Elis Regina em 2024

Elis Regina teria completado 79 anos neste domingo caso estivesse viva e seu filho João Marcelo Bôscolli aproveitou a efeméride para relançar a clássica “Para Lennon e McCartney” em uma roupagem 2024, só que com sabor de 1976. A cantora gaúcha registrou a versão para o clássico de Milton Nascimento quando estava gravando o disco Falso Brilhante mas ficou de fora deste disco. A versão de Elis chegou ao público depois de sua morte, quando foi incluída na coletânea póstuma Luz das Estrelas, de 1984, e depois incluído na trilha sonora de uma novela. O contrato com a gravadora da época venceu há um ano e meio e quando João Marcello foi procurado pela rádio Nova Brasil para ver se não tinha nenhum material da Elis para aproveitar a comemoração do aniversário, lembrou-se de “Para Lennon e McCartney”, que foi recriada em estúdio este ano. O vocal isolado da cantora feito para um especial de TV foi gravado no estúdio Vice-Versa (na época de propriedade de Rogério Duprat e da dupla Sá & Guarabyra), que hoje é o estúdio da gravadora Trama, de João Marcello, e toda a parte instrumental foi recriada neste mesmo estúdio este ano, só que com instrumentos e equipamentos de gravação equivalentes ao período em que o vocal foi gravado, pelos músicos Marcelo Maita (teclados), Conrado Goys (guitarra), Robinho Tavares (baixo) e Daniel de Paula (bateria). A produção da nova versão ficou por conta de João Marcello e seu irmão Pedro Mariano supervisionou o tratamento que foi dado à voz de sua mãe. “Saber que Lô Borges ouviu muitas vezes a faixae e se emocionou foi um momento repleto de significados”, me contou João Marcello, “além de Elis ser muito amiga dos Borges todos, ter a aprovação do Lô como compositor de ‘Para Lennon e McCartney’ foi muito importante para todos nós.” A faixa por enquanto só pode ser ouvida exclusivamente nas rádios da rede Nova Brasil e chega às plataformas de streaming no próximo dia 25.

Ouça um trecho abaixo:  

Elis & Tom estreia nos cinemas brasileiros dia 21 de setembro

Já falei que o documentário Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você não é o Get Back brasileiro porque as imagens do encontro desses dois ícones são muito mais intensas e emocionantes que as do seriado dos Beatles, além do clássico de 1974 ser muito melhor que o disco que John, Paul, George e Ringo gravaram em janeiro de 1969. O filme de Roberto de Oliveira não é tão bem acabado quanto a obra de Peter Jackson, mas o filme é obrigatório para todo mundo que gosta de cultura no Brasil. E finalmente sai da fase dos festivais para estrear nos cinemas no dia 21 de setembro. Verei – e chorarei – de novo.

Assista ao trailer abaixo:  

“A promessa de vida no teu coração”

Pude assistir neste sábado à primeira exibição de Elis & Tom – Só Tinha de Ser Com Você, um dos principais títulos da edição deste ano do festival In Edit. O documentário de Roberto de Oliveira já seria um objeto de estudo por si só, afinal seu diretor, responsável por registrar a gravação desta obra-prima, sentou-se sobre estas imagens por mais de cinco décadas e transformou a expectativa em relação ao filme quase um personagem coadjuvante de sua criação.

Assista ao teaser e continue lendo abaixo:  

E se a inteligência artificial ampliasse capas de discos brasileiras?

No Twitter, o Jéferfon Menezes publicou o resultado das provocações que fez a um programa de inteligência artificial para que este completasse capas de discos clássicos brasileiros para além de suas fronteiras visuais – e como essa tal de IA viaja…

Veja os outros abaixo:  

50 anos do Phono 73

Imagine um festival reunindo Chico Buarque, Caetano Veloso, Maria Bethania, Elis Regina, Jorge Ben, Gilberto Gil, Nara Leão, Wilson Simonal, Vinícius de Moraes, Toquinho, Raul Seixas, Jair Rodrigues, Wilson Simonal, Erasmo Carlos, Jorge Mautner, Jards Macalé, Sergio Sampaio, MPB4, Wanderléa, Odair José e muitos outros artistas no auge da ditadura militar dos anos 70 — e também da chamada MPB? O Phono 73 aconteceu há 50 anos, quando, nos dias 11, 12 e 13 de maio de 1973, o Palácio de Convenções do Anhembi, em São Paulo, foi inaugurado com este elenco estelar, que fazia parte da principal gravadora do gênero à época, a Phonogram, liderada pelo visionário André Midani. Foi ele que vislumbrou um festival em que os artistas nao competiam e sim colaboravam, gerando encontros históricos como o que fez Gil e Chico criar o hino antiditadura “Cálice” (que nao foi tocado por censura prévia, fazendo com que o baiano mostrasse a música dias depois no histórico show que fez na USP, poucos dias depois), que reuniu Caetano Veloso e Odair José para cantar a polêmica “Eu Vou Tirar Você Deste Lugar” (um dos primeiros hits do segundo, sobre prostituição) e colocou Gil e Jorge Ben para tocar juntos pela primeira vez a clássica “Filhos de Gandhi”. O festival foi registrado para se transformar em filme, mas infelizmente pouco mais de meia hora sobreviveu ao tempo. Felizmente esse pouco que sobrou foi parar no YouTube, para nossa alegria. Saca só.

Assista abaixo.  

Vida Fodona #770: Batendo perna por aí

Às ruas.

Ouça aqui.  

Vida Fodona #767: Tudo vermelho

Bora nessa, Lulinha!

Ouça aqui.  

Vida Fodona #762: Vamos voltar pros anos 70

Tava com saudade?

Ouça aqui.  

Como Elis Regina e Nara Leão inventaram a MPB

O dia 19 de janeiro une duas das maiores sumidades da música brasileira e o deste ano marca os 80 anos de Nara Leão e os 40 anos da morte de Elis Regina. Duas das personalidades mais fortes da história do Brasil, elas mexeram com nossa cultura para além da música, mas também forjaram o que chamamos hoje em dia de MPB, seja misturando gêneros musicais distintos ou descobrindo autores considerados hoje clássicos. Falei sobre o documentário sobre a Nara Leão de Renato Terra e os projetos relacionados à efeméride de Elis (incluindo o tão aguardado filme sobre a gravação do Elis & Tom, o nosso Get Back) em mais uma colaboração para o site da CNN Brasil – e também conversei com o próprio Renato, com os biógrafos das duas (Tom Cardoso e Júlio Maria), com Patrícia Palumbo e com João Marcello Bôscoli sobre a importância das duas, que chegaram a ser rivais (ah quando a polarização que tínhamos era essa…), para nosso país.  

1972 na música brasileira

Começo, nessa sexta-feira, um especial para o site da CNN Brasil em que apresento vinte clássicos da música brasileira que completam meio século neste 2022. 1972 foi um ano mágico para a música e por aqui assistiu ao lançamento de discos que praticamente determinaram o que escutamos hoje. A primeira parte da lista inclui o Transa do Caetano Veloso, o Expresso 2222 do Gilberto Gil, o Elis da Elis Regina, o Sonhos e Memórias: 1941-1972 do Erasmo, o Ben do Jorge Ben e o disco de estreia do Jards Macalé. Os outros discos surgem no sábado e no domingo, aviso por aqui.