Fecho épico

, por Alexandre Matias

“Eu não queria sentir, eu só queria explodir”. Foi catártico o final da temporada 4A que a dupla Kartas promoveu no Centro da Terra nas segundas-feiras de julho. A última noite encerrou a temporada trazendo primeiro apenas Marcela Mara para um canto do palco, onde começou com um solo performático iluminada apenas pela luz quente de Mau Schramm, que logo tomou conta do palco completo à medida em que os músicos o transformavam em uma selva a ser desbravada, entre ruídos, sussurros e assobios. Logo a mesma Marcela interrompia aquele som novamente com sua voz, sendo acompanhada diretamente pela outra metade do Kartas, o baterista Zozio, que liberou a entrada de todos os outros músicos em convulsão depois de acompanhar seus versos apenas com seu instrumento. E todos entraram de uma vez só, num ímpeto contínuo – o baixo de Karin Santa Rosa, o teclado de Guilherme Paz, o sax de Rômulo França, o trompete de Romulo Alexis, a guitarra de Bernardo Pacheco, a flauta de Clóvis Cosmo e os eletrônicos de Rayra Pereira, lotando o teatro com um volume de som e mensagem que deixou a todos em silêncio entre os diferentes atos – um deles ocupados pelos poetas do coletivo Svstvs (desta vez formados por Rodrigo Qohen, Lia Petrelli, Bruno Pastore, Raissa Nashla e Pedro Blanco), que, espalhados pelo público, leram o mesmo poema, modificado eletricamente por Berna a partir do palco. Um encerramento épico para uma temporada de tirar o fôlego.

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