Drokk: A distopia oitentista de um Portishead

, por Alexandre Matias

Se Beth Gibbons é o coração e Adrian Utley a alma do Portishead, Geoff Barrow é o cérebro do grupo de Bristol – e ele se juntou ao compositor Ben Salisbury, autor de trilhas sonoras para filmes e documentários, para criar Drokk: Music inspired by Mega​-​City One, uma ode às trilhas dos filmes de John Carpenter (feitas pelo próprio diretor) e ao universo sonoro do cyberpunk oitentista. Tenso, eletrônico, hermético e retrô, o disco – como entrega o título – funciona como materialização sonora da Gotham City de um dos poucos antiheróis futuristas da Inglaterra, Judge Dredd, quadrinho que John Wagner e Carlos Ezquerra publicavam na 2000 A.D. E nos lembra de um lado sombrio dos anos 80 que, se não abandonava o neon típico da época, fugia do gótico do século 19 rumo a uma distopia muito mais perigosa e ameaçadora que a individual, celebrada pelos filhotes do romantismo tradicional. Outro disco que desponto como forte candidato para os melhores de 2012.

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