Colaboro mais uma vez com a ótima Revista Helena, desta vez escrevendo o ensaio “Interferir, mexer, remixar“, que versa sobre como a tecnologia moderna está destruindo o conceito de indústria cultural para reinventar um novo parâmetro de cultura, com a ascensão do prosumer – produtor e consumidor – antevisto por Marshall McLuhan (sempre ele). O texto vem ilustrado pelas belas colagens da querida Babee Scarambone e esta edição da revista ainda conta com um papo de Kamille Viola com Rogerio Skylab, uma entrevista com José Ramos Tinhorão, Roberto Mugiatii lembrando do inverno de 1962 em Londres, uma linda HQ do Guazzelli, um conto de Carol Bensimon, a celebração no aniversário do romance Avalovara, de Osman lins, entre outras ótimas pautas – confere lá.
Minha coluna desta semana no Link relaciona a renúncia do papa à recente discussão sobre o vazio cultural brasileiro deste século.
A nova cultura brasileira é produzida na internet
O novo Tom Jobim não vai sair do trio elétrico
Eu havia acabado de reabastecer meu copo de caju amigo quando me conectei à internet. Era segunda de carnaval e estava longe da rede, num canto do litoral paulista em que o celular só pega na praia. Estava pronto para fotografar uma rara manhã de sol deste verão quando a notícia chegou, nem lembro se por Twitter, Facebook, e-mail ou Instagram.
Em poucos minutos, todos estes ambientes falavam do mesmo assunto: o papa tinha renunciado. Comentei com a minha mulher e sua primeira pergunta foi a mesma que tive: “E pode?”. Li algumas manchetes para ela, conversamos preguiçosamente sobre o tema e voltamos a lagartear sob o sol.
Só quando voltei do feriado me deparei com a avalanche de piadas, paródias, remixes, mashups, montagens, memes e todo tipo de gracinha que a internet nos premia diariamente. Segundo o site Know Your Meme, melhor catálogo dessas manifestações, a primeira piada visual sobre a renúncia do papa foi uma foto de Bento XVI acompanhada da legenda: “Escolhido por Deus. Desiste”.
Mas em pouco tempo as piadas saíam do âmbito religioso, político e sexual (afinal é inevitável associar a notícia aos casos pedofilia envolvendo integrantes da igreja), até chegar ao puro nonsense típico deste humor da internet.
Entre as brincadeiras, estavam os inevitáveis mashups de outros memes. O cartaz de Keep Calm & Carry On virou Keep Calm & Resign. O “Hope” – esperança, em inglês – com a cara de Barack Obama foi substituído por “Pope” – papa – ou “Flop” – fracasso, – com a cara de Joseph Ratzinger.
Outra piada aproveitava a semelhança física do papa com o Imperador da trilogia original de Guerra nas Estrelas para rir de uma “coincidência” entre a renúncia e o anúncio sobre os três novos filmes da grife de George Lucas. Já o usuário do Twitter Six Form Poet escreveu: “o papa dificilmente é a primeira pessoa a perder o interesse em seu trabalho depois que entrou no Twitter”.
Como milhões todos os dias, me inteiro das novidades da sucessão papal entre posts no Facebook, imagens que amigos me mandam por e-mail ou links no YouTube, ao mesmo tempo em que rio das piadas. São uma válvula de escape para a enxurrada de notícias a que somos submetidos diariamente e que logo deixam de ser novidade.
No começo essas apropriações humorísticas eram tímidas e aconteciam aos poucos. Mas, à medida se multiplicam, começam a se cruzar, a se autorreferir, a brincar umas com as outras. Quase todo mundo que está online percebeu que piadas e brincadeiras com notícias e modinhas foram se sobrepondo depois que Facebook e Twitter se firmaram como as principais forças sociais na internet.
A novidade é que isso não é simplesmente um monte de piadinha trocada por alguns conhecidos que, graças à internet, ganharam projeção global. É a produção cultural atual. Na semana passada, uma série de artigos, matérias e entrevistas questionou uma dita parca produção cultural brasileira, que no século 21 estaria rodando em parafuso. Os exemplos citados quase sempre esbarravam na música – artistas como Michel Teló e Gusttavo Lima.
Nem quero entrar no mérito da qualidade ou do bom gosto (réguas beeeem subjetivas), mas é sério que estão esperando encontrar o novo Tom Jobim em um trio elétrico? Ou que o novo Glauber Rocha saia de um best-seller bancado pela Petrobrás?
As cabeças que questionam a ausência do novo sofrem da síndrome de nostalgia ilustrada por Woody Allen na sua fábula Meia-Noite em Paris. Elas se irritam quando ligam o rádio, mas não buscam artistas novos e muitas vezes não sabem nem baixar MP3. E caçam novidades em livros, discos, filmes e peças de teatro quando é provável que elas não venham empacotadas nestes formatos.
O exemplo das piadas produzidas após a renúncia do papa é apenas um. Toda semana tem outros tantos. E o Brasil é uma potência nesse sentido. Só não vê quem não quer.
Minha coluna no Link de segunda-feira foi sobre novos hábitos digitais e um pouco de tolerância no ano que vem.
Uma sugestão de resolução de ano novo que vale para todos
Convivemos com velhos e novos hábitos
Fim de ano é sempre a mesma coisa: além das compras e viagens, as pessoas aproveitam para fazer aquela reflexão. Esse momento, na maioria das vezes, se traduz em listas: melhores do ano, resoluções, presentes, convidados, metas.
O site Gawker fez uma dessas, mas, em vez de pensar no melhor do ano, listou o pior. Entre os itens, modinhas hipster (calças skinny, bigodes irônicos), acessórios engraçadinhos (calçados com dedos) e itens do universo do Link, como perfis no Twitter criados para parodiar personalidades, fotos de comida no Instagram e fones de 300 dólares.
Queria aproveitar a deixa para falar de hábitos digitais e, em vez de apenas apontar o que não deveríamos fazer, refletir sobre nossa ética, etiqueta e educação em relação ao novo século digital.
Costumamos rir de nossos pais quando narramos suas desventuras pela internet. A mãe que manda lembranças com palavras meigas no meio de uma discussão acalorada no Facebook. O pai que forwardeia todo e-mail sobre um novo golpe. Ela entope o MSN de emoticons, coleciona power points e tagueia você em fotos da sua adolescência que você não queria que tivessem sido registradas. Ele compartilha listas de piadas d’antanho, descobriu ontem o Battle at Kruger (o clássico vídeo em que um rebanho de búfalos defende um bezerro na savana africana) e manda e-mails desmentindo lendas urbanas. Os dois ainda usam o Internet Explorer, riem “kkkkkk” e perguntam como faz para fazer a carinha sorridente no Facebook.
Rimos com uma camada falsa de superioridade, só porque nos acostumamos com a rede antes de nossos pais. Mas nós também nos comportamos mal online. São gestos que parecem triviais, mas que demonstram tanta falta de familiaridade com a internet quanto nossos pais.
Vivemos uma transição, o que faz muitos se sentirem melhores apenas por usarem os meios digitais há mais tempo. O comentário “old” (velho, em inglês) – dito mesmo em discussões em português quando alguém linka algo achando que é o primeiro a trazer aquela informação – serve como diagnóstico deste momento. A cultura de internet ainda é cíclica – se você se sente decano por ter usado internet nos tempos de conexão discada, saiba que milhões de novos usuários vão conectar-se pela primeira vez usando celulares. E vão descobrir o prazer de mandar vídeos para amigos, quebrar a cabeça até entender o humor nonsense da rede e divertir-se com gifs animados. Eles, como nossos pais, escrevem com o Caps Lock ligado sem saber que isso é como gritar. Colocam imagens na assinatura do e-mail, cumprimentam celebridades no Twitter como se elas fossem responder, acreditam em sites de notícias falsas.
A primeira reação de quem já habita a internet é tratar os novatos com repúdio, ironia ou pena. E, ao fazer isso, estamos sendo tão sem noção quanto os que acabaram de entrar.
Vai chegar o momento em que não vamos mais conseguir nos desconectar. Nossos celulares-computadores estão online o tempo todo. Em questão de anos estaremos organicamente conectados – não custa lembrar que o projeto original do Google Glasses não era um óculos, mas uma lente de contato.
Gosto de comparar o mundo online e offline com a terra e a água, e estamos vivendo aquele momento em que deixamos de ser animais terrestres para nos tornarmos anfíbios. Para quem já sabe respirar dentro da água da internet, qualquer tentativa atrapalhada de nadar parece ridícula. Calma. Houve um dia que não soubemos nadar.
Por isso, listo apenas um item que devemos abandonar em 2013. A impaciência. Em vez de rir, ensine. Em vez zangar-se, mostre. Uma das grandes vantagens da internet é sua natureza colaborativa, que pode nos fazer sair dessa era de individualismo bizarro para voltar a conviver uns com os outros.
Isso também vale para o mundo offline. Mas se começarmos a pensar nisso com a internet como cenário, torna-se mais fácil chegar ao próximo estágio.
Vi no P2P.
Semana passada, entrevistei o Clay Shirky pela segunda vez (a primeira foi em novembro de 2009, em Nova York), e aproveitei a passagem do pai do conceito de crowdsourcing para perguntar-lhe sobre se o que vem ocorrendo nos países árabes e na Espanha tem a ver com o século digital e quais os desdobramentos desses acontecimentos na política do futuro, a curto prazo. No vídeo abaixo, ele repete pro vídeo o que já tinha falado na entrevista e se aprofunda no assunto a seguir.
“Você não pode ser uma economia moderna se as pessoas não tiverem celulares em seus bolsos”
Clay Shirky explica como as revoluções no Oriente Médio e na Espanha nasceram em nova paisagem de mídia, criada por celulares e redes sociais
Quando entrevistei Clay Shirky pela primeira vez, em novembro de 2009, em Nova York, ele estava começando a ser reconhecido como um dos principais pensadores da cultura digital, graças ao seu Here Comes Everybody (2008, ainda não publicado no Brasil) e terminava a pesquisa que se tornaria seu livro do ano passado, Cognitive Surplus (lançado no Brasil com o título de A Cultura da Participação, leia abaixo). Na época, ele festejava a condição do Brasil como um dos primeiros países a abraçar a cultura digital como regra – e como a natureza coletiva e desregrada do País conversava com o tema principal de seu livro, o crowdsourcing, que permite que multidões produzam algo coletivamente sem que necessariamente se conheçam pessoalmente.
Três anos depois, Shirky visita o País mais uma vez num cenário global bem diferente. Ao mesmo tempo em que o Brasil cresce para se tornar um dos principais agentes políticos do mundo – e sua população cada vez mais submerge no mundo digital graças às redes sociais e celulares –, pipocam pelo planeta levantes e revoltas populares que têm a internet como principal ferramenta. E meu novo papo com ele inevitavelmente girou ao redor destes dois temas.
O que une os acontecimentos recentes nos países árabes e na Espanha em termos do impacto das tecnologias digitais na atual paisagem política?
Bem, se você olhar para Tunísia e Egito já dá para traçar um padrão em que três mudanças só ocorreram graças à nova paisagem de mídia. Um: ela permite que as pessoas sincronizem suas visões de mundo rapidamente. No Egito há o movimento kifaya, que significa “basta”. Nele, emboras várias pessoas divergissem sobre muitos assuntos, todos concordavam que já tinham tido o suficiente de Mubarak. Esse movimento começou em 2004, anos antes do levante de 25 de janeiro deste ano. Foi ele que permitiu que pessoas pudessem perceber que achavam ruim a vida sob aquele governo, que outras pessoas também haviam percebido isso, mas, mais importante, que todo mundo sabia que todos achavam que a vida estava ruim. É quando há essa sincronização. E quando a população está sincronizada, é hora de partir para a ação.
A segunda mudança foi a coordenação, e Egito e Espanha ilustram, que é a habilidade das pessoas se organizarem para fazer um ato contra o governo sem usar qualquer tipo de mídia financiada pelo Estado. É uma mudança formidável e fácil ser percebida.
E a terceira mudança é a documentação, o que para mim é a mais surpreendente. Acontece que, até o Kadafi, até o mais maluco de todos os tiranos no atual cenário político, não gosta de assassinar seus próprios cidadãos à luz do dia. Mesmo quando ele estava sob a maior pressão militar possível, ele ainda fazia seus guarda-costas revistarem todas as pessoas que saíam do país em busca de celulares ou câmeras, pois não queria que nenhuma prova vazasse para fora de suas fronteiras.
Na China, quase ninguém conhece a foto icônica do sujeito parando sozinho os três tanques na Praça da Paz Celestial. O governo conseguiu manter, de forma bem sucedida, aquela imagem fora da consciência pública. Hoje, é quase impossível que haja um massacre daquelas proporções em qualquer lugar do mundo e que ele não seja documentado por câmeras de celular e enviado para o mundo imediatamente ou em poucos dias.
São essas três mudanças – sincronização, coordenação e documentação – que estão em ação em qualquer um desses novos movimentos políticos que vemos ao redor do mundo.
E como essas três mudanças vão mudar a forma de fazer política em um futuro próximo?
O que vemos no Oriente Médio é algo que chamo de “o dilema dos ditadores”: você não pode ser uma economia moderna se as pessoas não tiverem celulares em seus bolsos! E se você dá para todos uma câmera que permite transmitir fotos e vídeos, você também não pode impor um blecaute de comunicações em seu país. Ao desconectar todos os telefones, você também está desconectando toda a atividade econômica. No curto prazo, o que vamos ver é que os governos ditatoriais tendem a se tornar ainda mais ditatoriais.
Mas esse movimento de sincronização também ocorre entre países, não?
Sim, o fato de estes movimentos terem se espalhado pelo mundo faz parecer que há algo no ar. Há manifestantes em Wisconsin, no meio-oeste americano, levantando cartazes com referência a Cairo. Os EUA são conhecidos por não prestarem atenção no resto do mundo, por isso quando um evento que acontece fora de suas fronteiras penetra na consciência dos americanos, isso é uma grande coisa. E aí gente em Wisconsin começa a pensar no Cairo, as pessoas na Espanha começam a se ver como parte de um movimento político transmediterrâneo, que os conecta com os árabes… Surge a possibilidade de esse movimento espalhar-se globalmente, da mesma forma sincronizada que aconteceu em 1968. E, mais uma vez, isso aterroriza os governos da China, de Mianmar e da Coreia do Norte. Eu poderia tentar adivinhar que há dois cenários possíveis: em um há um resultado modestamente positivo para uma dúzia de países no Oriente Médio, e em outro temos a sincronização mundial de fervor antiautoritário, mas eu não faço ideia do que iremos ver.
Outro movimento global que vem acontecendo é o que coloca a natureza livre da internet em jogo, no debate sobre a neutralidade de rede.
O mais curioso é que a maior parte dos negócios se beneficiaria disso, pelo mesmo motivo que se beneficia quando as companhias telefônicas não cobram comissão pelas vendas que são feitas pelo telefone. O mundo dos negócios precisa que os meios de comunicação sejam abertos para que ele funcione – foi assim com os correios e com o sistema telefônico. Só dois tipos de negócio querem destruir a neutralidade de rede: empresas de telecomunicação e de conteúdo.
É bem provável que nós, nos Estados Unidos, percamos a neutralidade de rede pois as empresas de conteúdo conseguem pressionar o Congresso. Mas eu não acho que iremos ver a neutralidade de rede cair no resto do mundo.
Não acho que isso irá acontecer, por exemplo, na Coreia do Sul. Acho que eles reconhecem que sua economia precisa manter-se aberta e se eles forem taxar cada menor negócio e transação de consumo isso não será bom para sua economia. Eu espero que os países que já estão discutindo a questão da neutralidade de rede de forma mais incisiva optem pelo modelo aberto, mas não posso subestimar o fato de que ela pode ser sequestrada por interesses de negócios que se sentem ameaçados por uma nova competição.
Você não acha que a indústria de conteúdo norte-americana já está sendo ameaçada pela produção de conteúdo de outros países? Filmes da Índia, desenhos animados do Japão…
Com certeza. Isso já está acontecendo. E esse momento acontece através do vídeo. Minha filha, por exemplo, foi para uma festa de aniversário em que a diversão eram danças de Bollywood! A ideia de Bollywood já é comum o suficiente na cultura norte-americana para fazer parte de festas de aniversário infantis. Os EUA estão muito acostumados a ser um exportador de indústria cultural e não perceber o que acontece no resto do mundo e acho que isso está mudando. E um dos fatores dessa mudança é o YouTube, que não respeita barreira geográficas. Vamos começar a ver a mesma coisa que aconteceu com a música nos anos 90 – que começou a importar a pureza de artistas tão diferentes quanto Sun Ra ou Buena Vista Social Club ao mesmo tempo em que havia o polo oposto, com a cultura do remix. Acho que vamos ver isso acontecer isso em vídeo. Uma mudança que já dá para notar é que geração de hoje é culturalmente menos insular que a geração de seus pais. Isso mudará a cultura americana, nos tornará mais permeáveis como consumidores e produtores.
Nesse sentido, qual é o papel do Brasil enquanto grande exportador de conteúdo?
Eu acho que vai ser cada vez mais difícil acontecer um novo tipo de imperialismo cultural, como o dos EUA no século 20, que tinha a ver com nossa postura de “líderes do mundo livre” em um ambiente bipolar. Isso tornou muito fácil para a cultura norte-americana se espalhar a ponto de podermos falar em imperialismo cultural.
Mas agora estamos num mundo multipolar, em que instituições não-estatais têm um impacto maior na geografia do que governos. Um mundo em que os indivíduos podem participar mais.
Um dos meus ex-alunos fez um trabalho sobre a cena de funk carioca no Rio de Janeiro e sempre me falava da enorme encruzilhada de remixes e tradições que se misturava nessas músicas. Assim, acho que a posição do Brasil como exportador de cultura é mais a de se tornar um ecossistema mais do a que um simples transmissor, como os EUA do século passado.
E qual é a maior contribuição do Brasil para o mundo nessa paisagem digital?
Vocês podem abraçar a cultura aberta e ser uma economia em crescimento ao mesmo tempo. O que os estúdios de Hollywood, os canais de TV e as gravadoras querem fazer as pessoas acreditarem de forma muito desesperada é que se não houver uma indústria cultural que controle rigidamente esse mercado duas coisas acontecerão: não haverá cultura e isso será ruim para o crescimento econômico. E o que eu acho que o Brasil está mostrando para o resto do mundo é que não só dá para ser uma cultura aberta e uma economia em ascensão como as duas coisas podem ajudar-se entre si.
Acompanhe:
I’m a modern man,
A man for the millennium,
Digital and smoke free.
A diversified multicultural postmodern deconstructionist,
Politically anatomically and ecologically incorrect.
I’ve been uplinked and downloaded.
I’ve been inputted and outsourced.
I know the upside of downsizing.
I know the downside of upgrading.
I’m a high tech lowlife.
A cutting edge state-of-the-art bicoastal multitasker,
And I can give you a gigabyte in a nanosecond.
I’m new wave but I’m old school,
And my inner child is outward bound.
I’m a hot wired heat seeking warm hearted cool customer,
Voice activated and biodegradable.
I interface from a database,
And my database is in cyberspace,
So I’m interactive,
I’m hyperactive,
And from time-to-time,
I’m radioactive.
Behind the eight ball,
Ahead of the curve,
Riding the wave,
Dodging a bullet,
Pushing the envelope.
I’m on point,
On task,
On message,
And off drugs.
I got no need for coke and speed,
I got no urge to binge and purge.
I’m in the moment,
On the edge,
Over the top,
But under the radar.
A high concept,
Low profile,
Medium range ballistic missionary.
A street-wise smart bomb.
A top gun bottom feeder.
I wear power ties,
I tell power lies,
I take power naps,
I run victory laps.
I’m a totally ongoing bigfoot slam dunk rainmaker with a proactive outreach.
A raging workaholic.
A working ragaholic.
Out of rehab,
And in denial.
I got a personal trainer,
A personal shopper,
A personal assistant,
And a personal agenda.
You can’t shut me up,
You can’t dumb me down.
‘Cause I’m tireless,
And I’m wireless.
I’m an alpha male on beta blockers.
I’m a non-believer and an over-achiever.
Laid back but fashion forward.
Up front,
Down home,
Low rent,
High maintenance.
Super size,
Long lasting,
High definition,
Fast acting,
Oven ready,
And built to last.
I’m a hands on,
Foot loose,
Knee jerk,
Head case.
Prematurely post traumatic,
And I have a love child who sends me hate mail.
But I’m feeling,
I’m caring,
I’m healing,
I’m sharing.
A supportive bonding nurturing primary care giver.
My output is down,
But my income is up.
I take a short position on the long bond,
And my revenue stream has its own cash flow.
I read junk mail,
I eat junk food,
I buy junk bonds,
I watch trash sports.
I’m gender specific,
Capital intensive,
User friendly,
And lactose intolerant.
I like rough sex.
I like rough sex.
I like tough love.
I use the f word in my email,
And the software on my hard drive is hard core, no soft porn.
I bought a microwave at a mini mall.
I bought a mini van in a mega store.
I eat fast food in the slow lane.
I’m toll free,
Bite sized,
Ready to wear,
And I come in all sizes.
A fully equipped,
Factory authorized,
Hospital tested,
Clinically proven,
Scientifically formulated medical miracle.
I’ve been pre-washed,
Pre-cooked,
Pre-heated,
Pre-screened,
Pre-approved,
Pre-packaged,
Post-dated,
Freeze-dried,
Double-wrapped,
Vacuum-packed,
And I have an unlimited broadband capacity.
I’m a rude dude,
But I’m the real deal.
Lean and mean.
Cocked, locked and ready to rock.
Rough tough and hard to bluff.
I take it slow.
I go with the flow.
I ride with the tide.
I got glide in my stride.
Drivin’ and movin’,
Sailin’ and spinnin’,
Jivin’ and groovin’,
Wailin’ and winnin’.
I don’t snooze,
So I don’t lose.
I keep the pedal to the metal,
And the rubber on the road.
I party hearty,
And lunch time is crunch time.
I’m hanging in,
There ain’t no doubt.
And I’m hanging tough,
Over and out.
Nota 10. Via Open Culture.
Que frase:
“As melhores mentes da minha geração estão pensando em como fazer as pessoas clicarem em anúncios. Isso é um saco!”
Jeff Hammerbacher, no novo livro The Filter Bubble, destacado pelo Tiago Dória. A imagem eu tirei daqui.
Mais uma do Improv Everywhere.
Um milagre moderno.
Dez minutos de vídeo, permita-se esse pequeno intervalo de reflexão. A Helô já tinha falado dele.