“Uma música tem que mudar pra continuar viva”, escreveu Lykke Li para anunciar seu novo EP, Covers, lançado de surpresa nessa sexta-feira, “estou cantando essas músicas entre gravações, no chuveiro, para me acalmar do pesadelo de 100 horas em scroll, tudo que não posso dizer está na música”. Com apenas três músicas, o disco traz versões deslumbrantes e minimalistas para clássicos do pop como “Stand by Me” (de Ben E. King, regravada por John Lennon) e “Love Hurts” (dos Everly Brothers, regravada por Roy Orbison e pelo Nazareth) e o hino semirreligioso “Into My Arms”, de Nick Cave. “Adeus por enquanto”, despediu-se anunciando um novo disco, “mixar é um buraco de coelho, mas deus queira que o álbum irá sair, mesmo que toda esperança tenha acabado”. Esperamos.
O grupo norte-americano Yeah Yeah Yeahs começou uma nova turnê esta semana, priorizando apresentações intimistas em teatros e aproveitando essa oportunidade para resgatar músicas que nunca tocaram ao vivo (ou que não tocam nos palcos há anos) e fazer versões que canções que admiram. A turnê Hidden in Pieces começou na terça passada, quando o grupo apresentou-se no Fox Performing Arts Center, na Califórnia, e além de tocar “Little Shadow”, “Mars” e “Let Me Know” pela primeira vez ao vivo (e resgatar para os palcos “Mystery Girl”, “Warrior” e “Isis”, que tocaram pela última vez há quinze anos), também aproveitaram para saudar Björk em uma versão deslumbrante para “Hyperballad”, com direito a cordas. De chorar.
Olivia Rodrigo foi outra fã que chamou um ídolo para seu palco neste fim de semana, quando chamou ninguém menos que David Byrne para acompanhá-la em uma versão de “Burning Down the House” dos Talking Heads ao encerrar o segundo dia do festival nova-iorquino Governor’s Ball, neste sábado, com direito a coreografias e tudo mais. E isso só faz reforçar a sensação de que os Talking Heads estão preparando terreno para algo maior que apenas o clipe que anunciaram na semana passada.
Dois expoentes do barulho extremo – cada um à sua maneira – uniram suas forças para celebrar um de seus artistas favoritos, quando o grupo Napalm Death recebeu o eterno sonic youth Thurston Moore para participar de um tributo aos Ramones organizado pelo engenheiro de som ítalo-suíço Marc Urselli para a série Redux, organizada pela gravadora nova-iorquina Magnetic Eye. O resultado é uma versão fulminante com pouco mais de um minuto para o clássico “Now I Wanna Sniff Some Glue”, eternizado pelo grupo de Nova York em seu primeiro disco homônimo. Aperte os cintos e se segura!
Neste fim de semana Dua Lipa voltou pra fazer mais duas datas na Alemanha, em Munique, e no primeiro show ela preferiu jogar no rasinho e em vez de cantar uma música em alemão, preferiu escolher um hit alemão cantado em inglês (como já havia feito ao pinçar uma dos Scorpions na semana retrasada), ao puxar a baladaça “Forever Young” do grupo Alphaville. Bom, mas podia ser melhor, hein…
E no mesmo fim de semana do C6 e da Virada Cultural, Letrux lançou seu novo show no Sesc Guarilhos. Em 20 Anos Alternativa ela visita artistas contemporâneos em versões bem particulares. Nesse vídeo que ela publicou em seu Insta (com imagens do @sillas.h), ela mostra algumas músicas deste repertório mágico, como “Deixe-se Acreditar” (do Mombojó), “Tempo de Pipa” (do Cícero), “Bubuia” (da Céu), “Homem Velho” (do Cidadão Instigado), “Moon” (do Thiago Pethit), “Telepata” (do +2), “Toda Bêbada Canta” (da Silvia Machete), “Alala” (do Cansei de Ser Sexy), “Cavalo” (do No Porn), além de outras da Karina Buhr, da Ava Rocha, do Metá Metá, da Anelis Assumpção, do Bruno Capinam, do Curumin, do Cérebro Eletrônico, entre outros. Ela segue com o show em turnê neste fim de semana, quando passa por nessa sexta por Curitiba (no Stage Garden), no sábado em Porto Alegre (no Opinião) com mais datas em São Paulo no Sesc Pompeia (dias 20 e 21 de junho) e no Rio no Circo Voador (dia 4 de julho).
E Dua Lipa passou pelo desafio tcheco ao cantar uma música local como tem feito em sua turnê, ao fazer duas datas na República Tcheca. Mas duas músicas diferentes seria um pouco demais até pra ela, por isso na segunda vez que ela cantou o hit “Na Ostří Nože”, da cantora local Ewa Farma, ela convidou a própria para dividir os vocais nesta noite.
E mais uma vez Dua Lipa passou pela França, desta vez em dois shows em Paris, quando cantou hits franceses no idioma local, como tem feito em todos os shows de sua turnê deste ano. E se nos shows anteriores, que fez perto de Lyon, ela cantou Daft Punk e Indila, desta vez nas duas datas em Paris ela foi ainda mais séria no tema, ao puxar na sexta-feira o hit da diva Alizée “Moi… Lolita” e depois no sábado o hit de outra diva, Vanessa Paradis, “Be My Baby”, que apesar do título em inglês é cantada na língua local. A próxima parada é mais tensa, pois ela fará dois shows… na República Tcheca! Assista às versões em francês abaixo:
Ainda não veio o Kraftwerk… Em sua segunda apresentação na Alemanha nesta terça-feira, em Hamburgo, Dua Lipa escolheu nada menos que “Wind of Changes” do Scorpions, para saudar o público local, como vem fazendo em cada show de sua recente turnê. Mas a esperança não morreu, agora ela volta pra mais duas datas em Paris e depois faz outras duas na República Tcheca para voltar para mais dois shows na Alemanha, em Munique. Aí talvez o cover de Kraftwerk saia (e eu aposto em “Das Model”, cantada em alemão mesmo).
A turnê mundial de Dua Lipa entrou no continente europeu na semana passada mantendo o padrão que ela estabeleceu quando passou pela Oceania, e após apresentar sua banda em “These Walls”, vai para um palco menor no meio da plateia para cantar músicas de artistas de cada país em que ela passa. Foi assim quando esteve em Madri, quando saudou Enrique Iglesias cantando “Héro” e emocionou a todos pinçando “Me Gustas Tu” do repertório de Manu Chao. Quando passou pela França, nos dois shows que fez na cidade de Auvergne-Rhône-Alpes, perto de Lyon, cantou primeiro, em francês, a balada “Dernière Danse” da cantora Indila, e depois “Get Lucky” da dupla Daft Punk. E começou essa semana com dois shows em Hamburgo, o primeiro esta segunda, quando atreveu-se a cantar em alemão – e saiu-se bem! – o hit mundial da cantora new wave Nena, a imortal “99 Luftballons”. Ela faz outro show na cidade nessa terça… Será que ela vai tocar Kraftwerk?