“Bruce Wayne tem um mordomo, Clark Kent tem um chefe”

Grant Morrison, em entrevista ao Hero Complex, fala que as diferenças entre Batman e Super-Homem chegam às suas identidades secretas, ao nível classista:

Superman and Batman are the two defining icons among comic books, and now that you’ve spent considerable time with both of them as a writer, I’m curious how you’ve come to view them, both as separate figures and as linked opposites.
Superman is very bright and optimistic. It’s all the simple things. He’s of the day and of the sunlight, and Batman is the creature of the night. I’m interested in the fact that they both believe in the same kind of things. But Batman is better. He’s screwed up. That what makes him cool. Even though he’s solved all his problems in his own head he is — as I see him — a man with a very dark sense of humor and a very dark view of the world. He has to overcome that constantly. He’s forever fighting to make the world better, which means it’s never good for Batman. The rest of us have good days. We don’t fight everyday. Batman fights every single day. He has that dark Plutonian side.

The public personalities of Bruce Wayne and Clark Kent don’t seem as polarized as their alter egos.
Bruce Wayne is a rich man. He’s an artistocrat. Superman grew up as Clark Kent on a farm bailing hay, and he’s got a boss that shouts at him if he’s late to work. He’s actually more human; Batman is the fetish fantasy psyche of the aristocrat overlord who can do anything he wants, and that’s fascinating. The class difference between the two of them is important.

I’ve never thought much about the class distinctions between the two.
You’re an American; you live in Los Angeles! You don’t have to think of class distinction in the same way we Brits do. But there is very much a distinction between the two. People often forget Superman is very much a put-upon guy. Bruce has a butler, Clark has a boss

True, but Clark also owns real estate in the Arctic, flies for free and can crush coal into fist-sized diamonds. He doesn’t need to have a boss.
Yeah, but he so wants to be like us. He pines after one girl while Batman has a whole host of fetish femmes fatale at his beck and call.

The ladies love the car, I think.
Of course. He’s got everything. I like that. He’s our kind of dream of the aristocrat. He’s even better than the Tony Stark/Iron Man thing; he’s got that as well as the dark side. That’s the difference between Superman and Batman. There both interesting to write, but Batman is the sexier one, definitely.

O dia em que Grant Morrison encontrou o Super-Homem

Demais essa experiência xamânica que deu origem ao incrível All-Star Superman (lembra a vez que o Alan Moore encontrou o Constantine). Essa entrevista faz parte do documentário Grant Morrison: Talking with Gods, que será lançado até o fim do ano. A dica foi do Ronaldo – olha o trailer do fime.

Super-heróis pulp

Seguindo aquela linha de recriar ícones atuais como se fossem do passado, o designer Steve Finch transformou clássicos dos quadrinhos de super-herói em velharias pulp.

Aqui tem outras.

All Star Superman: nota 10

Ah, e por falar no Super, lembrem-me de não esquecer de um dia escrever sobre All Star Superman, de Grant Morrison e Frank Quitely, a maior homenagem jamais feita para um super-herói. É uma história tão bem cuidada, ao mesmo tempo complexa e trivial, e é ilustrada como se fosse um sonho. Se Frank Miller conseguiu sintetizar tudo relacionado ao arquétipo do Batman em O Cavaleiro das Trevas (embora alguns reclamem que este trono também é de Alan Moore, em A Piada Mortal), Morrison e Quitely conseguem ultrapassar a saga do homem-morcego e com um agravante – ao optar pelo Super-Homem, os autores abriram mão da ironia, do cinismo, do pessimismo e da violência características a outros super-heróis e abraçaram os valores relacionados ao Super, como a moral, o otimismo, a bondade e o altruísmo de um alienígena que, no fundo, só quer retribuir o carinho ao planeta que o acolheu. A história é dividida em doze capítulos e cada um deles trata de elementos específicos da mitologia do personagem – Lois Lane, Pequenópolis, o Planeta Diário, os supervilões, a fortaleza da solidão, além do onipresente Lex Luthor e o melhor Clark Kent já posto no papel. Como bem disse o Chico, é o quadrinho mais alto astral de todos os tempos – e é uma obra-prima. Não faço a menor idéia se já sair – ou vai sair – no Brasil, mas é quadrinho obrigatório.

Ah, pronto. Já escrevi, não precisa lembrar depois. Valeu.

O papel do super-herói

“The basic idea of the superhuman is a very malleable one – you can do ‘realistic’ superhero stories like say Watchmen, which takes a hard-nosed look at how these creatures might alter the social and political landscape of our own world, or you can – as I prefer to do – position them as archetypes that allow us to talk about the world using the language of symbolism and allegory. There have been ‘realistic’ superhero stories, ‘surreal’ superhero stories, superhero westerns, superhero war stories, superhero detective stories, superhero horror stories, superhero romances etc.

I’m not even sure if there is a superhero genre or if the idea of the superhero is a special chilli pepper-like ingredient designed to energize other genres. The costumed superhero has survived since 1938, constantly shifting in tone from decade to decade to reflect the fears and the needs of the audience. The current mainstream popularity of the superhero has, I think, a lot to do with the fact that the Terror-stricken, environmentally-handicapped, overpopulated, paedophile-haunted world that’s being peddled by our news media is crying out for utopian role models and for any hopeful images of humankind’s future potential!”

Grant Morrison, na Big Issue escocesa (o que me lembrou que eu tenho que ler logo o Superman All Star, dele).

Pequenas epifanias à medida em que o ano embica pro fim

Reciclando um post do meio do ano:

– Um poste no final da ladeira do Paraíso
– Catra + Digital Dubs na Casa da Matriz
– Grenade no Milo e abrindo pra Nação em Curitiba
– Sorvete noturno
– Camilo x Nepal duas vezes, no Fosfobox e na Casa da Matriz
– 15 dias em Floripa
– Quatro parafusos a mais
– Jamie Lidell no Tim Festival
– Catra + Dolores, Nego Moçambique + Gerson King Combo no trio elétrico do Skol Beats
– Batman Begins
– Imersão em Rolling Stones (quatro bios, todos os discos oficiais, filmes, outtakes, raridades)
– Paulo Nápoli na Popcorn
– Disco do primeiro semestre: O Método Tufo de Experiências, do Cidadão Instigado
– DJ Rupture no Vegas
– Tarja Preta 4
– Kings of Convenience no Tim Festival
– Disco de Ouro – Acabou Chorare com Lampirônicos, Baby Consuelo, Luiz Melodia, Rômulo Fróes, Elza Soares e Davi Moraes no Sesc Pompéia – catártico
– Wax Poetic e Vitallic numa mansão em Floripa
– Publicar o Cultura Livre no Brasil
– Damo Suzuki e convidados no Hype
– Baladas gastronômicas
– A mixtape do Nuts
– Quinto Andar e Black Alien no falecido Jive
– Disco do segundo semestre: Futura, Nação Zumbi
– Pipodélica na Creperia
– “Capitão Presença” – Instituto
– Curumin, Jumbo Elektro e KL Jay na Casa das Caldeiras
– Úmero de titânio
– Television no Sesc Pompéia
– Violokê no Chose Inn
– Turbo Trio
– Stuart e Wander Wildner no Drakkar
– Rockstar: depois dos GTA, Beaterator
– Lafayette & Os Tremendões no Teatro Odisséia
– Donnie Darko
– Sandman pela Conrad
– Mylo no Skol Beats
– “The Other Hollywood”
– Weezer em Curitiba
– Buenos Aires
– Comprar livros em Buenos Aires
– Disco de Ouro – Da Lama ao Caos com Orquestra Manguefônica no Sesc Pompéia
– Anthony Bourdain
– Instituto + Z’África Brasil no Vivo Open Air
– Animal Man, de Grant Morrison
– Bátima, com direito à entrevista em vídeo
– Segundas-feiras no Grazie a Dio (Cidadão Instigado, Moreno + 2, Junio Barreto, Hurtmold, Wado, Curumin)
– Transformar uma discotecagem num toque de atabaque pós-moderno (as minhas melhores: duas vezes na Maldita, abrindo pros Abimonistas na Revolution da Funhouse, aniversários da Laura e da Fernanda na Vila Inglesa, esquema lo-profile no Adega, duas vezes duelando com o Guab na Rockmixtape e abrindo pro Satanique Samba Trio e pro Diplo no Milo, aniversário da Tereza no Berlin, com o Cris numa festa fechada no Vegas)
– “Promethea” – ufa!
– Paul Auster
– A Fantástica Fábrica de Chocolate, de Tim Burton
– Papo sobre o futuro do jornalismo com o Alex Antunes e o Claudio Julio Tognolli na Abraji
– Oséias e Los Hermanos no Trama Universitário
– O melhor duelo de sabres de luz de todos os tempos
– E.S.S. duas vezes, no Atari e na Funhouse
– Dar a dica pro Diplo tocar Cyndi Lauper no bis do set na choperia do Sesc Pompéia (que, aliás, tá com uma caixa nova que, ela mesma, é uma epifania)
– MP3s dos Sebozos Postiços
– O sábado do II Encontro de Mídia Universitária
– A volta do Pink Floyd clássico e Saucerful of Secrets do Nicholas Schaffner
– Sopa e chá na hora certa
– O novo do Cronenberg
– Sebozos Postiços no Vivo Open Air
– Temporada no Takara no Coisa Fina
– Ju, Ana, Dan, Fab, Tati – uma senhora equipe de trabalho
– DJs residentes: MZK, Bispo, Guab e Miranda
– China e Mombojó no Sesc Pompéia
– “Quanto Vale ou É Por Quilo” – só falta ser mais pop pra sair do cineclube (alguém explica o Michael Moore pro Sérgio Bianchi e ele pára com o pessimismo “já era”)
– Labo e SOL num Blém Blém quase vazio
– Wilco no Tim Festival
– Ter certeza que nunca tanta música ruim e desinteressante foi produzida na história como hoje – fora do Brasil (inclua o nome que você imaginar nessa lista – do Nine Inch Nails ao Coldplay passando pelo Wolf Eyes e Teenage Fanclub, ou Weezer e Sleater-Kinney). Só o Jack Johnson e o Franz Ferdinand salvam
– Aqui dentro, por outro lado, é outra história
– Jazzanova no Ampgalaxy
Piratão, do Quinto Andar
– Walverdes no Rose Bon Bon
Milo Garage
– Pipodélica e Zémaria no Avenida
– “Feel Good Inc.”, colosso
– It Coul Have Been So Much Better – Franz Ferdinand
– Jurassic 5 em duas noites em Santo André
– Bad Folks abrindo pro Mundo Livre em Curitiba
Sites de MP3 e mixtapes de funk carioca
– De La Soul no Tim Festival
– Mike Relm no Vegas
– “I Feel Just Like a Child”, Devendra Banhart
– Entrevistar o J.G. Ballard por fax
– Mercury Rev, perfeito, em Curitiba
– Sessão privada do Sou Feia Mas Tou na Moda com a Laura, a Denise, o Bruno, o Boffa, o Diplo e a Mia
– O livro do Sílvio Essinger
– Sonic Youth no Claro Q É Rock de São Paulo
– Chopinho vespertino numa Curitiba belga
– Acompanhar as turnês do Mundo Livre S/A e da Nação Zumbi pelo sul do Brasil
– Superguidis ao vivo
“Galang”
– Abajur pra sala no quarto
– “Music is My Hot Hot Sex” – Cansei de Ser Sexy
– As voltas do Akira S e do DeFalla
– Gravação do DVD do Otto
– Chaka Hot Nightz
– A volta da Bizz (muito istaile)
– R2D2 do Burguer King
– “Nada melhor do que não fazer nada…”, Rita Lee, mesmo que só em canção, realmente sabe das coisas
– Cuba! – e com a Laura…