Mudamos mais uma vez o tema do programa em cima da hora porque neste sábado o Spike Lee vai realizar sua block party em homenagem ao Michael Jackson pela primeira vez online. Foi a deixa para que eu e Dodô discutíssemos sobre a importância deste que, mesmo após sua vertiginosa queda de popularidade, escândalos e morte, segue como nosso principal paradigma de rei do pop – e não só da música!
Íamos falar de Juntatribo, mas Lovecraft Country, a nova série de horror da HBO, nos fisgou logo após seu primeiro episódio, por isso pulamos o festival indie campineiro para dedicar a edição desta semana do DM à investigação da obra e do personagem que inspiraram a série, o incel chamado H.P. Lovecraft, bem como a história de seu legado e sua mitologia, que foi parar inclusive nas mãos de Alan Moore. Também celebramos as cabeças por trás da série – nominalmente JJ Abrams, Jordan Peele e Misha Green – e descobrimos que o futuro da era de Aquário é o Grande Lebowski.
Um assunto que eu e Dodô acalentamos desde o início do programa é uma viagem no tempo para a época da ditadura militar, quando éramos crianças e adolescentes. Portanto, nesta edição do DM, mergulhamos no passado para falar da esquerda de ontem e de hoje, o impacto da ditadura na cultura e no Brasil como um todo, o que também é gancho pro Dodô contar causos envolvendo João Gilberto, sua estreia no teatro ainda criança e a história de uma mala que veio da Bolívia.
A primeira live que Caetano Veloso fez serviu de inspiração para que eu e Dodô Azevedo falássemos sobre a luz que o velho baiano joga sobre nossa cultura e a importância desta transmissão ao vivo a partir de diferentes contextos – desde a estante à família, da direção à duração, do repertório à Paula Lavigne -, em mais uma DM gigantesca. Isso sem contar o Superbug!
Escolhemos a morte como o assunto da vez – e cogitamos o que pode acontecer quando uma geração de ídolos nascidos na década da Segunda Guerra Mundial. Isso é gancho para falarmos sobre deseducação, capitalismo estrutural, a nova velhice e o legado da cineasta belga.
A gente tinha um assunto em mente para a edição desta semana do DM, mas o deixamos de lado à medida em que começamos a falar sobre vários outros assuntos, entre molecagens politicamente incorretas, a continuação do jogo The Last of Us, além de eu ter pedido pro Dodô ler um trecho da distopia pós-coronavírus que ele cogitou no domingo na Folha de São Paulo. E conseguimos fazer um programa mais curto, é sério!
Dodô puxou um programa sobre memórias, mas antes falamos sobre frio no Rio (20 graus é frio!), a surpresa que ele está armando pro domingo e depois lembramos de momentos em salas de cinema, shows antológicos pro bem ou pro mal, além de outros assuntos que inevitavelmente vêm à tona no meio dessa maravilhosa conversa fiada.
Segundo DM, o programa periódico (semanal? Ainda não sabemos) de conversas com o grande Dodô, resolvemos falar sobre comida e culinária durante a quarentena, num papo que nos levou ao princípio da história, à cozinha como laboratório, à volta do matriarcado e à ressurreição da cultura oral, além do Dodô lançar seu curso sobre contracultura – isso tudo ao som de Specials, Dinosaur Jr. e Nina Simone.
Como prometi na semana passada, o papo com o Dodô se estica para além da edição passada do Bom Saber e ganha vida própria: DM é um programa dedicado à falação desenfreada sobre assuntos que pintarem em nossa telha. Nesta edição falamos de cinema: Kubrick, João Moreira Salles, Spielberg, Eduardo Coutinho e a lista segue…
Meu convidado desta semana consegue no programa de entrevistas Bom Saber consegue ver otimismo no futuro do Brasil, mesmo com a situação que estamos passando. Escritor e cronista carioca, o chapa Dodô Azevedo já fez música (foi baterista do grupo indie PELVs), escreveu livros (DJ Pessoal e Pessoas do Século Passado), produziu festas (Fofoca e Segredo) e dirigiu filmes (Girassol e Memória Tangerina) e atualmente assina a coluna Quadro Negro na Folha de São Paulo. Na conversa, partimos do assunto quarentena para falarmos sobre o momento que o movimento negro atravessa no país a partir da entrevista do filósofo Sílvio Almeida para o Roda Viva e como ele já está transformando o país há décadas. E a conversa com ele sempre abre janelas para outros múltiplos assuntos (até os bastidores da entrevista com o Kurt Cobain, que ele fez quando o Nirvana tocou no Brasil) e pontos de vistas, tanto que foi a mais longa entrevista até agora… E nos deu até uma ideia no final.
O Bom Saber é meu programa semanal de entrevistas que chega primeiro para quem colabora com meu trabalho, como uma das recompensas do **Clube Trabalho Sujo** – pergunte-me como colaborar respondendo a este email. Além de Dodô, já conversei com Bruno Torturra, Roberta Martinelli, Ian Black, Negro Leo, João Paulo Cuenca, Fernando Catatau, André Czarnobai e Alessandra Leão – todas as entrevistas podem ser assistidas aqui ou lá no meu canal no YouTube, assina lá.