Culpe a volta do namoro com o ator Liam Hemsworth ou a derrota de Hillary Clinton nas eleições norte-americanas do ano passado, mas o fato é que Miley Cyrus abandonou a persona porra louca que havia encarnado nos últimos anos e voltou a posar de garota bem comportada em seu novo single, “Malibu”:
Em entrevista à Billboard, ela disse ter se retraído para atingir um público maior: “Eu tenho de me perguntar: ‘Como vou fazer uma mudança real? E não apenas pregar para os convertidos? Eu gosto da forma como eu penso agora. Mas os eleitores de Trump também não gostam de como eles pensam? Então tenho de estar aberta à forma que abordo as pessoas com as minhas opiniões. É a única forma de provocar uma mudança de verdade.”
Tudo bem, mas a música é uma merda. Não que a fase twerk fosse boa, mas ela ao menos rendeu a parceria com os Flaming Lips, que foi bom para ambos. Mas será que nesta nova fase ela ainda é amiga de Wayne Coyne? E será que grava algo com sua banda num futuro próximo?
Comecei a conversar com a Ana Cañas no ano passado, quando ela estava saindo de seu disco mais recente, Tô na Vida, e começando a ensaiar a série de shows Mulher Galáxia, que apresentou no início do ano ao lado do baixista Fábio Sá. No meio deste processo, ela me mostrou uma música completamente diferente das que já tinha feito. “Respeita” originalmente gravada apenas com voz e violão, havia sido inspirada em um documentário sobre hip hop e cutucava feridas que falam diretamente a essa era feminina (e não só feminista) que estamos atravessando. Ela me disse que iria levar a música para ser produzida pelo Instituto e que queria chamar o João Wainer e pela Isa Brandt para dirigir o clipe – e o papo culminou com o lançamento do clipe que acontece neste sábado, no Centro Cultural São Paulo, às 19h, quando ela promete transformar o lançamento de “Respeita” em um manifesto para dar voz a todas as mulheres.
Mais informações sobre o show aqui – e o clipe acaba de sair do forno:
A dupla Whitney, formada por Max Kakacek e Julien Ehrlich e dona de um dos melhores discos do ano passado, aproveitou a entressafra antes do novo disco pra lançar um single com duas versões, uma para “Gonna Hurry (As Slow As I Can)” da Dolly Parton e outra para “You’ve Got A Woman”, da dupla holandesa dos anos 70 Lion. Esta versão acaba de ganhar um belo clipe:
E pra quem não conhece a versão original de 1975, olha só:
Nossa banda psicodélica capixaba favorita, o My Magical Glowing Lens, lança mais um single de seu disco de estréia, Cosmos. É o primeiro single que a banda lança em português, uma viagem de verão chamada “Raio de Sol”, em primeira mão para o Trabalho Sujo:
A faixa também vem acompanhada do primeiro clipe do disco, igualmente trippy:
O single também marca o início da turnê que a banda faz pelo Brasil antes do lançamento oficial de Cosmos. Veja as datas e locais no pôster abaixo:
O mashup Princess Leia’s Stolen Death Star Plans – que postei na íntegra no meu blog no UOL – é uma obra-prima pós-moderna.
Hoje é 4 de maio, o tradicional dia que os fãs da saga Guerra nas Estrelas criaram para celebrar esta religião moderna a partir de um trocadilho infame (o quatro de maio, em inglês, chama-se “May the Fourth”, que soa como o eterno lema Jedi “May the Force be with you” – “que a Força esteja com você”) e que tal revisitar a pedra fundamental da história imaginada por George Lucas pelo ponto de vista do mais clássico disco dos Beatles? Hein?
Foi o que fez a dupla norte-americana Palette-Swap Ninja, formada pelo vocalista Dan Amrich e pelo tecladista Jude Kelley, revisitando todo o Episódio IV, o primeiro filme que George Lucas fez sobre a saga (que completa 40 anos este ano), como uma paródia construída sobre o Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles (que completa 50 anos também este ano). Um mashup épico e meticuloso, que pode ser baixado gratuitamente no site da dupla, mas que funciona ainda mais quando assistimos à sua versão em vídeo, Princess Leia’s Stolen Death Star Plans é uma obra-prima pós-moderna.
Fico pensando em quais discos poderiam funcionar com os próximos filmes… O Álbum Branco com o Império Contra-Ataca? Tenso!
Amber Coffman pegou todo mundo de surpresa quando abandonou sua banda Dirty Projectors no final do ano passado, lançando o single “All By Myself“, que deixava claro que a saída da banda era consequência do fim de seu relacionamento com David Longstreth, a outra cabeça da banda. Agora ela anuncia seu primeiro disco solo, City Of No Reply, que será lançado no começo do mês que vem com a capa acima, a ordem das músicas abaixo e, além do single do ano passado, a segunda faixa do novo trabalho, “No Coffee”, que ela apresentou esta semana, com este clipe:
“All To Myself”
“No Coffee”
“Dark Night”
“City Of No Reply”
“Miss You”
“Do You Believe”
“If You Want My Heart”
“Nobody Knows”
“Under The Sun”
“Brand New”
“Kindness”
Integrante da Banda Dessinée, Filipe Barros encurtou o nome artístico para Barro e assim lançou seu primeiro disco solo, Miocárdio, uma das boas surpresas do ano passado. Agora colhe os frutos do primeiro álbum, como a turnê em que atravessa a Itália lançando um single gravado em italiano, “Restiamo Cosi”.
O clipe da mesma música em sua versão em português, “Ficamos Assim”, é outra novidade de Barro para celebrar sua turnê e foi dirigido pela jornalista Lorena Calábria, que vem mostrando suas garras atrás das câmeras. “Gosto de trabalhar com quem tenho afinidade, não só musical”, me explica Lorena, por escrito, quando lhe pergunto sobre o contato com o Barro. Ela o conheceu por amigos em comum e quando o músico soube que ela estava começando uma produtora audiovisual, chamada La Strada, ele a convidou para dirigir um clipe. “Falei pra ele: ‘topo dirigir, mas você não vai aparecer cantando. Chega de lipsync em clipe’. E ele topou. Teve que se virar como “ator'”, ri a diretora, que cita surrealismo, cinema francês (Jean Cocteau e Alan Resnais) e a capa do disco de estreia de Barro como referências para o clipe.
De quebra, o making of do mesmo clipe:
As irmãs Danielle, Este e Alana Haim anunciam o disco novo de sua Something to Tell You com a bela balada “Right Now”, cujo clipe é uma ótima e minimalista gravação da banda ao vivo no estúdio, dirigida por ninguém menos que Paul Thomas Anderson.
Esse meio de ano promete.
Breakbot é sempre alegria – e não por outro motivo sua ótima recém-lançada “Mystery” é o carro-chefe da coletânea que marca os cem lançamentos da gravadora dance francesa Ed Records. Ed Recs 100, que será lançada no mês que vem, também traz faixas inéditas de outros nomes do selo, como Mr. Oizo, Sebastian, Krazy Baldhead, Para One e So Me, além de uma versão do Riton para “Temporary Secretary” (do Paul McCartney) e a ótima colaboração do capo do selo, Busy P, com Mayer Hawthrone (que eu já toquei por aqui). Resta saber se essa “Fame” tocada pelo Cassius é ou não uma versão para a clássica faixa de David Bowie.
Mr. Oizo + Phra – “Ed Rec 100”
Sebastian – “So Huge”
Busy P + Mayer Hawthorne – “Genie”
Breakbot – “Mystery”
Cassius – “Fame”
Boston Bun + Steed – “About It”
Fulgeance – “She Knew”
Pone & Boogie Vice – “Ricky The Can”
Feadz + Santana – “Glue”
Krazy Baldhead – “Corridors”
Mr. Oizo – “All Dry”
Borussia – “Muffin”
Justice – “Randy (Boys Noize Remix)”
Riton – “Temporary Secretary”
Para One – “Opium”
10LEC6 – “What Dat Azz Do”
So Me & The Music Man – “Conclusion”
Tim Bernardes gravou “Volta”, uma das canções mais tocantes do disco que seu grupo O Terno lançou no ano passado (o ótimo Melhor do Que Parece), perambulando pelas ruas de Lisboa.












