Em mais uma versão que compartilha com os seguidores de sua newsletter Starship Casual, o senhor Wilco Jeff Tweedy aventura-se por um dos grandes momentos de Bob Dylan (a imortal “Forever Young”) depois de fazer shows na turnê Outlaw, em que Dylan, ao lado de outros gigantes ancestrais, como Willie Nelson e Lucinda Williams, tem cruzado os EUA. Assistir a shows ímpares de seus grandes ídolos inspirou Jeff a refletir sobre envelhecimento e mortalidade ao regravar o clássico e a escrever sobre este momento, que traduzo abaixo:
O Suede está lançando disco novo – Antidepressants – e passou pelo programa Sofa Session, que a radialista inglesa Jo Whiley tem na BBC 2, quando foi convidado a fazer uma versão de uma música conhecida e fez bonito ao escolher uma das melhores canções de Bruce Springsteen, a pop “Hungry Heart”, que soou um pouco mais pesada que a original, deixando o vocalista Brett Anderson à vontade para deslizar sobre a música.
Caroline Polachek fez um show na quinta passada na galeria de arte Aspen Art Museum, nos EUA, quando aproveitou a deixa para visitar uma das canções mais clássicas e densas de Nick Drake, a excelente “River Man”, que atingiu outra dimensão graças aos vocais de Caroline. Veja abaixo:
Quinta passada Jeff Tweedy deixou seu salve pro Ozzy Osbourne ao mostrar uma versão solene, acústica e precisa de “War Pigs”, dos maiores clássicos do Black Sabbath, ao apresentar-se sozinho com seu violão na cidade de South Deerfield, no interior dos EUA. Assista abaixo:
Ao passar pelo estúdio da rádio australiana Triple J., a sensação indie Soccer Mommy – nome de trabalho da norte-americana – Sophia Allison aproveitou a deixa para celebrar seus ídolos do Pavement, gravando uma ótima versão para o clássico “Gold Soundz” – dica do @boom1945 -, assista abaixo:
Imagine você ter um show programado para fazer em Birmingham, cidade-natal de Ozzy Osbourne, no dia em que o inglês morreu. Foi o que aconteceu com Geordie Greep, que não pestanejou e fez sua banda tocar uma sequência de músicas do Black Sabbath e do próprio Ozzy logo no início de sua apresentação na casa noturna XOYO, na terça passada. O ex-Black Midi emendou um medley instrumental com “Symptom Of The Universe”, “War Pigs”, “N.I.B.”, “Paranoid”, “Sweet Leaf” e “Crazy Train”, cujos vocais ficaram por conta do próprio público. “É meio cafona falar esse tipo de coisa, mas é muito doido pensar que esses quatro caras fizeram essa música que mudou tudo vieram dessa cidade”, comentou logo depois da homenagem, dedicada a Ozzy. “Pensa nisso, você compra uma guitarra e vai ensaiar com a sua banda com doze anos de idade, toca essas músicas e parece que você tem superpoderes, é como se fosse mágica. E esses caras vieram dessa cidade, que não é exatamente Beverly Hills”. Não custa lembrar que Greep fez um dos grandes discos do ano passado (o ótimo The New Sound) e é uma das atrações que a Balaclava está trazendo para seu festival em novembro, quando toca antes de Yo La Tengo e do Stereolab.
O bom e velho Jeff Tweedy tem usado sua ótima newsletter – Starship Casual – como uma forma de manter um contato contínuo com os fãs e, ao mesmo tempo, gastar sua onda musical fazendo versões acústicas de canções que ama. Só que quando, na semana passada, ele deixou seus leitores escolher quais músicas ele poderia tocar, ficou impressionado com a quantidade de sugestões a ponto de nem conseguir processar tudo, mas prometendo que verá todas as canções que lhe assopraram por email para pegar alguns pedidos. E se impressionou com a quantidade de gente pedindo pra que ele tocasse músicas do Pavement – mais especificamente pedidos por “Range Life”. Foi a deixa pro líder do Wilco regravar o hino indie de forma intimista na edição mais recente de sua correspondência eletrônica e declarar seu amor pela banda de seus contemporâneos, pedindo desculpas por imitar o jeito do vocalista Stephen Malkmus cantar, como se não houvesse outra forma de cantar músicas dessa banda (talvez não haja mesmo). Ficou bom demais, saca só:
Se a Gracie Abrams puxou seu pop prum lado mais sério no começo do festival de Glastonbury deste ano ao cantar a mágica “Just Like Heaven” do Cure, Olivia Rodrigo falou ainda mais grosso ao tocar não apenas essa música do Cure, mas também “Friday I’m in Love”, ao encerrar o festival inglês no domingo com a presença de ninguém menos que o próprio senhor Cure, quando convocou o mago Robert Smith para dividir o palco com ela nas duas canções. Que momento! Deu até pra desculpar a Olivia por ter chamado o Ed Sheeran para dividir o palco com ela no show que ela fez no Hyde Park, em Londres, na sexta-feira anterior (e não custa lembrar que ela puxou David Byrne pro palco dia desses…).
Outro bom momento do festival de Glastonbury deste ano foi quando a banda inglesa Wolf Alice, às vésperas de lançar seu aguardado quarto álbum The Clearing, sacou nada menos que a imortal “Dreams”, do grupo Fleetwood Mac, no meio do repertório do show que fizeram no fim da tarde do domingo no festival inglês, com a vocalista Ellie Rowsell esbanjando carisma.
Mais uma vez Dua Lipa agrada ao público de um dos países por onde tem passado, rendendo uma versão de tirar o fôlego para um hit manjadaço. Foi assim nessa sexta-feira, quando, ao apresentar-se em Dublin, na Irlanda, preferiu não ir no óbvio, ao homenagear o U2 e, invertendo as letras, preferiu celebrar o maior hit de, como ela mesma disse antes de cantar a versão, “uma saudosa lenda irlandesa”, ao anunciar sua leitura para “Nothing Compares 2 U” que, apesar de escrita pelo Prince, tem sua versão definitiva gravada por Sinéad O’Connor, que morreu precocemente há dois anos. E, pra variar, Dua Lipa mostrou o quanto canta absurdamente em uma versão para se ouvir de joelhos.