Bom saber #006: Otimismo racional
Na minha coluna no site da Galileu esta semana aproveitei o gancho do início da edição 2013 do projeto Fronteiras do Pensamento para falar com o curador do evento, o gaúcho Fernando Schüller, sobre como o mundo tem melhorado.
Otimismo racional
O projeto Fronteiras do Pensamento também aposta em um futuro melhor nos próximos anos
Começa, nesta quarta-feira, 17 de abril, a edição 2013 do projeto Fronteiras do Pensamento. O primeiro palestrante é o escritor peruano Mario Vargas Llosa e a GALILEU fechou uma parceria com o evento garantindo 50% de desconto nos ingressos para quem assina a revista. O tema deste ano é o cosmopolitismo: como as discussões sobre questões relacionadas à cidade grande são importantes para o mundo todo. Conversei com o curador do projeto, Fernando Schüler, no início do mês e ele falou sobre este tema, veja no vídeo abaixo:
“A humanidade vem superando padrões éticos progressivamente, geração a geração”, me disse o acadêmico, citando como temas tidos como certo – tais como a escravidão, a disputa por meio de duelos e a discriminação vem diminuindo gradativamente. Foi bom ouvir que o idealizador de um dos principais projetos intelectuais no Brasil hoje não é um pessimista e acha que o mundo está melhorando, principalmente graças aos avanços da ciência e da tecnologia. Reforcei este aspecto na pergunta seguinte, e Schüler confirmou, falando que intelectuais tendem ao que ele chama de “pessimismo metodológico”, explicando que nossa visão de mundo é pautada por sentimentos e impede que vejamos as melhoras significativas que tivemos em muitas frentes nos últimos anos, como a queda da pobreza e da mortalidade infantil e o aumento da longevidade, isso devido à ascensão das periferias do mundo, que vêm da transferência do conhecimento e trocas globais que só aconteceram devido à abertura nos últimos séculos. “Nunca houve na época da história um desenvolvimento harmônico”, reforçou, lembrando que este desenvolvimento historicamente é paradoxal. E lembrou que isso não significa que as pessoas serão felizes ou que a cultura deixará de ser trivial, mas que é inevitável percebermos que houve “progresso social, econômico e até mesmo político”, nos últimos anos. Assista a seguir:
A constatação de Schüler vai de encontro ao tema da palestra que abre o Fronteiras do Pensamento de hoje, em que Mario Vargas Llosa crucifica a sociedade moderna e a espetacularização de nossa cultura tendo como base seu livro mais recente, A Civilização do Espetáculo, que ainda não tem edição brasileira. Na próxima coluna eu comento como foi a palestra de Vargas Llosa e continuo esta discussão sobre se a civilização está melhorando ou piorando.
Você sabe de que lado estou.
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