E esse sol forte misturado com a cara de chuva que está fazendo aí fora combina bem com o clima desta “Mas é o Fim” que o Marcelo Frota – o Momo – gravou pra gente. Triste e espacial, árida e polar, ela combina com o clima de fim de verão desse nossOViolão.
Momo – “Mas É O Fim“
Agora é a vez dos paraibanos do Burro Morto de refazer sua “Navalha Cega” com ênfase acústica. Filhotes bastardos do mangue beat com a influência da nova cena instrumental paulistana (seja Hurtmold ou Instituto), os quatro esticam ainda mais o tema original, puxando referências tanto na música caipira quanto no rock progressivo. Coisa fina.
Burro Morto – “Navalha Cega“
Como lembrou o Bruno, chamamos o Wado logo que bolamos a idéia da coletânea, mas o catarinalagoano passava por problemas de saúde e pediu para passar a vez. Mas como nós nos atrasamos pra lançar a faixa, ele felizmente se recuperou a tempo de mandar a linda “Frágil” para nosso disquinho virtual.
Wado – “Frágil“
A música de hoje foi trazida pelo Bruno, que, com graças ao tom grave e solene da voz de Ava, muda um tanto o clima da coletânea.
Ava Rocha – “A Filha da Ira“
A faixa de hoje traz a Céu se espreguiçando de outro jeito, roçando sua “Cangote” ainda mais perto do ouvido, a textura de sua voz ainda mais clara, passando calor. Do lado de lá, o Bruno chama os Do Amor.
Céu – “Cangote“
A faixa de hoje é o “Pensylvannia 6-5000” do cerrado, a “Jenny” das superquadras, uma música feita para decorar um número de telefone – de alguma garota do Lago Sul, olha o prefixo -, “248-6279” é rock’n’roll básico e cru tocado apenas ao violão, como se Gabriel conseguisse conectar a apatia do plano piloto dos anos 80 com a falta do que fazer que deu origem à história do rock no sul dos Estados Unidos. Do lado de lá, o Bruno puxa a Nina Becker.
Gabriel Thomaz – “248-6279“
E segue a primeira coletânea dOEsquema – na faixa de hoje, Kassin começa a burilar o já conhecido tema de “Pra Lembrar” no violão, adiciona uns blips eletrônicos, puxa a guitarra e vai pra paisagem pastoril em que Sean O’Hagan cria suas High Llamas. Do outro lado, o Bruno chama o Curumin.
Kassin – “Pra Lembrar“
Vamos lá com a faixa do dia da nossa coleta de fim de verão, cantada pelo mestre Frank Jorge, um hino jovem guarda sobre o cool e o anticool que atira para todos os lados numa espécie de “Arrombou a Festa” dos anos 00, trocando nomes e celebridades por rótulos e hypes. Frank Jorge, né… O Bruno, por sua vez, chama o Momo.
Frank Jorge – “São Tantas Tendências”
O astro de hoje é o homem, o mito, o incansável, o ilustre, o espírito santo da cena mashup brasileira que, ao ser inquirido com a possibilidade de fazer uma música só no violão (e eu torcendo por uma “Baranga” unplugged), ele optou por jogar o mashup pras seis cordas e o resultado é esse abaixo. Enquanto isso, o Bruno aciona o Burro Morto.
João Brasil – “Orgasmadance“
Conforme prometido, eis a segunda faixa da coletânea OViolão que eu disponibilizo aqui no Sujo. “Nighttime in the Backyard” era inédita quando pedimos para o Lucas, no ano passado, mas a gente demorou e a faixa acabou saindo no disco dele desse ano, Sem Nostalgia. A foto que ilustra o post, você sabe, é da Caroline Bittencourt. Do outro lado, o Bruno vai de Wado.
Lucas Santtana & Seleção Natural – “Nighttime in the Backyard“