Destaque

campusparty-2014

Participo mais uma vez da Campus Party nesta terça-feira, às 15h45, quando medio uma mesa sobre como a internet ampliou os horizontes da arte e da cultura, no palco Michelangelo, com a participação do escritor André “Cardoso” Czarnobai, da diretora Vera Egito e da modelo Michi Provensi. A mesa – que faz parte do conteúdo oferecido pela Galileu ao evento, consolidando mais um ano de parceriateria a participação do Emicida, mas ele teve problemas de saúde e não poderá participar.

primavera-2014

Vocês viram, né?

Foi bonito: Boogarins, Single Parents, Rodrigo Amarante, Black Drawing Chalks, Móveis Coloniais de Acaju e Caetano Veloso frequentarão os palcos do melhor festival que eu já fui, que acontece no final de maio, em Barcelona. Bonito um front generoso que não peca por favorecer um recorte específico da música brasileira (forçando, daria pra falar em indie-MPB, mas isso nem é um gênero como descarta os Móveis, os Single Parents e os Chalks).

E numa edição com uma escalação memorável – que pode não pecar por ter grandes headliners, mas isso um “problema” mais da indústria e das transformações do mercado que do festival em si (são poucos eventos que conseguem emplacar nomes com grande peso na segunda década do século 21).

Mas tire Arcade Fire, Queens of the Stone Age, Pixies, Nine Inch Nails (oi Lollapalooza Brasil), National, e o Kendrick Lamar da equação e imagine apenas shows de bandas como (ainda seguindo a ordem do cartaz) Neutral Milk Hotel, Disclosure, St. Vincent, Metronomy, Chvchers, Slowdive (!!! – aliás, o !!! também, perdoem-me a infâmia), Darkside, Dr. John, Haim, John Grant, Slint (!!! de novo), Mogwai, Television e Godspeed You! Black Emperor… Bandas se viessem para cá em palcos de médio porte por preços mais decentes (mais de cem dinheiros num show é algo bem pesado pro bolso, ponham na ponta do lápis), não nos obrigariam a cogitar viajar para ir a um festival na Europa ou nos Estados Unidos. E é aí que a música ganha um contrapeso considerável, ao notarmos, além dos shows, a forma como o público destes países é tratado em eventos do tipo. Talvez por isso seja bom vermos como as coisas funcionam em países que já tiveram a era do desbunde consumista que estamos vivendo para entender no que realmente vale pagar. Vai lá, assiste um monte de shows de bandas que quando vierem pra cá vão chegar custando uma bica – e, como você já viu o show, não precisa pagar pra ir.

Eu ainda não sei se vou, mas se você realmente cogitou, faça as contas e boa viagem.

E ficam duas questões no ar: o Caetano vai tocar o Transa na íntegra (como será que surgiu esse boato?)? E será que o Primavera tá querendo vir pro Brasil?

Abaixo, as bandas brasileiras que irão para essa edição do festival:

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01-arctic-monkeys02-umoPrint04-beyonce05-arcade-fire
06-darkside07-daftpunk08-boards-of-canada09-lorde10-garotas-suecas
11-mbv12-haim13_The_knife14-barbara-eugenia15-marcelo-jeneci
16-Toro-Y-Moi17-boogarins18-dumbogetsmad19-emicida20-mia
21-Sebadoh22-nick-cave23-cesrv24-BowiePrint
26-bonifrate27-passo-torto28-trio-eterno-suite-pistache30-don-l29-porto
31-Wado32-James-Blake33-Blood-Orange34-justin35-dorgas
36-apanhador-so37-phoenix38-paul-mccartney39-theinternet40-cicero
41-vampire-weekend42-franz43-felipe-cordeirobeck-fullcover45-muzak
46-atoms-for-peace47-mahmundi48-doamor49-karol-conkafaca

Estes são os melhores discos de 2013 e estas são as melhores músicas do ano passado (pra quem não ouviu, as reuni todas num mesmo Vida Fodona). Não caiam na armadilha de achar que esses são os discos que considero mais importante pra história da música ou os discos que mudaram o panorama musical no ano que passou. Tem disco que entrou em lista de melhores do ano que eu nem ouvi nem mesmo me dei ao trabalho ou discos de 2013 que só fui ouvir em 2014 (como o excelente disco do Saint Pepsi que o Tomás pinçou em sua lista ou disco do Men, citado pelo Silvano), do mesmo jeito que a maioria das revistas (que fecham sua edição de janeiro no meio de dezembro) não conseguiram incluir o disco da Beyoncé, lançado aos 45 do segundo tempo do ano passado.

Os discos escolhidos são os que mais ouvi e gostei durante o ano que passou. É critério de eleger melhores obras de arte produzidas num período determinado de 365 dias é arbitrário – e com a série de camadas culturais que coexistem hoje em dia, talvez estejamos ouvindo discos que soem como 1931, 1968, 1985 ou 2032 em pleno 2013. Foi-se o tempo que um único disco ou uma única música regia o zeitgeist, o mundo de nichos interligados que hoje formam o panorama do pop (em que até o mainstream – ou os mainstreams – virou um nicho) permite que cada um eleja sua trilha sonora como pano de fundo para sua vida. Muita gente passou o ano ouvindo músicas de outras épocas, resgatando as referências citadas no disco do Daft Punk, dissecando a discografia de Bruce Springsteen porque ele veio ao Brasil, desbravando a música africana graças à recente conexão África-São Paulo ou ouvindo as composições eruditas que Kubrick escolheu para musicar seus filmes. Foi-se o tempo em que uma publicação decidiu que o disco do fulano ou o filme do beltrano era quem melhor capturava o espírito daquela época e pronto, todos deviam acatar calados.

Hoje todos temos vozes, fazemos nossas listas e trilhas sonoras. Você pode gostar da minha lista, mas não da ordem dos discos. Ou talvez prefira separar os brasileiros dos gringos. Ou que na minha lista não entrou nenhum disco que entrou na sua. Tudo bem, não vou grilar com isso e espero que você também não grile. Me incomodo mais com o fato de não ter escrito ao menos um parágrafo para cada um dos discos e músicas ou de linkar pra onde dá pra ouvir esse ou aquele álbum como gostaria de ter feito, mas o tempo urge e prefiro deixar apenas a lista na íntegra do que deixar o trabalho pela metade.

E com esse post, começo a pisar de fato em 2014. O Trabalho Sujo volta aos poucos às atividades normais e, já adianto, mudanças virão.

Afinal, elas sempre vêm.

trackers25janeiro2014

Ah, o verão… A melhor estação do ano, aquela em que o calor humano e o solar se unem numa celebração de cores, sabores e sons… E o verão de 2014 tá daqueles – por isso vamos celebrá-lo daquele jeito, com mais um capítulo de nosso experimento pop na sede da Associação Brasileira de Empresários de Diversões, no centro da maior cidade da América do Sul, em pleno aniversário de 460 anos. Desta vez, nosso happening psicodélico transdimensional movido a música e alto astral vem capitaneado pelos condutores da Noite Trabalho Sujo (Alexandre Matias + Luiz Pattoli + Babee + Danilo Cabral), que convidaram as duplas Missin Link (Daniel Prazeres e Vanessa Gusmão) e os célebres Selvagem (Augusto Olivani e Millos Kaiser) para transformar a noite do sábado para o domingo em uma comemoração ao prazer de estar vivo. Nosso experimento coletivo começa a partir das 23h45 no mesmo lugar de sempre, a querida Trackers (R. Dom José de Barros, 337). Só entra no evento quem confirmar a presença pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com até às 20h do dia do acontecimento.

TRABALHO SUJO VERÃO 2014
Sábado, 25 de janeiro de 2014
Pista 1: Alexandre Matias, Luiz Pattoli, Babee e Danilo Cabral
Pista 2: Daniel Prazeres e Vanessa Gusmão + Augusto Olivani e Millos Kaiser
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
A partir das 23h45.
Entrada: R$ 25 (até a 1h) e R$ 35 (da 1h em diante) apenas com nome na lista através do email noitestrabalhosujo@gmail.com

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Em busca do tempo perdido.
Warpaint – “Biggy”
Rosie Mankato – “Chino”
My Magical Glowing Lens – “I Will Never Find”
Damon Albarn – “Everyday Robots”
Stephen Malkmus & the Jicks – “Planetary Motion”
Who Made Who – “Space for Rent”
Metronomy – “Love Letters”
Lorde – “Team”
Arcade Fire – “It’s Never Over (Oh Orpheus)”
Disclosure + Mary J. Blige – “F For You”
Blood Orange – “You’re Not Good Enough (Holy Ghost! Bootleg)”
Janelle Monáe + Erykah Badu – “Q.U.E.E.N.”
Diana – “Por Que Brigamos?”

Chegaê.

noites24janeiro2014

E ferve o verão 2014! Pra continuar nesse clima quente, quem comanda a Noite Trabalho Sujo desta sexta-feira é o bróder Danilo Cabral que convidou a amada Ligia Helena para novamente encher a cabine do Alberta #3 de amor e hits certeiros. Enquanto Danilo passei por indieces e clássicos do pop, Ligia vai na linha do R&B e hits de todas as épocas. E o clima é aquele que você já conhece: alto astral no talo! E pra chegar na melhor sexta de São Paulo, é só seguir o rumo dado no site do Alberta #3 ou na página do evento do Facebook – e quem quiser mandar nomes pra lista de desconto é só acionar pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com até às 20h ,combinado? O finde promete!

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A Balaclava Records, daqui de São Paulo, começou 2014 à toda – além de confirmar a vinda do Sebadoh ao Brasil em abril (como eu havia suspeitado no ano passado) -, abrem os trabalhos do ano lançando o primeiro trabalho solo de Roberto Kramer, da banda pernambucana Team.Radio. Roberto lança este primeiro disco solo, batizado de Allegory EP, sob a alcunha de RØKR, e explica melhor o trabalho:

“A produção deste primeiro material solo vem desde 2010, mas acabei o deixando de lado na época, por conta de outras prioridades e pela desmotivação no faz/refaz do processo todo. No início de 2012, resolvi me dedicar de vez ao projeto e defini as canções que entrariam no EP. Nesse período, comecei a estudar sobre música eletrônica e acredito que evoluí muito desde então. Como referências para o disco, ouvia The Radio Dept., My Bloody Valentine, Neal Hefti, Chet Atkins, Clube da Esquina, Beach Boys, Shugo Tokumaru, Happy End. A mistura de influências deu a sonoridade do pop melancólico que eu buscava, eu chamo de “estranho extravagante”. O Allegory serve como um esboço do disco cheio que estou trabalhando agora. Pretendo lançar ainda este ano, também em parceria com a Balaclava Records.”

Ele liberou uma música do novo disco pra cá – saca só “Never Enough” aí embaixo. O disco pode ser ouvido inteiro no Soundcloud e já está à venda no iTunes.

faca

Integrante da Trupe Chá de Boldo, Gustavo Galo prepara-se para lançar seu primeiro disco solo, batizado apenas de Asa, e liberou uma das músicas, “Um Garoto”, para o Trabalho Sujo. Ele a comenta:

“Um Garoto” nasceu de uma conversa antiga com Tatá Aeroplano. Na época, ele estava juntando uma grana para assistir a um show do Leonard Cohen. Acho que era na Argentina, não lembro direito. Fiquei pensando nesse gesto e me perguntei por qual artista eu faria o mesmo. Pouco tempo depois li o livro Só Garotos da Patti Smith, no qual ela conta a história da relação entre ela e o Robert Mapplethorpe, a convivência no Chelsea Hotel, a paixão pelo Rimbaud. Já gostava muito do som da Patti Smith mas conhecia somente o Horses e o Radio Ethiopia. Sob efeito do livro acabei baixando tudo o que ela fez. Em dez minutos fiz um ‘inventário’ do que eu tinha de mais valioso para assistir um show da Patti Smith: alguns vinis, dois ternos, meu colchão e outras quinquilharias. No final, dei risada porque vendendo isso não conseguiria nem sair de São Paulo. Na letra eu só não vendo o violão. A Lucinha Turnbull sempre curtiu essa música. Por conta do rock, da força das mulheres roqueiras, por eu ser muito fã do modo como ela toca e canta convidei-a para gravar essa faixa no disco. Pra mim foi um presente e tanto.

Ouça-a abaixo:

noites17janeiro2014

Seguindo a saga do verão 2014, a edição desta semana da melhor sexta-feira de São Paulo fica na mão do velho compadre Luiz Pattoli, que convocou seus primos Daniel Claudio e Luciana Mancini para dividir a cabine do porão do Alberta #3, prometendo não deixar ninguém parado! E antes dos três tomarem conta da noite, que inicia os trabalhos é o escritor carioca e bon vivant João Paulo Cuenca, que dá um gostinho de sua recém inaugurada festa vespertina carioca Mojito. O leque de música desta sexta, portanto, vai dos hits mais grudentos da música pop a hinos hipsters que ninguém ainda ouvido. As coordenadas pra melhor sexta de São Paulo, você sabe – estão tanto no site do Alberta #3 quanto na página do evento do Facebook – e os nomes pra lista de desconto seguem pro email noitestrabalhosujo@gmail.com até às 20h ,combinado? A sexta vai ser daquelas!

nts-2014-10-01-00

As comemorações do meu aniversário começaram suave com a sexta em que dividi as picapes com o Camilo na Noite Trabalho Sujo do Alberta. Foi demais, como dá pra sacar pelas fotos do Bira, logo abaixo.

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