Estreia intensa do grupo CØMA nesta terça-feira no Centro da Terra. O grupo surgiu a partir do encontro da baterista Bianca Godoi com o guitarrista Guilherme Held – e este, que vinha ficando obcecado com sons pós-punk desde que descobriu uma playlist de pérolas obscuras e contemporânea do gênero nascido na virada dos anos 70 para os anos 80, passou essa obsessão para a nova amiga e com isso passaram a reunir músicos que pudessem expandir a ideia original. Assim, reuniram Otto Dardenne, Rubens Adati, Joana Bergman e Danilo Sansão para uma noite curta e intensa de baixos pulsantes, baterias febris e guitarras dissonantes, reunidos com teclas pontuais e as letras improvisadas e aparentemente nonsense (embora não sejam) proferidas pelo vocalista Otto. O grupo ainda contou com a participação das inusitadas taças do músico Tomas Gleiser, que toca no grupo Mustache e os Apaches, e por pouco menos de uma hora, induziram o público do teatro a um transe dissonante e metronômico. Só não pode deixar esse fogo morrer em uma única apresentação – que venham outras!
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Mais uma atração que estreia no Centro da Terra, temos o prazer de receber nesta terça-feira a primeira apresentação do grupo CØMA, idealizado por Bianca Godoi e Guilherme Held a partir de uma playlist de pós-punk e disco-punk obscuro organizada pelo DJ brasileiro residente Alemanha chamado Cosmic Pulses. Os dois convidaram outros amigos músicos para encorpar essa apresentação e além de dividirem-se entre synths e programações, Bianca e Guilherme, que tocam bateria e guitarra respectivamente, chamaram Otto Dardenne para fazer os vocais, Rubens Adati para tocar baixo, Joana Bergman nos teclados e piano e Danilo Sansão, que vai fazer projeções enquanto toca. O espetáculo batizado de Tao marca o nascimento deste pequeno coletivo e começa pontualmente às 20h, além de já estar com ingressos à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.
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Marcelo Cabral desligou seu primeiro disco solo, Motor, nesta quarta-feira, no Auditório do Sesc Pinheiros, quando reuniu-se com Maria Beraldo e Guilherme Held para revisitar mais uma vez seu disco de 2018 pela última vez ao mesmo tempo em que começa a mostrar seu próximo trabalho, ainda sem título definido, mas já em fase de finalização. Entre as canções sóbrias e melancólicas deste seu disco de estreia, Marcelo, tocando guitarra e não seu instrumento de origem, o contrabaixo, entrelaçou o clarone e o sax de Beraldo à guitarra de Held criando uma atmosfera ao mesmo tempo ambient e noise, com o auxílio de seu vocal conciso, pedais, microfonia e do técnico de som, Bernardo Pacheco. E entre as músicas do disco novo, que está sendo gravado com o baterista Biel Basile, d’O Terno, mostrou composições feitas com Rodrigo Campos e Rômulo Froes, além de uma canção composta com um novo parceiro, quando entregou “Tarde Azul” para ganhar letra de Fernando Catatau. Foi bem bonito.
Em 2023 tive o privilégio de assistir ao encontro ao mestre Jards Macalé ao vivo por cinco vezes: uma delas com o saudoso Donato, outra com o Metá Metá, mais uma sozinho com seu violão e duas vezes com seu velho camarada Tutty Moreno e a presença do mestre baterista eleva a performance de Macau a outro patamar. Não foi diferente nesta quarta-feira, quando os dois voltaram a se apresentar juntos, mais uma vez escudados por Guilherme Held e Pedro Dantas, na Casa de Francisca. Passeando pelos clássicos de Jards e as composições de seus discos mais recentes, os quatro hipnotizaram o público que lotou o Palacete Tereza, tantra musical conduzido pelo groove da mão direita de Jards e pelo corpo de Tutty, um dos maiores bateristas deste país até hoje, sempre solando contido, mesmo quando o band leader não sublinha estes momentos. Uma noite mágica.
Ave Waly! Celebramos a obra deste monstro da poesia brasileira de forma intensa nesta quarta-feira, quando apresentamos o espetáculo de som e poesia Waly Salomão: Dito e Lido, em que Joca Reiners Terron, Julia de Carvalho Hansen e Natasha Felix despejaram a verborragia sensível e forte do poeta baiano sobre camadas elétricas de textura e melodia cogitadas pelo encontro das guitarras e pedais de Jadsa e Guilherme Held. Cada poeta teve seu bloco, pontuado pelas canções que eternizaram as letras de Waly apresentadas de forma desconstruída: Julia costurou quatro poemas (entre estes uma inspirada e ritmada versão de “Mãe dos Filhos Peixes”) com os versos de “Mal Secreto” para depois, ao lado de Natasha, perambular pelos versos e notas de “Vapor Barato”, logo depois da cascata de prosa poética despejada por Joca, ao ler um trecho de “Self Portrait”. Natasha emendou “Babilaque” e “Balada de um Vagabundo” para arrematar tudo com “Negra Melodia”, deixando, nas três, sua musicalidade nascer entre as palavras. Uma noite inesquecível.
Jadsa, Guilherme Held, Natasha Félix, Julia de Carvalho Hansen e Joca Reiners Terron: que felicidade reunir um time tão foda para celebrar um dos grandes nomes da cultura brasileira do século passado. Waly Salomão será celebrado nesta quarta-feira no espetáculo Waly Salomão: Dito e Lido, que acontece no Auditório do Sesc Pinheiros a partir das 20h. Nele reverenciamos a alma de suas canções (ele é mais conhecido do grande público como letrista de clássicos da nossa música como “Vapor Barato” e “Mal Secreto”, entre outros), mas caímos de boca em seus poemas, que a partir das vozes destes três poetas tão distintos – e apaixonados por Waly – ganham vida e corpo com suas interpretações ao lado das guitarras dos dois instrumentistas. A apresentação ainda conta com visuais da Carol Costa e o som fica por conta do Bernardo Pacheco. É o segundo espetáculo que dirijo ao lado da comadre Juliana Vettore, com quem criei a série Dito e Lido que, em 2022, homenageou Leonard Cohen. Os ingressos, no entanto, já estão esgotados!
Satisfação imensa celebrar, na próxima quarta-feira, dia 4 de novembro, a obra deste mestre da cultura brasileira que completaria 80 anos neste 2023. Waly Salomão é mais reconhecido pelas parcerias musicais que fez com nomes como Maria Bethânia, Jards Macalé e Gal Costa, mas no espetáculo Waly Salomão: Dito e Lido mergulhamos em sua poesia com nomes de peso: Jadsa e Guilherme Held entrecruzam suas guitarras para criar o território sonoro em que os poetas Joca Reiners Terron, Natasha Felix e Julia de Carvalho Hansen percorrem os textos deste mestre baiano. É o segundo espetáculo que concebo e dirijo ao lado da Juliana Vettore, da Capivara Cultural e uma das responsáveis pelos encontros Zapoetas, depois de celebrar a vida e obra de Leonard Cohen no ano passado. O espetáculo acontece no auditório do Sesc Pinheiros a partir das 20h e os ingressos já estão à venda neste link. Abaixo, a sinopse que fizemos para esta apresentação:
Pude mais uma vez ver o Jards Macalé esse ano, desta vez corrigindo uma falha que havia deixado passar no primeiro semestre quando ele tocou seu primeiro disco na íntegra no palco do Sesc Pinheiros. Voltando ao mesmo tema agora no palco do Itaú Cultural por três noites seguidas (ainda tem ingressos pro show de domingo, não dê mole), ele trocou de baixista e de baterista (saíram Fabio Sá e Tutty Moreno para a entrada Pedro Dantas e Marcelo Callado), mantendo o guitarrista Guilherme Held, que produziu seus discos mais recentes, como fiel escudeiro destas apresentações. Além do repertório do disco clássico ao lado deste power trio, ele ainda apresentou-se sozinho por três músicas, quando enfileirou a instrumental “Um Abraço do João” (em que ele conta como conversou com João Gilberto durante a pandemia, depois da morte do mestre), “Vapor Barato” (quando lembrou que Waly Salomão não gostava que Gal Costa misturava dinheiro e deus na letra) e “Só Assumo” (uma preferida sua de Luiz Melodia), além de mencionar a passagem do compadre João Donato fazendo uma piada sobre o que João Gilberto teria dito ao buda acreano quando se encontraram no além.
Finalmente Guilherme Held pode lançar seu Corpo Nós devidamente no palco. Fora parcas aparições com uma banda reduzida em que pode mostrar músicas de seu disco primeiro solo lançado em 2020, um dos grandes nomes da guitarra elétrica de sua geração debutou seu álbum como se deve, nesta quinta-feira, no Sesc Pompeia. Puxando uma banda formada por Fábio Sá (baixo), Sergio Machado (bateria), Rômulo Nardes (percussão), Cuca Ferreira (sax), Allan Abadia (trombone) e Dustan Gallas (teclados), Held ainda contou com as presenças de quatro vocalistas para representar os inúmeros convidados que recebeu em seu disco – e um time considerável, com Ná Ozzetti, Iara Rennó, Marcelo Pretto e o diretor artístico do álbum, Rômulo Fróes -, podendo finalmente considerar seu disco efetivamente lançado numa apresentação cheia de músicos na platéia. Foi demais.
Mais um dos discos abatidos pela pandemia, o excelente Corpo Nós, primeiro disco solo do guitarrista Guilherme Held, finalmente será lançado ao vivo. O disco, dirigido por Rômulo Froes, reúne não apenas a produção musical do guitarrista discípulo de Lanny Gordin, como boa parte dos artistas com quem ele colaborou nas primeiras décadas de sua carreira – um elenco estelar que inclui Criolo, Curumin, Tulipa Ruiz, Kiko Dinucci, Mariana Aydar, Rubel, Marcelo Cabral, Daniel Ganjaman, Thalma de Freitas, Juliana Perdigão, Fernando Catatau, Pericles Cavalcanti, Dudu Tsuda, Filipe Catto, Simone Sou, Thiago França, Bruno Buarque, Bixiga 70 e tantos outros, além de mestres como Milton Nascimento, Jards Macalé e Letieres Leite. Para o show que acontece nesta quinta-feira, no Sesc Pompeia, Held reuniu uma banda de peso, formada por Sérgio Machado (bateria), Fábio Sá (baixo), Dustan Gallas (teclados), Allan Abaddia (trombone), Cuca Ferreira (sax), Rômulo Nardes (percussão) e participações de Ná Ozzetti, Romulo Fróes, Iara Renó e Marcelo Pretto. O disco foi lançado em 2020, durante a pandemia, e por isso não teve um show de lançamento de fato, falha que será corrigida nesta quinta-feira, às 21h30, no Sesc Pompeia, e Held aproveitou a deixa para mostrar o clipe que fez para “Tempo de ouvir o chão”, que tem as participações de . Juliana Perdigão e Romulo Fróes, lançado em primeiro mão aqui no Trabalho Sujo. “É uma produção simples, com efeito super 8, que traz os convidados da canção e a participação dos meus cachorros John e Yoko”, explica o guitarrista. “São cenas na minha laje e na janela do Rômulo, sem muito roteiro e só no bom gosto do Mihay, diretor do clipe”.