Eis a íntegra do show que encerrou o ano no Centro da Terra, reunindo treze cobras da atual música brasileira: Alessandra Leão, Saulo Duarte, Thiago França, Luísa Maita, Papisa, Negro Leo, Luiza Lian, Tatá Aeroplano, Maurício Takara, Iara Rennó e Tiê, além dos convidados Marcelo Cabral, Rafa Barreto e Charles Tixier.
Que noite!
Encerramos o primeiro ano do projeto Segundamente no Centro da Terra convidando quase todos os músicos que encabeçaram espetáculos nas segundas-feiras para um grande encontro (mais informações aqui).
Iara Rennó encerra o ciclo de seu ótimo Arco e Flecha, dupla de discos que lançou no ano passado, nesta quarta-feira, no Sesc Pompeia, com a presença de ninguém menos que Elza Soares. “Elza é a grande homenageada desse projeto, porque em cada disco tem uma música feita pra ela: ‘O Que Me Arde’, no Arco, e ‘Invento’, no Flecha”, me explica a própria Iara por email. “Nossa história começou em 2002 num projeto que participei que ela era a madrinha da noite e me concedeu alguns minutos de dueto improvisado. Em 2006 ela interpretou uma parceria minha, a ‘Mandingueira’. Ela é muito generosa. E agora é a ‘cantora do milênio’, rainha da porra toda. É uma honra e uma grande responsabilidade trazê-la a este show. Mas o principal pra mim é isso: não é uma questão de modismo, é porque ela realmente faz parte da minha história.” Iara descolou um par de ingressos para sortear no Trabalho Sujo e, para concorrer, basta escolher sua música favorita dos dois discos e explicar o porquê (e não esqueça de deixar o seu email para explicar como vai ser o procedimento de retirar o ingresso). Falei mais um pouco com ela sobre o espetáculo desta quinta.
Arco e Flecha encerra seu ciclo. O que você pode falar deste projeto nesse encerramento?
Bom, primeiro acho que isso não quer dizer que nunca mais vai ter A&F – olha o apeguinho! Eu gosto de ter um menu de shows, então se quiserem muuuito e tiver estrutura, posso fazer. Porque já vinha sendo assim nos últimos dois anos: rolou Macuna, Arco, Flecha, A&F, show solo, etc. Mas, é verdade que este show duplo requer maior preparação, produção e estrutura. E isso, como se sabe, não é uma constante no mercado independente da música. Esse é um projeto que tem uma força especial, esse lance de dar vasão a duas facetas da minha produção, com parceiros incríveis e todo seu processo foi muito bonito, com todos os envolvidos. Ao mesmo tempo que dá vontade que ele continue acontecendo, porque ainda poderia alcançar muito mais, existe a necessidade de renovar. É muito doida a velocidade em que vivemos hoje: lancei dois discos há dezoito meses, e já é um fim de ciclo!
O que muda no show em relação aos shows anteriores? Serão duas bandas também?
Neste show terão duas músicas inéditas, uma com cada banda, uma de cada universo. Tem um lance diferente também, como o show foi sendo lapidado, ele tem uma concepção quase que de uma track só, as músicas vem num fluxo constante – eu já trabalhei assim outras vezes e gosto muito, porque mantém uma tensão no palco e platéia que acho interessante. A direção artística geral é minha, mas conto com a Anna Turra na luz e projeção, que são muito especiais. A Anna começou com a DonaZica lá atrás e é um dos grandes nomes hoje nessa área, fico muito feliz de tê-la com a gente. A montagem desse show varia conforme a estrutura do palco. Mas sim, serão as duas bandas, o show duplo! Com a maioria dos músicos originais dos discos: Curumin, Lucas Martins, Maurício Badé, Gustavo Cabelo, Mariá Portugal, Maria Beraldo e, de fora, Amilcar Rodrigues e Filipe Nader. E ainda vai ter performers baphônicas: Aretha Sadick, Jup do Bairro e Manoela Rangel.
Uma vez que encerrados Arco e Flecha, quais seus próximos planos?
Existem já repertórios e projetos que são uma espécie de continuidade em termos de linguagem e discurso, tanto da linha do Arco quanto da linha do Flecha. Mas não, não vou fazer disco duplo novamente, fiquem tranquilos! Na verdade ainda não sei direito o que fazer com essa produção. Talvez por hora montar uma banda ‘Arcoflex’ e experimentar coisas novas no palco. Mas, além disso, 2018 vem com dois projetos paralelo à persona ‘Iara Rennó’: o Macunaíma volta à cena, já que é aniversário de 90 anos da obra original e 10 anos de Macunaíma Ópera Tupi; e surge ainda um novo personagem, num outro ramo até então jamais explorado por mim, a Iaiá e os Erês, disco e show de músicas com e para crianças. É isso, enquanto alguns tentam destruir o país a gente segue reconstruindo, falando sobre a formação da cultura, de novo, falando com as gerações futuras, plantando uma semente…
Iara Rennó estava procurando um lugar para experimentar um novo projeto e conseguimos o Centro da Terra para ela lançar o conceito de seu Feminística, um espetáculo multimídia para sublinhar a importância e a pluralidade da produção artística feminina atual. Neste take zero, que acontece na próxima segunda, dia 29 de maio, no Centro da Terra, ela convida Tulipa Ruiz, a poeta Mel Duarte, Juliana Perdigão e a dupla Lambe Buceta para uma apresentação inicial, que Iara quer continuar num futuro próximo, como comentou no papo que tivemos abaixo. Os ingressos para o show estão sendo vendidos neste link e na página do evento no Facebook há mais informações sobre a noite.
Conta a história do Feminística.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-conta-a-historia-do-feministica
Existe uma criação artística feminina?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-existe-uma-criacao-artistica-feminina
Como o Feminística conversa com essa onda feminina que vem acontecendo de uns anos para cá.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-como-o-show-conversa-com-essa-atual-onda-feminina
Qual vai ser a dinâmica do espetáculo?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-qual-vai-ser-a-dinamica-do-espetaculo
Fale sobre as convidadas deste take 0.
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-fale-sobre-as-convidadas-deste-take-0
A ideia é ter uma continuidade?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-a-ideia-e-ter-uma-continuidade
Qual a expectativa para esta primeira apresentação?
https://soundcloud.com/trabalhosujo/iara-renno-2017-qual-a-expectativa-para-esta-primeira-apresentacao
“Muitas músicas novas, conversas com meus compadres Ava Rocha e Negro Leo sobre como seria meu próximo disco, uma conversa iniciada com Maurício Tagliari – e uma porta aberta na YB – sobre a gravação de um álbum com a banda de meninas – eu, Mariá Portugal e Maria Beraldo Bastos, que inicialmente seria uma recriação do Macunaíma, porque a gente estava fazendo esse show e estava soando super original e impactante -, vontade de trabalhar de novo com Curumin”, Iara Rennó me enumera os vários motivos que fizeram que ela transformasse seu novo disco em dois: Arco, tocado com a banda de mulheres que ela descreveu, e o Flecha, produzido pelo Curumin. “Era uma vontade de tudo ao mesmo tempo, de fazer algo que mostrasse um espectro maior da minha produção atual – já que há algum tempo, desde quando morei no Rio, venho apresentando em diversos projetos concomitantes”. O resultado é um disco duplo que funciona em separado – disco-macho e disco-fêmea que se encontram e desencontram à vontade, podendo existir desta forma inclusive ao vivo. O lançamento dos discos acontece no próximo dia 16, no Auditório Ibirapuera, com as duas bandas completas. “Reuni o povo todo pra tirar um som, mas quando fui ouvir o que a gente fez tive a percepção nítida de que as músicas dividiam-se basicamente em dois grupos e que pediam sonoridades diferentes. Então um disco ficaria sob a produção do Curumin, e o outro do Maurício Fleury – que depois, por uma questão de agenda, acabou não produzindo de fato, mas acabou colaborando nos dois álbuns”, ela me explica, antes de falar um pouco mais sobre os discos – e como eles conversam com o momento em que estamos vivendo.
E como surgiu a idéia de ter uma banda para cada disco? Essas duas formações têm histórias diferentes?
Não foi propriamente a ideia das bandas que veio antes, mas as próprias bandas! De um lado o trio formado por mim e as meninas, do outro o som que vinha dessa cozinha – Curumin, Lucas Martins e Badé – com quem eu já tinha trabalhado no Oriki – projeto ainda inédito iniciado em 2009 -, mais Gustavo Cabelo, Fleury, e a metaleira do Bixiga 70 – o Gralha tocou comigo na época do Macunaíma também. Cada uma uma história.
E de onde veio o nome do disco?
Quando percebi que o disco eram na verdade ‘os’, vi que eles tinham uma relação de complementaridade, como noite e dia, côncavo e convexo, subjetivo e objetivo, yin e yang. Cheguei em casa com isso na cabeça, procurando nomes que expressassem essa dualidade mas que não fossem banais, e Gustavo Cabelo – guitarrista do Flecha – acertou em cheio batizando os álbuns de Arco e Flecha. Esses nomes, além de conter a ideia de dual/complementar, tem relação direta com Oxóssi – o caçador de uma flecha só -, Orixá tema da música “Querer Cantar”, em parceria com Gustavo Galo, uma das primeiras a integrar o repertório. Os nomes também fazem uma ponte com meu primeiro trabalho solo lançado em 2008, o Macunaíma Ópera Tupi, que reflete a importância dos traços indígenas na formação da cultura brasileira. Indo mais fundo, o arco e flecha é um símbolo milenar universal – provavelmente a primeira arma engenhosa, complexa, criada pelo homem, na qual uma parte precisa da outra: uma é flexível a outra dura, uma arremessa a outra voa.
É um disco com muitas colaborações, que é uma característica dessa geração atual. Você pensou nele a partir disso?
Achei que estes nem tem tantas colaborações assim! Porque no Arco, além do trio, tem colaboração do Fleury e participação do Luca Raele. Já o Flecha é um pouco mais aberto, mas também quase se resume em uma banda, além das participações especiais de Ava e Ana Claudia Lomelino, a Mãeana. Claro, isso sem falar nas parceiras, que são várias.
E como funciona o disco ao vivo? O show tem duas partes? Duas bandas?
Bom, a idéia é fazer um show grande de lançamento assim, duas partes, duas bandas. Mas isso depende sempre de uma estrutura maior e por outro lado os shows também podem ser independentes um do outro. Então a idéia é seguir com eles em paralelo, intercalando um e outro. São mais três opções no menu: Arco, Flecha e Arco & Flecha!
O que você ouviu que inspirou esse disco?
Acho que não ouve algo específico… Sempre acho difícil responder a esse tipo de pergunta! Eu fico feliz em ver o momento da música brasileira tão rico, em variedade, qualidade e quantidade. Fico inspirada quando vou a um show bom e uso isso como estímulo pra compor. Mas na hora de produzir um disco eu procuro esvaziar a cabeça, porque quero que não se pareça com nada. Como se isso fosse possível…! Eu queria que o Flecha tivesse o poder do swingue do Curumin e o Arco já tava com a sonoridade rolando em show com as minas.
Esse disco é a sua resposta às discussões sobre gênero de hoje em dia? O que tem achado sobre esses temas vindo à pauta?
Muito bom ver que esse assunto está fervilhando, porque ele é fundamental para a libertação do indivíduo perante a opressão social em todos os âmbitos, e principalmente na desconstrução do machismo. De fato predomina uma força mais feminina em um e uma mais masculina em outro. Porém, fiquei numa dúvida cruel sobre qual seria o Arco – () – e qual seria a Flecha – î. O Arco é sobretudo um grito de libertação da Mulher, da buceta livre, do grelo duro, dos peitos nus, que já vinha dos meus poemas eróticos. É um feminine ativo, até agressivo em algumas músicas. Já o Flecha, é solar, tocado por homens, porém mais doce em muitos momentos. A sensação que fica pra muita gente é de que o Arco bem pode ser o masculino num corpo feminino e o Flecha o feminino num corpo masculino. Por isso gosto de dizer que os discos são transgênero. A verdade é que as duas forças estão nos dois, como podem coexistir num corpo, sem ter que ser isso ou aquilo, e nesse sentido, acho que podem enriquecer a discussão sobre gênero.
É um disco de alta conotação sexual. Foi assim desde o começo ou ele assumiu esse papel?
Acho que você fala do Arco, né? Ele tem esse lance porque, pra começar, traz três músicas compostas sobre poemas do livro que lancei ano passado, o Língua Brasa Carne Flor, pela editora Patuá, de poesia eróti-cômica – gosto de chamar assim. Mas não só, porque essas músicas foram parar no Arco justamente porque a química do trio já puxava pra esse lado. Porque o nosso encontro já tinha um tom subversivo por natureza: três mulheres tocando – atividade predominantemente masculina, sim, ainda -; três mulheres bastante libidinosas – sim e daí? -; três mulheres insubordinadas a tal opressão social, sexual, etc. Um fogo explosivo no palco, deu no que deu.
Quando lança? Como vai ser o show de lançamento?
Os discos foram lançados digitalmente em junho em todas as plataformas, inclusive no meu site para download gratuito www.iararenno.com. O disco físico acaba de chegar da fábrica, e sai graças à parceria com o Selo Circus, do Guto Ruoco, que pra nossa sorte é uma pessoa que ainda investe em música. O projeto gráfico completo – que só se pode ver no objeto físico – do Rodrigo Sommer está um escândalo de lindo! O show de lançamento vai acontecer no Auditório do Ibirapuera, que é um lugar mágico, dia 16 de setembro, uma sexta de lua cheia, às 21h. As bandas estarão completas na formação original. Não vou dar mais detalhes, pra não estragar surpresa, mas garanto que será especial, mesmo porque estarei muito bem acompanhada desses músicos incríveis e gente maravilhosa.
Depois do disco masculino, Flecha, apresentado na quinta passada aqui no Trabalho Sujo, é a vez de mostrar o disco feminimo que Iara Rennó lança ainda este mês: Arco foi gravado com a banda Elas, composta por Mariá Portugal na bateria, Maria Beraldo Bastos no clarone e Iara na guitarra. A faixa escolhida para apresentar esse disco é “Mama Me”, que conta com Maurício Fleury, do Bixiga 70, nos sintetizadores e inicialmente era um poema em seu livro Língua Brasa Carne Flor, como Iara explica a seguir:
“Antes de ser música foi poema, do livro Língua Brasa Carne Flor. E antes de mais nada, ‘Mama-Me’ é uma ode. À liberdade com o próprio corpo. Feminino. Cis, trans e pós-gênero. Aos polêmicos mamilos. À liberdade sexual. Ao sexo em si. Um manifesto mamaísta. Porque mama é lindx. E mamar, desde que se nasce, é vida. ‘Mama-me’ está na pelvis, vermelho primeiro chácara que se chacoalha. Energia vital, instinto primordial, descendo até o chão. O escuro, o receptivo. Terra. Em oposição-complementar à ‘Querer Cantar‘, sua irmã do azul turquesa do quinto chácara: a voz no espaço, o ar, e o percurso da flecha.”
Eis sua letra:
Sonha que me despe
E a festa acontece
Sem roupa nem confete
Só carne
Com a carne se veste
Se isso lhe apetece
Rasga essa fantasia
Sacia essa sede
Até dissolver-se em mim
Me veste me desfila
Me fia me confia
Seu coração em chamas
Me chama
Me acende e ascende em mim
Mama-me me mama ê ô ô ô
Mama-me me mama ê ô ô ô
Morde meu cangote
Galopa o meu galope
Lê minha partitura
Com sua parte dura
Perfuma perfura
Penetra meus poros
Enquanto eu evaporo
Na noite mais escura
Iara Rennó vem amadurecendo sua carreira solo na miúda, curtindo lentamente uma mistura de gêneros, linguages e temas que parece ter arredondado perfeitamente em seu próximo trabalho – a dupla de discos Arco e Flecha, que chega ao público no fim deste mês. São discos complementares e divididos por gêneros: Arco é tocado por uma banda composta apenas por mulheres e em Flecha ela reúne uma banda formada por Lucas Martins (que toca com a Céu) no baixo, Curumin na bateria, Gustavo Cabelo na guitarra, Maurício Badê na percussão e os Bixiga 70 Maurício Fleury (teclados), Daniel Gralha (trompete), Cuca Ferreira (sax barítono) e Douglas Antunes (trombone). E ela escolheu lançar o novo disco no Trabalho Sujo, mostrando os dois primeiros singles, um por semana, por aqui, começando pelo single do disco masculino, Flecha, chamada “Querer Cantar”. Ela fala sobre a faixa composta em parceria com Gustavo Galo, da Trupe Chá de Boldo: “Antes de ser música, ‘Querer Cantar’ é sina. É essa voz que não cala nem no silêncio da noite profunda, que sopra no canto d’ouvido e faz a pele do tambor dançar. É o poema flecha direta do Ofá de Gustavo Galo, que me acertou em cheio. A canção mais rápida que já compus: fez-se quando a escrita atingiu minha retina, no tempo de um tiro. De Flecha. Do Arco. Por isso, nesta quinta-feira Oke Arô! ‘Querer Cantar’ lança ao mundo estes discos irmãos, Ibeji, opostos-complementares, Yin-Yang, noite-dia, côncavo-convexo, Arco & Flecha.” É um começo forte de um disco bem plural:
Oxossi
De ofá
De sol
De lá
Oxossi
De ketu
Do lado
De cá
Oxossi
Da mata
Da meta
Da mira
Oxossi
Do arco
Da íris
De olhar
Oke arô
Oke arô
De tanto querer
Querer cantar
Iara Rennó descolou pra cá a faixa de abertura de seu novo disco – chamado apenas Iara -, que já está na pré=venda do iTunes e chega às lojas dia desses. Ela me falou sobre o novo disco, produzido por Moreno Veloso: “Moreno é amigo de longa data, produziu as primeiras gravações demo do Macunaíma em 1999, naquele século passado”, brinca. “Quando a gente se reencontrou em 2007 a minha idéia era produzir dois álbuns simultaneamente: um dos discos, Macuna, teria vários produtores e ele seria o produtor do outro. Doce ilusão! Na real o Macuna me absorveu completamente. Muitas voltas depois retomamos o assunto em meados do ano passado. Retornei de uma viagem das Europas e resolvi montar uma temporada de shows aqui no Rio em novembro de 2012, exatamente um ano atrás. Daí chamei os meninos (Leo Monteiro da Orquestra Imperial e Ricardo Dias Gomes do Do Amor) pra banda e Moreno pra participar de um dos dias. A gente fez três ensaios e três shows. e no segundo já ficou claro pra todos os envolvidos que o disco já tava ali. Aí foi só aplicar um pouco de física e de mágica nas horas em que o tempo permitiu.”