Cansou do Cansei?
Eu não. Tanto que vou hoje lá ver os caras no Clash. Quem vai? Abaixo, a materinha que fiz com eles pro Caderno 2 de hoje.
Cansei de Ser Sexy não descansa
Uma das mais bem-sucedidas bandas brasileiras no exterior se apresenta hoje em São Paulo e anuncia turnê pelos EUA e novo disco para agosto
Hoje começa a fase três do Cansei de Ser Sexy. A banda, que começou como uma piada interna de uma turma de meninas sob olhares carrancudos de críticos sem humor, conseguiu provar-se como mais do que uma simples modinha paulistana ou hype de internet e hoje é um dos grupos brasileiros mais bem-sucedidos no exterior. E depois de dois discos, começa a mostrar como será seu 2011 no primeiro show que a banda faz fora de festivais no Brasil desde 2006, hoje, no Clash Club, na Barra Funda.
O CSS, como é conhecido no exterior, lançou-se no mercado em 2003 quase como uma banda de brincadeira, usando a internet como principal plataforma – a título de curiosidade, no início da banda, ela possuía um único MP3 e cinco fotologs. Nasceu no meio de um grupo de meninas que eram ligadas à moda e foram organizadas pelo músico Adriano Cintra, que já tinha construído sua reputação no underground paulistano em bandas como Thee Butchers’ Orchestra, I Love Miami e Ultrasom. Adriano assumiu a bateria e domou a espontaneidade das meninas de tal forma que, em pouco tempo, elas eram uma banda – ainda que de dance music – de fato.
Foi um dos artistas que ajudaram a gravadora Trama a consagrar seu site de bandas iniciantes, o Trama Virtual, que mais tarde viraria um selo que lançaria CDs de verdade – principalmente graças ao sucesso da banda no exterior. Algo impensável para quem chochava a banda em seus primeiros dias, que a colocou ao lado dos principais artistas da primeira década do século, tocando nos maiores festivais do mundo e ganhando capa de revistas de moda e de música.
Desde que começou sua carreira no exterior, a banda só voltou para o Brasil em férias, até que passou por uma montanha-russa de emoções, principalmente devido a problemas com o antigo empresário, que deram o tom amargo do segundo disco, Donkey, de 2008. Mas se os problemas se refletiram nas composições, eles não atrapalharam a maratona de shows feita pela banda, disposta a consagrar o nome que havia conquistado nos últimos anos. Nesse período, se apresentaram duas vezes no Brasil, apenas em festivais, no Planeta Terra de 2007 e no SWU do ano passado.
“Foi ótimo”, lembra a guitarrista Ana Rezende, em entrevista por e-mail, falando sobre o show do ano passado. “É sempre muito bom tocar no Brasil. O público aqui é diferente de qualquer outro lugar e sempre é meio nostálgico pra gente, no melhor sentido da palavra. Nós nos sentimos literalmente em casa.”
A guitarrista disfarça sobre o disco novo, que já está gravado. “A gente ainda não pode falar porque a gravadora tem de fazer o anúncio antes, mas ele já está gravado, masterizado e pronto para ir para a fábrica. O primeiro single sai em maio e o disco sai em agosto.” A apresentação no Clash contará com algumas músicas novas, além do repertório já conhecido da banda, que inclui hits como Move, Let’s Make Love and Listen to Death from Above e Alala. A banda se apresentou no fim de semana passado no Chile, quando também mostrou uma música nova.
O show de hoje é encarado como o início dos trabalhos no ano. No próximo dia 15, o Cansei de Ser Sexy começa uma turnê de um mês e meio pelos Estados Unidos, fazendo dupla com a banda Sleigh Bells, mas não deixa de cogitar uma turnê pelo Brasil, rumor que já vem sendo ventilado há pelo menos um ano. “Queremos muito fazer uma turnê por umas oito cidades por aqui”, continua Ana. “É difícil viabilizar, mas é uma coisa que queremos muito. Vamos ver se a gente consegue!”, anima-se.
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