Com duas datas na Nova Zelândia, não era muito difícil prever que os dois shows que Dua Lipa faria naquele país trariam dois dos maiores hits neo-zelandeses de todos os tempos, embora poucas pessoas além dos fãs destes artistas saibam que estas músicas vieram lá das bandas da Oceania. Depois de cantar “Royals” da Lorde em seu primeiro show no arquipélago no meio do Pacífico na quarta passada, nessa sexta a cantora inglesa escolheu o irresistível hit oitentista “Don’t Dream is Over” do grupo Crowded House, com a presença do próprio líder da banda no palco, Neil Finn. E como sempre, ela fez bonito. Sua próxima parada acontece no fim de semana que vem, quando ela começa o braço europeu de sua turnê mundial, começando pela Espanha. Alguém chuta o que ela pode cantar?
Outra bola cantada desde o início: nesta quarta-feira Dua Lipa fez seu primeiro show da nova turnê na Nova Zelândia e na hora de cantar uma música de um artista local em seu show,.sacou nada mais nada menos que o cartão de visitas de Lorde, “Royals”, numa ótima versão. Nessa e-sexta tem mais um show dela naquele país e minha aposta vai pra “Don’t Dream is Over”, do Crowded House…
Outro dia uma amiga publicou lembranças ressuscitadas pela internet e perguntava-se sobre o paradeiro de Wander Wildner, bardo gaúcho que liderou os Replicantes na fase de ouro do rock gaúcho e cuja carreira solo foi um dos alicerces da formação da atual cena independente. Sem lançar nada de novo desde 2021, no entanto, o heroico punk brega volta à atividade em 2025 ao lançar um disco composto apenas por versões de músicas alheias. Diversões Iluminadas será lançado nesta quinta-feira e traz Wander cantando clássicos de artistas das mais diferentes vertentes, de Echo & The Bunnymen (“The Killing Moon”) a Caetano Veloso (“Um Índio”), passando por Daniel Johnston (“True Love Will Find You in the End”), Novos Baianos (“Dê um Rolê”), Iggy Pop (“Beside You”), Bob Dylan (“Simple Twist of Fate”), Foo Fighters (“Times Like These”), Buzzard Buzzard Buzzard (“Lennon Is My Jesus Christ”), Ednardo (a imortal “Terral”), Secos & Molhados (“Sangue Latino”) e Nei Lisboa (“Pra Viajar no Cosmos Não Precisa Gasolina”), além da faixa que abre o disco, sua versão para “Redemption Song”, que ele antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo. Ao ser perguntado sobre o processo de criação do novo trabalho, Wander responde sucintamente que “tudo que eu gostaria de dizer está no álbum e no livro”, este último batizado com o mesmo nome do disco e que conta a relação do artista com cada uma das canções – e está sendo lançado pela editora Yeah.
Um dos meus artistas novos favoritos, a dupla argentino-californiana Magdalena Bay, dona do excelente Imaginal Disk do ano passado, passeou pelos estúdios do programa Like a Version, da rádio australiana Triple J, que sempre convida artistas para tocar suas músicas e interpretar uma música alheia. E que beleza ver que o grupo não apenas escolheu David Bowie – artista que é claramente patrono de sua personalidade musical -, como pinçou um hit de sua fase oitentista, o que torna ainda mais próximo do som da banda. Dá uma sacada nessa versão de “Ashes to Ashes”… Se você gostou e não conhece a banda, faça-se esse favor:
Patti Smith foi a estrela da vigésima edição de um evento de caridade para arrecadar fundos para a educação nos EUA realizado nesta quarta-feira no Carnegie Hall de Nova York, mas nossa senhora punk foi o assunto e não a única intérprete – e assim o palco foi invadido por estrelas do naipe de Bruce Springsteen, Michael Stipe, Sharon Van Etten, Angel Olsen, Johnny Depp, Sean Penn, Jim Jarmusch, Courtney Barnett, entre outros medalhões pupilos de nossa deusa. A banda que acompanhou a maioria do grupo era formmada por Tony Shanahan (que toca na banda de Patti) e Charlie Sexton (que tocava com Dylan) nas guitarras, Flea (ele mesmo, do Red Hot) no baixo, Benmont Tench (dos Heartbreakers de Tom Petty) no piano e Steve Jordan (que hoje toca nas turnês dos Stones) na bateria. Vou soltando alguns vídeos no decorrer do dia e juntando todos aí embaixo – começando por essa versão que a Karen O fez pra “Gloria” seguido de Bruce Springsteen mandando “Because the Night”, Michael Stipe cantando “My Blakean Year” e “People Are Strange” dos Doors (banda crucial na formação de Patti), Angel Olsen cantando “Easter”, Sharon Van Etten cantando “Pissing in a River” e todo mundo junto (Bruce, Karen, Michael, Angel Olsen, Sharon Van Etten, Johnny Depp, Courtney Barnett, Matt Berringer do National, Alison Mosshart dos Kills, Karen O do Yeah Yeah Yeahs, Paul Banks do Interpol e outros convidados) cantando “People Have the Power” com nossa senhora. . Benzadeusa…
Ê lá ela! Dua Lipa segue sua turnê pela Austrália e como fez nos shows em Melbourne mais uma vez celebrou um artista local, desta rendendo-se à balada-símbolo do INXS, “Never Tear Us Apart”, numa versão maravilhosa. Assista abaixo:
Mais uma da Dua: no terceiro show que fez na Austrália na abertura da turnê de seu disco mais recente, ela puxou outra homenagem a outra artista australiana ao cantar o hino imortal das pistas “Can’t Get You Outta My Head” de sua ídola Kylie Minogue – isso depois de cantar AC/DC num show e outra da Natalie Imbruglia no seguinte.
Olivia Rodrigo começou seu giro latino nessa sexta-feira, ao tocar no Lollapalooza chileno, e presenteou seu público com uma bela versão só com voz e guitarra para o hit “Don’t Speak”, do grupo No Doubt. Assista abaixo:
Não sou propriamente fã do Eddie Vedder, mas não há como negar que ficou linda a versão que ele fez para “Needle and The Damage Done”, do mestre Neil Young, que estará presente na coletânea Heart Of Gold: The Songs Of Neil Young, que ainda terá a participação de Fiona Apple, Sharon Van Etten, Doobie Brothers com Allison Russell, Steve Earle, Mumford & Sons e Courtney Barnett (que inclusive já mostrou sua versão para “Lotta Love”, no mês passado). Vedder, além de dividir o palco com o velho Neil algumas vezes (inclusive um disco inteiro de sua banda Pearl Jam com o bardo canadense, o fabuloso Mirrorball), já havia mostrado ao vivo a música outras tantas, mas finalmente ela ganha uma versão em estúdio. O disco, que já está em pré-venda, será lançado no mês que vem.
Ops, ela fez de novo: “Toda noite, em toda cidade, cantaremos uma música de um artista local”, disse Dua Lipa em sua segunda noite em Melbourne, na Austrália, logo depois de fazer um show em que cantou “Highway to Hell”. A australiana homenageada desta quarta-feira foi Natalie Imbruglia, com seu irresistível hit “Torn”. E, como fez na musica do AC/DC, a senhorita Lipa fez bonito e mostrou que não está no lugar que está à toa. Resta saber se essa tática pode reverter o jogo de ter lançado um disco fodíssimo no ano da pandemia e em seguida lançado um disco sem graça que agora começa a circular ao vivo. Parece uma boa tática, mas vamos ver…