Bem-vindos ao Test Fantasma

Para encerrar sua autoproclamada Temporada do Medo no Centro da Terra, a dupla Test praticamente não esteve no palco na última segunda-feira do mês, quando em vez de encarar mais uma vez o público em outra versão deformada de seu Disco Normal, preferiu chamar dois trios formmados de baixo, vocal e bateria para encarnarem o Test Fantasma. A única aparição física do guitarrista João foi no início da apresentação, quando subiu pelo alçapão do teatro para o palco, ainda com as luzes acesas, para logo em seguida assumir a iluminação da noite, enquanto seus convidados iam chegando pouco a pouco, começando por Sarine, que pilotava uma das baterias, seguido por Berna, que assumiu o baixo elétrico um pouco antes de Flavio Lazzarini assumir a segunda bateria e Alex Dias erguer seu contrabaixo acústico, tocando as mesmíssimas músicas que o Test tocou nas três noites anteriores, só que com novos arranjos, igualmente extremos. Logo depois os dois vocalistas da noite – Tomás Moreira e Chris Justino – começaram a urrar as letras das canções, fazendo a apresentação ganhar camadas de improviso e ruído que ficaram em algum lugar entre a formação da apresentação anterior – que já teve muita interferência eletrônica, desta vez capitaneada por Berna, Sarine e Flavio – e o épico formato Test Big Band, em que o grupo ultrapassa a dezena de cabeças no palco. O baterista Barata, por sua vez, assistiu à toda apresentação em uma das poltronas do teatro e só subiu ao palco depois que a noite terminou, quando foi cumprimentar os músicos convidados, provando que a banda pode existir sem mesmo ter a presença de seus dois integrantes. Um fecho brilhante para uma temporada intensa.

Assista a um trecho aqui.

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Test: Curadoria do Medo

Baita prazer receber no palco do Centro da Terra o Test, projeto musical que já transcendeu os limites do grindcore e do death metal para abraçar a plenitude do barulho extremo, tratando os limites do ruído como fronteiras a serem desbravadas por sua vanguarda noise. A dupla formada por João e Barata toma conta das segundas-feiras de junho em uma temporada chamada de Curadoria do Medo, em que, a cada nova apresentação traz diferentes formatos a partir de seu disco mais recente, o Disco Normal. Na primeira segunda, dia 3, recebem a videoartista Carol Costa, que traduz em imagens a sonoridade do grupo. Na segunda, dia 10, recebem a iluminadora Mau Schramm, o vocalista Carlos James e Douglas Leal, que dispara efeitos e recombina o som, para manipular o ruído da dupla em tempo real. No dia 17, a terceira segunda, eles destróem as paredes do barulho numa noite que contará com uma orquestra noise formada por Leandro Conejo, Rayra Pereira, André Damião e Fabio Gianelli. A última segunda do mês é dedicada ao elemento mais livre de sua música, quase free jazz, quando recebem os músicos Miazzo, Bernardo Pacheco, Sarine, Flavio Lazzarin, Tomas Moreira, Alex Dias e Chris Justtino. As apreentações comeeçam sempre pontualmente às 20h e os ingressos já estão à venda na bilheteria e no site do Centro da Terra.

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Entre o transe e a melodia

O espetáculo que Ivan Vilela, Bernardo Pacheco, Mariana Taques e Paulinho Fluxuz anunciaram para o Centro da Terra já prometia uma considerável intensidade cênica devido ao encontro destes quatro artistas – cada um à sua maneira dispostos a se jogar no vazio do improviso livre. Mas Rastros, a apresentação que fizeram nesta terça-feira teve uma carga emotiva que aumentou ainda mais o vigor da noite, com a exibição de um curta que registrava a apresentação que a saudosa Wanessa Dourado fez no ano passado em nosso teatro, quando participou de uma noite de improviso ao lado do mesmo Berna e de Chicão e Barulhista. A dor de assistir à vivacidade de Wanessa tanto tocando seu violino quanto falando da experiência que estava sendo submetida naquela sessão de liberdade sonora fez a pujança daquelas performances subir alguns degraus em emoção, que acabou contagiando os presentes. Enquanto Vilela desfraldava sua viola de dez cordas tanto em frases melódicas quanto em passagens rítmicas, suas frases eram processadas pelos efeitos de Berna, ganhando cores improváveis que contrastavam com os lasers impetuosos e exuberantes de Fluxuz, deixando Mariana livre para literalmente se jogar no palco do teatro. Uma noite única, carregada de emoção.

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Assista abaixo:  

Ivan Vilela + Bernardo Pacheco + Mariana Taques + Paulinho Fluxuz: Rastros

Nesta terça-feira recebemos a apresentação Rastros no Centro da Terra, um espetáculo de improviso livre que reúne luz, dança, música e ruído. Quase que didaticamente representando cada um dessas áreas, Rastros é composto no palco pelos lasers de Paulinho Fluxuz, pelo corpo em movimento de Mariana Taques, pela viola de dez cordas de Ivan Vilela e pelos efeitos e baixo elétrico de Bernardo Pacheco. Este último aproveita a oportunidade para exibir o curta Estilo Livre #4, produzido pelo canal Choloz, que registrou a última apresentação da temporada que Chicão Montorfano fez no Centro da Terra, quando reuniu-se com o próprio Berna, o produtor Barulhista e a saudosa instrumentista Wanessa Dourado, que nos deixou há pouco, como uma homenagem póstuma à musicista. A apresentação começa pontualmente às 20h e os ingressos estão sendo vendidos neste link.

Centro da Terra: Fevereiro de 2024

Vamos começar 2024? Eis as atrações deste mês de fevereiro no Centro da Terra, quando voltamos a fazer espetáculos depois de um merecido descanso. Começamos os trabalhos na primeira segunda do mês, dia 5, com Dadá Joãozinho, MC de Niterói que despontou ano passado com seu disco de estreia Tds Bem Global, que amplia o repertório de seu disco numa apresentação inédita batizada de Global Inabitual. No dia seguinte, terça-feira, é a vez da querida Nina Maia começar a mostrar o que será seu primeiro disco solo no espetáculo Inteira, entre o pop experimental, o jazz e a MPB, acompanhada pelos músicos Valentim Frateschi e Thalin. Pulamos a semana do Carnaval por motivos óbvios e voltamos na segunda 19 com a apresentação conjunta de dois novos nomes da cena alagoana, quando João Menezes e Marina Nemésio apresentam o espetáculo Doze Metros Terra Adentro. Na terça seguinte, dia 20, recebemos o encontro de Bernardo Pacheco, Ivan Vilela, Mariana Taques e Paulinho Fluxuz que os quatro chamaram de Rastros e mistura iluminação, dança, baixo elétrico, viola de dez cordas e efeitos especiais. E a última semana de fevereiro traz, primeiro, na segunda 26, a apresentação Alumia, em que a cantora Paula Tesser mistura suas influências nativas musicais – Fortaleza e Paris, acompanhada por Zé Nigro, Samuel Fraga, Dustan Gallas e participação de Kika Carvalho, e depois, na terça, dia 27, o paulista Meno Del Picchia apresenta Mar Aberto, apresentação em que começa a mostrar seu próximo álbum, Maré Cheia, acompanhado de uma banda formada por Batataboy, Bianca Godoi e Otávio Carvalho. Os espetáculos começam sempre às 20h, pontualmente, e os ingressos já podem ser comprados através deste link.

Encontro em transe

Bem bonito o encerramento da temporada Prémistura que Chicão Montorfano fez nesta primeira segunda de dezembro no Centro da Terra. Ao convidar artistas sonoros de diferentes fronteiras musicais, conseguiu atirá-los todo no vazio do improviso livre sem que tivessem amarras já estabelecidas. Já havia um vínculo entre três dos convidados – Chicão já havia feito outros improvisos ao lado de Bernardo Pacheco e Barulhista, cada um deles trazendo sua bagagem cultural para a mistura: o dono da noite com sua formação erudita e apreço pela eletrônica, Berna distorcendo tudo ao vivo com sua mesa de som e pedais enfileirados, pegando no baixo elétrico por alguns momentos, e o Barulhista usando seu computador como uma MPC de ruídos digitais que disparava ao vivo. Ao acrescentar a essa mistura o violino abrasivo de Wanessa Dourado, Chicão soltou um pavio de pólvora que misturava drones e loops com ecos de música caribenha, tango e choro, conduzidos pelas cordas e arcos da musicista, levando o resultado à pradaria ambient com toques asiáticos. Os quatro se encontraram em meio ao transe, numa apresentação abstrata que soava lírica e contemplativa, mesmo nos momentos mais agressivos. Agora resta Chicão lançar o disco!

Assista aqui:  

Chicão: Prémistura

O maestro Chicão Montorfano começa sua temporada no Centro da Terra nesta segunda-feira (6), quando começa a mostrar as canções de seu primeiro disco solo, gravado há anos e que finalmente verá, em breve, a luz do dia. O disco chama-se Mistura e justamente por isso a temporada foi batizada de Prémistura, quando o músico, compositor e arranjador mostra diferentes versões de seu trabalho, apontando tanto para o passado recente quanto para o futuro próxima. Na primeira apresentação, ele começa a noite com sua companheira Marcela Sgavioli nos vocais e percussão apresentando-se como a dupla Mar & Chicão. A segunda parte da noite vem com a cantora e cavaquinhista Letícia Coura que acompanha o tecladista pelas canções da peça Bacantes, do Teatro Oficina, do qual Chicão também foi diretor musical. Na segunda que vem (13), ele acompanha dois amigos e ídolos – Alzira E. e Yantó – somente ao piano. Na segunda dia 20 não terá temporada, pois é feriado, e ela continua no dia 27, quando Chicão abre a Prógui Náiti ao lado dos músicos Gabriel Falcão (guitarra) e voz, André Bordinhon (guitarra), Fernando Junqueira (bateria), Filipe Wesley (baixo) e mais uma vez Marcela Sgavioli (voz e percussão), visitando tanto músicas de seu primeiro disco solo quanto clássicos do rock progressivo. A última segunda-feira da temporada é a primeira de dezembro (4), quando recebe os músicos Barulhista, Bernardo Pacheco e Wanessa Dourado para um concerto de improvisação livre. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados através deste link.

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Test e Monch Monch

E vamos ao primeiro Inferninho Trabalho Sujo deste novembro de aniversário dos 28 anos do Trabalho Sujo (serão três, vai anotando) quando reúno duas atrações incendiárias. A primeira é o último show da Monch Monch, liderada pelo geniozinho Lucas Monch, que vai sair do Brasil ainda este mês sem previsão de retorno breve. Depois vem o Test, a banda mais barulhenta do Brasil, em sua versão quarteto, com Berna no baixo e Mariano na percussão. E há a possibilidade de encontro de forças antes do fim da apresentação das duas bandas. Depois dessa colisão é a vez de retomar a pistinha com a comadre Francesca Ribeiro e vocês sabem o que acontece quando ocorre essa conjunção, né? O Inferninho acontece quinta sim quinta não no melhor buraco de São Paulo, nosso querido Picles, ali no coração moribundo do canteiro de obras chamado Pinheiros, no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde. Vem com a gente!

Bruma cósmica

Na segunda noite de sua temporada Ficções Compartilhadas no Centro da Terra, Paula Rebellato optou por trabalhar num território conhecido, o do improviso livre, ao lado de três músicos com quem já esteve nestas incursões em várias outras ocasiões. Mas em vez de trabalhar numa certa zona de conforto, ela embrenhou-se por caminhos menos espasmódicos que funcionam como caminhos já traçados neste cenário e optou pela sutileza, abrindo trilhas menos óbvias para que o trumpete de Rômulo Alexis, o baixo e os eletrônicos de Berna e a bateria de Cacá Amaral buscassem refúgios inusitados, transformando o que poderia ser uma massa de som extática em uma bruma cósmica que parecia fazer os quatro flutuar, hipnotizando o público presente até o silêncio final.

Assista aqui:  

Paula Rebellato: Ficções Compartilhadas

Imenso prazer em receber mais uma vez Paula Rebellato no palco do Centro da Terra, desta vez para encarar uma temporada para chamar de sua. Em Ficções Compartilhadas ela convida comparsas e cúmplices para visitar diferentes partes de sua personalidade artística, à medida em que vai talhando sua carreira solo. A jornada começa nesta segunda-feira, dia 9, quando ela convida dois saxofonistas – ninguém menos que Mari Crestani e Thiago França- para apresentar novas composições. Na próxima segunda, dia 16, ela parte para o improviso com velhos camaradas como Bernardo Pacheco, Cacá Amaral e Romulo Alexis. No dia 23 é a vez de vararmos o Madrugada, projeto de krautrock que ela montou com Otto Dardenne, Raphael Carapia e Yann Dardenne, para encerrar essa viagem com um verdade tour-de-force: a recriação, no palco, da obra-prima Desertshore, talvez o disco mais belo da alemã Nico, que visita ao lado de João Lucas Ribeiro, Mari Crestani e Paulo Beto. Os espetáculos começam sempre às 20h e os ingressos podem ser comprados antecipadamente neste link.