Letrux canta sua geração

E no mesmo fim de semana do C6 e da Virada Cultural, Letrux lançou seu novo show no Sesc Guarilhos. Em 20 Anos Alternativa ela visita artistas contemporâneos em versões bem particulares. Nesse vídeo que ela publicou em seu Insta (com imagens do @sillas.h), ela mostra algumas músicas deste repertório mágico, como “Deixe-se Acreditar” (do Mombojó), “Tempo de Pipa” (do Cícero), “Bubuia” (da Céu), “Homem Velho” (do Cidadão Instigado), “Moon” (do Thiago Pethit), “Telepata” (do +2), “Toda Bêbada Canta” (da Silvia Machete), “Alala” (do Cansei de Ser Sexy), “Cavalo” (do No Porn), além de outras da Karina Buhr, da Ava Rocha, do Metá Metá, da Anelis Assumpção, do Bruno Capinam, do Curumin, do Cérebro Eletrônico, entre outros. Ela segue com o show em turnê neste fim de semana, quando passa por nessa sexta por Curitiba (no Stage Garden), no sábado em Porto Alegre (no Opinião) com mais datas em São Paulo no Sesc Pompeia (dias 20 e 21 de junho) e no Rio no Circo Voador (dia 4 de julho).

Assista abaixo:  

Os 50 discos brasileiros mais importantes de 2024 segundo júri da Associação Paulista dos Críticos de Arte

Nesta segunda-feira, a Associação Paulista de Críticos de Arte reúne-se mais uma vez para escolher os grandes nomes do ano que passou e esta relação abaixo lista os 50 discos mais importantes de 2024 de acordo com o júri de música popular da Associação, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (Mistura Cultural), Bruno Capelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (Bate Estaca), Cleber Facchi (Música Instantânea), Felipe Machado (Times Brasil), Guilherme Werneck (Canal Meio), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (Tem um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (Poro Aberto).

Adorável Clichê – Sonhos Que Nunca Morrem
Alaíde Costa – E o Tempo Agora Quer Voar
Amaro Freitas – Y’Y
Bebé – Salve-se!
Black Pantera – Perpétuo
Bonifrate – Dragão Volante
Boogarins – Bacuri
Cátia de França – No Rastro de Catarina
Caxtrinho – Queda Livre
Céu – Novela
Chico Bernardes – Outros Fios
Chico César e Zeca Baleiro – Ao Arrepio da Lei
Crizin da Z.O. – Acelero
Curumin – Pedra de Selva
Duda Beat – Tara e Tal
Exclusive Os Cabides – Coisas Estranhas
Febem – Abaixo do Radar
Fresno – Eu Nunca Fui Embora
Giovani Cidreira – Carnaval Eu Chego Lá
Gueersh – Interferências na Fazendinha
Hermeto Pascoal – Pra você, Ilza
Ilessi – Atlântico Negro
Josyara – Mandinga Multiplicação – Josyara Canta Timbalada
Junio Barreto – O Sol e o Sal do Suor
Kamau – Documentário
Lauiz – Perigo Imediato
Luiza Brina – Prece
Maria Beraldo – Colinho
Milton Nascimento & Esperanza Spalding – Milton + Esperanza
Ná Ozzetti e Luiz Tatit – De Lua
Nando Reis – Uma Estrela Misteriosa
Negro Leo – RELA
Nina Maia – Inteira
Nomade Orquestra – Terceiro Mundo
Oruã – Passe
Papangu – Lampião Rei
Paula Cavalciuk – Pangeia
Pluma – Não Leve a Mal
Pullovers – Vida Vale a Pena?
Samuel Rosa – Rosa
Selton – Gringo Vol. 1
Sergio Krakowski Trio e Jards Macalé – Mascarada: Zé Kéti
Silvia Machete – Invisible Woman
Sofia Freire – Ponta da Língua
Tássia Reis – Topo da Minha Cabeça
Taxidermia – Vera Cruz Island
Teto Preto – Fala
Thalin, Cravinhos, Pirlo, iloveyoulangelo & VCR Slim – Maria Esmeralda
Thiago França – Canhoto de Pé
Zé Manoel – Coral

Os 75 discos de 2024 que mais curti: 41) Céu – Novela

“Tão bom, eu sou a protagonista da minha novela”

Ouça abaixo:  

O Baile de Debutantes do Cultura Livre

Fui convidado pro baile de debutante do Cultura Livre, quando o programa liderado pela comadre (e cocapri) Roberta Martinelli celebrou uma década e meia de resistência cultural no ar, trazendo as principais transformações da música brasileira deste período para um palco cada vez mais raro a elas mesmas, tanto na rádio quanto na TV aberta. O aniversário também marcou a volta de edições do programa com plateia, algo que não acontecia desde antes da pandemia, quando a última convidada foi ninguém menos que Elza Soares. Para fechar esse ano, Roberta convidou Céu, que também percorreu este mesmo período desbravando tais transformações, sejam artísticas, comerciais ou de formato. Não custa lembrar que o programa começou na rádio AM e encontrou na internet uma forma de se aproximar ainda mais do público e dos artistas antes de chegar a TV, com a própria Roberta sempre caçando brechas e inventando possibilidades, parcerias e oportunidades com seu carisma verborrágico para fazer o que queria: trazendo o melhor da música brasileira para um espectro eletromagnético que cada vez mais a ignora. O programa foi gravado no fim do mês passado e que só agora foi ao ar, por isso resolvi publicar só agora o vídeo que filmei quietinho num canto (mostrando a íntegra de um programa que depois é editado, incluindo as conversas que Roberta puxava com o público quando não estavam gravando), respeitando um embargo tácito entre amigos para não atravessar a publicação do programa em si, que teve como convidada a grande Céu, que teve um 2024 ótimo ao lançar, com alarde, seu Novela, importante disco para sua carreira depois da pandemia. E pilotando uma banda afiadíssima, a cantora e compositora paulistana deslizou mais um show cinco estrelas, sem parar nenhuma vez durante todo o programa (como é de praxe neste formato), para refazer trechos apenas da última música da tarde, “Reescreve”. Queria aproveitar a oportunidade não apenas para parabenizar Roberta por esse trabalho maravilhoso que ela vem fazendo quixotescamente há anos (e eu bem sei suas duras penas), transformando a utopia artística que ela sonha numa realidade musical desfrutada por milhares de pessoas no Brasil e no mundo, como para agradecê-la por seguir nessa resistência cultural que prefere fazer do que simplesmente discutir caminhos possíveis – e isso nos últimos dias de seu inferno astral, nos ensinando inclusive a extravasar emoções sem pudor. Valeu, Rô! Quinze anos é pouco, pode vir que tem mais – e vamos juntos!

Assista abaixo:  

Eis os indicados das categorias Música, Revelação, Show e Artista do Ano de 2024 segundo o júri de música popular da APCA

O júri de Musica Popular da Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), do qual faço parte ao lado de Adriana de Barros @dribarrosreal (TV Cultura e Mistura Cultural), Bruno Capelas @noacapelas (Programa de Indie), Camilo Rocha @bateestaca (Bate Estaca), Cleber Facchi @cleberfacchi (Música Instantânea e Podcast VFSM), Felipe Machado @felipemachado_oficial (IstoÉ), Gulherme Werneck @guiwerneck (Canal Meio e Ladrilho Hidráulico), José Norberto Flesch @jnflesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa @screamyell (Scream & Yell), Pedro Antunes @poantunes e Pérola Mathias @poroaberto (Poro Aberto e Resenhas Miúdas), acaba de anunciar os indicados em quatro categorias dos Melhores de 2024: Artista do Ano, Artista Revelação, Melhor Show e Melhor Música. A categoria Melhor Disco de 2024 já conta com 25 discos indicados no primeiro semestre ao qual serão acrescidos mais 25 discos do segundo semestre, a serem anunciados em janeiro. Veja abaixo:  

Vida Fodona #823: Dar uma oxigenada

Com muita música desse ano – mas não só.

Ouça abaixo:  

Céu irrepreensível

Depois do show catártico de lançamento de seu Novella no mês passado, quando reuniu o maior público para uma apresentação somente sua na Áudio, Céu fez um show irrepreensível ao apresentar-se no Sesc Vila Mariana neste sábado. Ao contrário do show anterior, em que pode passear pelo repertório de toda sua discografia e contou com participações especiais, desta vez a noite focava no disco recém-lançado e abria exceções apenas alguns hits dos quase vinte anos da carreira da cantora paulistana. O fato de ter feito uma série de shows internacionais antes de lançar o disco no Brasil a colocou em sincronia perfeita com a banda que já a acompanha há quase dois anos, com Thomas Harres na bateria e disparando efeitos, Leo Mendes no cavaquinho e na guitarra, Sthe Araújo nas percussões e o fiel escudeiro Lucas Martins no baixo, os dois últimos dividindo os vocais com Céu – e cantando muito! – sem se sentirem intimidados pela voz da dona da noite. Com um vestido preto longo chiquérrimo e de cabelo preso, esta mostrava completo domínio do palco, ainda mais com o auxílio de duas feras do backstage – o som perfeito do mestre Gustavo Lenza e o jogo de luzes mágico de Franja, cada vez mais conversando com o ritmo da banda. Mesmo com o foco em Novella, o show teve momentos dedicados a outras joias de sua coroa, como um momento dedicado ao disco Tropix e quando “Bubuia” transformou-se em “Cangote”, ambas pinçadas de seu melhor disco, Vagarosa. Seu disco de estreia, que ela lembrou que completa duas décadas no ano que vem, também foi visitado, primeiro quando “Mora na Filosofia” de Monsueto invadiu o hit “Malemolência” e depois quando ela desenterrou “Mais Um Lamento” no bis. Os dois únicos lapsos que aconteceram durante a noite (quando Céu cantou antes da hora na introdução de “Contravento” e quando Thomas não disparou os efeitos no início de “Reescreve”) não chegaram a macular a apresentação, primeiro por terem sido discretos e rapidamente corrigidos (e com bom humor) como pareceram sublinhar a natureza humana do novo disco, que Ceú fez questão de frisar logo no início do show. A noite terminou com “Rotação” e Céu despediu-se do palco certa de que é dona de um dos melhores shows do Brasil.

Assista abaixo:  

Sem perder a majestade

Quem também fez bonito nessa sexta-feira foi a Céu, que lançou seu novo disco Novella num Áudio que talvez tenha reunido o maior público em um único show em sua carreira (apesar da Áudio não estar lotada). Ela só pecou por ter começado o show muito tarde e por chamar o produtor deste novo disco, o norte-americano Adrian Younge, para discotecar antes de sua apresentação (sério que a gente ainda precisa ouvir gringo mostrando que manja de música brasileira em pleno 2024?). Fora isso, o show foi preciso. Foi um acerto fazê-lo em São Paulo depois de uma turnê pela Europa, o que deixou a banda em ponto de bala e a própria Céu seguríssima de si para mostrar as novas canções – sem esquecer seu excelente repertório, que já vinha mostrando na turnê anterior, Fênix do Amor. A apresentação ainda contou com a presença de Liniker, que brilhou em dois números ao lado da protagonista da noite (“Gerando na Alta” e na parceria que lançaram em 2020, “Via Láctea”, se não me engano tocada pela primeira vez ao vivo) e derreteu-se para sua antiga ídola que agora chama de amiga. Foi um bom momento para retomar sua trajetória depois do erro que foi seu disco de versões (o decepcionante Um Gosto de Sol, de 2021) e isso estava claro quando não só quando mostrou as músicas do disco novo, mas principalmente num dos grandes momentos da noite, quando voltou a um dos ápices de seu Apká, de 2019, ao cantar a excelente “Pardo”, que pediu para Caetano Veloso, mostrando que, mesmo com o deslize passado, ainda mantém a majestade de uma das maiores cantoras do Brasil. Fodona.

Assista abaixo:  

Os 25 melhores discos do primeiro semestre de 2024 segundo a comissão de música popular da APCA

Terça passada aconteceu mais uma premiação da Associação Paulista dos Críticos de Arte (desta vez transmitida online, dá pra conferir aqui) e esta semana a comissão de música popular da APCA, da qual faço parte ao lado de Adriana de Barros (TV Cultura), Bruno Capelas (Programa de Indie), Camilo Rocha (Bate Estaca), Cleber Facchi (Música Instantânea), Felipe Machado (Istoé), Guilherme Werneck (Meio e Ladrilho Hidráulico), José Norberto Flesch (Canal do Flesch), Marcelo Costa (Scream & Yell), Pedro Antunes (Estadão e Tem um Gato na Minha Vitrola) e Pérola Mathias (Poro Aberto), escolheu os 25 melhores discos do primeiro semestre deste ano. Uma boa e ampla seleção que não contou com alguns dos meus discos favoritos do ano (afinal, é uma democracia, todos têm voto), mas acaba sendo uma boa amostra do que foi lançado neste início de 2024. E pra você, qual ficou faltando?

Confira abaixo os indicados:  

Disco novo da Céu a caminho?

Céu postou essa imagem borrada em suas redes sociais e saiu correndo, sem por legenda nem nada. Sinal que tem disco novo vindo aí…?