conta de Instagram na mão de Elaine Benes.
Tem outras lá.
Calma que o maior nome da música brasileira não vai sair tirando foto de posições de acordes estranhos, telefonemas dados na madruga, delivery de restaurante nem de fumaça branca – foi só uma foto que sua filha Bebel postou em sua conta do Insta.
Ed Motta, como quase todo mundo, gosta do Instagram.
Aí veio o Tudo É Poesia Nessa Porra e avacalhou tudo com umas legendas pra essas fotos, saca só lá.
Esse programa tá prometendo, saca só o que eles já estão colocando no Instagram…
Ou, como explica mais detalhadamente a linha fina: “documentando o fenômeno que são pessoas tirando fotos de comida que elas não cozinharam”. Veja abaixo.
É real.
E não dá pra desver!
Minha última Impressão Digital de 2012 cogita um 2013 mais móvel e menos preso aos desktops. Será?
2013: O ano em que o celular pode ultrapassar o computador
Futuro pertence aos nichos e à mobilidade
Todo mundo quer saber quando é que o Facebook vai perder a importância – e, principalmente, qual será a nova rede social que vai substitui-lo. Acho que são dois movimentos distintos e uma coisa não está propriamente relacionada à outra.
A rede social de Mark Zuckerberg começou 2012 forte e imponente, rumo ao primeiro bilhão de usuários e disposta a abrir capital. Cumpriu as duas promessas, mas o crescimento já não é mais intenso e o IPO não chegou nem perto da expectativa entusiasmada do início do ano. Por outro lado, cada vez mais gente deixa o Facebook por motivos diversos – discordam de sua política de privacidade, não aguentam mais discutir com desconhecidos horas a fio, não querem mais ver imagens de culto ao ódio, cansaram de misturar trabalho, amigos e família no mesmo ambiente, não gostam do aplicativo móvel, acham que virou uma plataforma de anúncios.
Sobre o último caso, é fato. Seu concorrente direto, o Google, também se sustenta em publicidade, mas enquanto recolhe dinheiro graças à sacada do Ad Sense, a empresa também tem o sistema operacional móvel mais popular, mapeia e digitaliza o mundo em seu serviço cartográfico, tem tablets, celulares e uma tentativa de fundir TV com internet, além dos futurísticos Google Glasses… Enquanto isso, o Facebook apenas vende formas de socializar conteúdo de seus domínios. Repete a lógica da America Online em seus primeiros dias, algo que se provou insustentável. As pessoas não ficam no mesmo site o tempo todo.
Sem contar que um dos motivos do fracasso da abertura de capital do Facebook foi a insegurança que investidores têm em seu futuro móvel. O aplicativo da rede social para celulares não chega aos pés da experiência em desktop. Tentaram entupi-lo com recursos: mensagens, chat, eventos, fotos, jogos… O app é lento e difícil de usar.
No início do ano comentei como a simplicidade é a razão do sucesso de um aplicativo. E isso aconteceu pouco antes de o Facebook anunciar a compra do Instagram. Os motivos da aquisição são especulação, mas têm a ver com o fato de a rede social não ter um aplicativo móvel tão bom quanto o Instagram e também com a possibilidade de estar comprando um possível rival.
Mas o Instagram não deve atingir os níveis do Facebook – mesmo se não fosse comprado. Porque o futuro das redes sociais pertence aos nichos. E, principalmente, o futuro da internet pertence aos celulares.
Esta fábula em que um aplicativo para celulares é comprado por uma rede social criada para ser usada em computadores é uma amostra do futuro que veremos nessa década. A força da internet móvel é comprovada por nós diariamente – seja em programas de geolocalização que nos ensinam caminhos inusitados, na possibilidade de se assistir à TV individualmente em um ônibus (com fones de ouvido, por favor), em inúmeros jogos mais complexos que os primeiros Super Mario e agora cabem em nossos bolsos. Carregamos sempre aparelhos que podem tirar foto, editar texto, vídeo e áudio e publicá-los na internet.
Ao mesmo tempo, nos tornamos mais livres. Livres do mouse e do teclado, da posição arqueada ao debruçarmos nos computadores, de ficarmos sentados o tempo todo. A era pós-PC tão alardeada por Steve Jobs tem menos a ver com tablets e mais com a internet móvel nos celulares. Em pouco tempo, veremos os tablets como trambolhos gigantescos, smartphones para idosos que não conseguiam digitar em teclados touchscreen. Isso acontecerá quando vier o triunfo da internet móvel via celular.
Eis a minha aposta para 2013: menos olhos na telona, mais olhos na telinha. Menos tempo sentado, mais tempo em pé. Menos escritório, mais rua. É claro que temos que esperar melhorias drásticas no nosso parco 3G e num utópico 4G que nem sequer é realidade. Mas, com certeza, usaremos mais celulares que computadores. Se é que já fazemos isso hoje, sem nos dar conta.