Clipe

“Now and Then” parecia ser o ponto final que os Beatles colocaram em sua história, como um dia já fizeram ao batizar a última música de seu último disco de “The End”, mas o clipe dirigido por Peter Jackson (que mais uma vez me fez chorar com Beatles) lançado nesta sexta abre uma possibilidade considerável: a de que o próximo projeto do grupo não seja uma caixa de um disco específico ou algum registro ao vivo e sim uma volta ao Anthology que o grupo ergueu em sua própria homenagem nos anos 90. Além de vermos várias imagens que nunca tínhamos visto (quem é beatlemaníaco sabe do que eu tô falando), Jackson ainda comentou que a Apple desenterrou 14 horas de gravações inéditas de George, Paul e Ringo em 1995, incluindo tentativas de fazer “Now and Then” acontecer naquela época, além de ter recebido vídeos caseiros de Sean Lennon e Olivia Harrison com imagens nunca vistas de John e George. É uma possibilidade vaga, mas ela já está no ar, ainda mais se a gente lembrar da cultura cada vez mais audiovisual em que estamos imersos.

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“Às vezes nos ensaios a gente brinca de tocar músicas dos outros, improvisar em cima”, lembra o vocalista e guitarrista da banda André Medeiros Lanches, err, André Medeiros, sobre a versão que estão lançado do clássico “Telefone” da Gang 90. “‘Telefone’ veio assim, saiu com facilidade, e sentimos que seria divertida nos shows. Só percebemos que a Gang 90 não está no radar de muita gente quando começaram a perguntar se a música era nossa, mesmo a gente apresentando como versão.” Esta ainda não está nas plataformas de áudio, o grupo de Juiz de Fora começou a lançar seus primeiros singles este ano e consagrou sua versão em uma sessão gravada com outras duas de suas músicas no estúdio LaDoBê, que é onde tanto a Lanches quanto sua banda irmã Varanda gravam suas músicas, e que antecipam em primeira mão para o Trabalho Sujo. O disco completo, contudo, só no ano que vem: “Ficamos um tempo aguardando o resultado de alguns editais, pra fazermos com mais grana”, conta a baixista Stephanie Fernandes. “Sentíamos que precisávamos lançar mais coisa antes, o que já estamos fazendo, e o plano é começarmos a gravar por conta própria e talvez com uma produção mais parruda, no início do ano.”

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(Foto: Déborah Moreno/Divulgação)

Encontrei com a Rita Oliva por uma acaso numa noite dessas e qual a minha surpresa quando ela falou que seu projeto solo, Papisa, estava ativo e prestes a mostrar novidades. Acompanho seu trabalho desde quando fazia parte da banda Cabana Café (e depois da dupla Parati) e vi este novo projeto tomando forma tanto em dois shows que fizemos em 2017 e 2018 no Centro da Terra quanto em duas apresentações no Centro Cultural São Paulo, quando eu era o curador de música lá (a primeira como parte da programação do Centro do Rock, em 2018, e a segunda quando ela lançou seu disco Fenda no ano seguinte). Projeto solo e introspectivo, Papisa aos pouucos ia desabrochando em conexões e parcerias quando a pandemia nos encurralou naquele tétrico 2020 e Rita embarcou na onda de lives para depois deixar seu projeto musical em segundo plano. A encontrei outras vezes desde então e ela começava a retomar o rumo, até que anuncia seu novo álbum para o início do ano que vem a partir de uma música otimista e solar, adequadamente chamada de “Melhor Assim”, que ela lança nessa sexta-feira, mas antecipa em primeira mão para o Trabalho Sujo (ouça abaixo). “Meu último disco foi feito em solitude, com muita introspecção, e esse single representa uma fase criativa mais mundana e coletiva, em que o meu foco foi para as relações humanas”, ela me explica, reforçando que o próximo álbum fala sobre relacionamentos e tem a produção do Felipe Puperi, do Tágua Tágua. “Essa vontade de trocar com outras pessoas se refletiu também no processo: ele foi gravado em uma imersão na montanha, com muitas cabeças pensando juntas”. Ela começa a mostrar essa nova fase ao vivo no Bar Alto, numa quinta-feira, dia 9 de novembro, quando divide a noite com o cearense Indigo Mood.

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O Grandaddy já vinha dando pistas em suas redes sociais que viria com novidades em breve e acaba de lançar o primeiro single que anuncia um novo álbum, o primeiro desde a morte do baixista Kevin Garcia, integrante da banda desde os quinze anos de idade, que faleceu logo após o lançamento do disco que marcava o retorno da banda depois de quase uma década sem lançamentos, Last Place. A banda cancelou os shows após a morte do amigo e só retornou às atividades em disco, esticando o luto até durante o período pandêmico, quando o líder da banda Jason Lytle fez lives tocando o clássico disco da banda The Sophtware Slump, lançado no ano 2000, somente ao piano. Esta nova versão animou o grupo para relançar seus discos Under the Western Freeway, The Sophtware Slump e Sumday, mas Lytle só voltou aos palcos em 2022, com um grupo de músicos franceses que batizou de The Lost Machine Orchestra, mas há tempos fala em lançar um disco, “grandioso”, de sua banda, em que abraçaria de vez a country music, gênero musical que ele vê refletido mais na forma de compor do que nos arranjos instrumentais de sua banda. E parece que esse momento chegou. “Watercooler”, lançado nesta quarta, anuncia o lançamento de mais um álbum, chamado de Blu Wav (já em pré-venda), em que ele aproxima os gêneros bluegrass e new wave a partir de alguma conexão que conseguiu imaginar. O novo disco será lançado no dia 16 de fevereiro do ano que vem e o single já escancara o abraço no country com a guitarra pedal-steel abrindo os trabalhos. O single, que fala das relações amorosas em tempos de trabalhos em escritórios, foi lançado com um clipe meio videokê e pode ser assistido abaixo, onde também dá pra ver a capa do disco e a ordem das músicas: Continue

Transcorria da primeira aula do curso que estou dando sobre música brasileiro rumo à festa que discotequei no sábado, quando o compadre Fábio “Mumu” Bianchini me lança um link pelo Whatsapp enquanto ele mesmo estava a caminho do show do Paulinho da Viola, na distante Florianópolis. “Tu já ouviu ISSO AQUI?”, perguntava no mesmo balão em que linkava a versão que a espanhola Jornada B. havia feito para “Common People” do Pulp. Filha de atores – da espanhola Blanca Oteyza e do argentino Miguel Ángel Solá -, a jovem nascida em Madrid lançou-se em carreira solo no ano passado, com o disco Tú Y Cuántos Más, e aos poucos prepara o segundo álbum, precedido justamente por essa inacreditável versão do hino britpop para o idioma latino. Não bastasse isso, o clipe é uma maravilha, dá uma sacada aí embaixo: Continue

2023 nem terminou e as Sleater-Kinney já anunciam 2024: Corin Tucker e Carrie Brownstein adiantaram o sucessor do ótimo Paths of Wellness, de 2021, ao apresentar seu primeiro single, com um ótimo clipe. “Hell” traz a multiartista Miranda July se entregando ao domínio das guitarras da dupla e é a faixa de abertura do disco Little Rope, que está programado para sair no dia 19 de janeiro do ano que vem e já está em pré-venda. E elas já emendaram anunciando 30 datas em menos de três meses logo no início do ano – alguém bem que podia trazê-las pro Brasil, hein…

Assista o clipe abaixo, onde também dá pra ver a ordem das faixas do novo álbum: Continue


(Foto: Alexandre Barcelos/Divulgação)

Gabriela Terra sai da toca. A mente por trás do My Magical Glowing Lens finalmente dá notícias após um longo período distante da música, quando teve que voltar ao seu Espírito Santo e trabalhar em outras áreas para sobreviver durante o período pandêmico. Depois de passar um tempo no Recife e começar a colher os frutos de seu primeiro álbum Cosmos (2017), ela, como todo o planeta, entrou em um longo período de reclusão que inevitavelmente impactou em seu som. Deixou a guitarra de lado e abraçou o sintetizador, além de ter colaborado com a cena capixaba de rap e trap (por considerá-los muito além na discussão sobre música do que a cena de rock de seu estado, que considera conservadora), e passou a investigar suas próprias perturbações. E se no trabalho anterior ela olhava para o espaço exterior, sua nova fase busca o cosmos que cada um contém em si. “Sobrevoar”, primeiro fruto desta nova obra, será lançado nessa sexta-feira em todas as plataformas digitais, mas ela preferiu antecipar aqui no Trabalho Sujo, mostrando inclusive o clipe que fez para esta nova fase de sua carreira. O single é produzido por Pupillo, que ela conheceu como produtor a partir dos trabalhos do ex-baterista da Nação Zumbi com a cantora Céu, e conta com o baixista de Céu, Lucas Martins, entre os instrumentistas, além do tecladista Bruno Saraiva, da banda Kalouv, que também tocava com Gabriela quando ela morava no Recife. “Sobrevoar” foi mixada por Benke Ferraz, dos Boogarins, e masterizada por Alexandre Barcelos, que também dirigiu o clipe, e traz uma psicodelia mais introspectiva, que deve ser a tônica do próximo álbum, que sua autora ainda está em fase de amadurecimento.

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Que tal acordar com Ana Frango Elétrico? Essa “Insista em Mim” que a carioca lançou na madrugada desta terça pra quarta-feira é outro sinal que seu próximo disco, Me Chama de Gato Que Eu Sou Sua, parece ser tudo isso que promete: uma balada funky com toques de Lincoln Olivetti (sim, sopros e cordas!) sobre a paixão física e as pequenas coisas que tornam outra pessoa tão singular. E fecha com esse verso tão singelo e intenso ao mesmo tempo: “Pegue o que quiser de mim, me plante agora em seu jardim e se eu murchar me regue, insista em mim”. O novo single é um contraponto perfeito a “Electric Fish“, groovezeira que abre o disco que sai no mês que vem em inglês, e vem acompanhado desse belo clipe feito por Marina Zabenzi. Não custa lembrar que, além de músicas com títulos como “Nuvem Vermelha”, “Coisa Maluca”, “Boy of Stranger Things” e “Camelo Azul”, o disco ainda traz versões para “Debaixo do Pano” da Sophia Chablau e “Dr. Sabe Tudo” do Rubinho Jacobina (ou será que é a do Dilermando Reis?), como dá pra ver no Bandcamp da Ana. Isso só aumenta ainda mais a expectativa em relação ao disco. Veja o clipe e a ordem das músicas abaixo: Continue

Calma que ainda é cedo pra cravar, mas o sexagenário grupo inglês já deu uma pista de cara ao anunciar seu primeiro álbum de músicas inéditas em quase 20 anos em uma coletiva nesta quarta-feira. Hackney Diamonds é o primeiro disco com novas composições do grupo desde A Bigger Bang, de 2005. Desde então o grupo só entrou em estúdio para lançar Blue & Lonesome, um disco composto só por versões de blues, em 2016, e os outros discos que lançou eram de gravações ao vivo de diferentes épocas de suas seis décadas de carreira. O novo disco, cujo título faz referência à forma como os cacos de vidro após assaltos a joalheiras eram referidos, deve sair no dia 20 de outubro e já tem convidados de luxo como Lady Gaga, Paul McCartney e Stevie Wonder. O disco ainda conta com as últimas gravações do falecido Charlie Watts e o novo baterista, Steve Jordan, foi uma sugestão do próprio Watts, que morreu em 2021. O novo disco ainda conta com a participação do antigo baixista da banda, Bill Wyman, e deve ter mais convidados anunciados em breve – e resta aquela especulação de que uma das faixas traria McCartney no baixo e Ringo Starr na bateria, no maior supergrupo de todos os tempo. Por enquanto, o grupo – resumido agora a um trio formado por Mick Jagger, Keith Richards e Ron Wood – só apresentou a data de lançamento, a capa do novo álbum e o primeiro single, “Angry”, acompanhado de um clipe estrelado pela atriz Sydney Sweeney, que passeia num conversível entre outdoors que passeiam por diferentes fases da banda. E no finzinho da música, Jagger canta que “ainda tomo os remédios e estou indo pro Brasil”. Estamos esperando:

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(Foto: Mariama Palahares/Divulgação)

Depois de um período hibernando à força, a Trupe Chá de Boldo está lançando seu Rua Rio, disco que foi concebido durante a pandemia e que retoma questões que já haviam começado a discutir nos discos anteriores, em especial no que diz respeito à vida na cidade. E prestes a fazer mais um show de lançamento do disco nessa sexta-feira, no Sesc Pinheiros (ainda há ingressos há venda aqui neste link), o grupo também aproveita para mostrar o clipe de um dos singles do álbum. “Ouça Onça” foi dirigido por Julia Valiengo (da Trupe), pela ilustradora Bruna Barros e pelo animador Pedro Gallego e estreia nessa sexta-feira, mas o grupo antecipou em primeira mão aqui pro Trabalho Sujo. “Para construir a narrativa do clipe nos inspiramos nas mulheres que vivem nas periferias, acerca das florestas, e que enfrentam diariamente grandes jornadas até o centro das cidades”, conta Julia. “Quando surgiram algumas perguntas: quem são e o que desejam essas mulheres? Será que a cidade ainda é capaz de ouvir a floresta? Numa linguagem que mistura ilustrações animadas e colagens de fotos e vídeos, este videoclipe traz uma realidade fantástica de mulheres que, ao chegarem na cidade, viram bicho. Verdadeiras musas felinas que com garras, poder e certo feitiço, unem-se para transformar o que está à sua volta.” Além do show de São Paulo, o grupo ainda tem outras datas agendadas para o interior do estado, quando tocam no Sesc São José do Rio Preto (dia 7 de setembro), no Armazém Baixada em Ribeirão Preto (no dia seguinte) e no Galpão Busca Vida em Bragança Paulista (dia 23).

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