Conto d’Os Fadas

, por Alexandre Matias


(Foto: Filipe Vianna/Divulgação)

Qual foi a minha surpresa quando descobri que a fotógrafa Anna Bogaciovas, que encontrava por aí registrando shows em São Paulo, também tinha uma banda! Ela toca guitarra e canta n’Os Fadas, cuja inspiração óbvia – desde o nome – são os Pixies e que ainda conta com Augusto Coaracy na bateria, Gabriel Magazza, que também toca no Culto ao Rim, na guitarra, e Rafael Xuoz, no baixo. O grupo está prestes a lançar seu disco de estreia – o EP Sono Ruim – e antecipa o primeiro trabalho com o single “Sei Lá Vie”, que alterna os vocais pontiaguados de Anna com o peso dos instrumentos e chega às plataformas digitais nessa sexta. Mas a banda antecipou pra cá e o single já pode ser ouvido em primeira mão aqui no Trabalho Sujo.

Ouça abaixo:

“‘Sei Lá Vie’ nasceu do trocadilho e a letra do conformismo veio junto”, explica Anna. “É uma letra muito antiga, mas atual e gosto de pensar nela como uma valsa de gorilas, são notas simples com uma pitada de primatas pra deixar a ferida aberta pulsar”. Gabriel fala do EP que virá em setembro: “‘Sei lá vie’ era uma música antiga da Anna que ela já tinha até tocado com outras bandas, ‘Revolto’ e ‘Expurgatório’ são canções que eu vinha fazendo sozinho no violão e ‘Rotas de Nodapé’ uma música que o Augusto fez no violão e depois produziu uma versão demo no computador com sintetizadores e bateria eletrônica. Uma vez que começamos a tocar elas juntos, as músicas foram tomando outra cara, todo mundo opinando, sugerindo arranjos nos instrumentos, mudanças nas letras, tirando, acrescentando elementos.” “Compor com o Fadas traz a diversão bruta de não abandonar o aspecto ‘canção’ de uma música – com letra, tema, interpretação -, mas sem ter um comando de formatar em alguma fórmula, nem aliviar na forma, nos barulhos e experimentações”, completa o baterista. “Arriscamos misturar canção, letra, arranjo, barulho e silêncio. Parece que pudemos compor nesse EP Sono Ruim como foi a experiência de passar uns anos de conservadorismo na sociedade, feio de ver.”

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