Essa terça chuvosa, nada a ver…
Led Zeppelin – “The Rain Song”
Sá, Rodrix e Guarabyra – “Mestre Jonas”
Deep Purple – “Maybe I’m a Leo”
Mystery Jets – “Young Love (The Shoes Remix)”
First Aid Kit – “Dancing Barefoot”
Coconut Records – “Minding My Own Business”
Bob Dylan – “Masters of War”
Rocket Juice & the Moon – “Poison”
Four Tops – “I’ll Turn to Stone ”
Tim Maia – “Verão Carioca”
Queen – “Play the Game”
Grupo Cravo e Canela – “Se ganho na loteca”
Lana Del Rey – “West Coast”
!!! – “Slyd”
Emílio Santiago – “Bananeira”
Os anos 80 de Bob Dylan são uma fase renegada por muitos fãs do bardo norte-americano. Também pudera: os requintes plásticos de produção musical e os timbres daquela década talvez sejam o extremo oposto dos valores musicais erguidos por Dylan nas duas décadas anteriores. Mas ninguém o forçou a gravar esses discos e a perspectiva histórica aos poucos vão salvando grandes canções e discos inteiros menosprezados à época (o próprio Dylan começou esta reavaliação ao dedicar páginas de seu único volume de Chronicles, sua autobiografia não-terminada, ao disco Oh Mercy, de 1989). Agora é a vez de um tributo inteirinho dedicado a esta década de Dylan (chamado, darl, Dylan in the 80s) – e reúne nomes tão improváveis quanto Elvis Perkins, Reggie Watts e uma dupla inominável formada pelo Gene do Ween e o Slash ex-Guns’n’Roses. O aperitivo que já soltaram traz nosso querido Built to Spill tocando “Jokerman”, aquela música que o Caetano tocava na turnê do Circuladô, no início dos anos 90.
Dylan reverencia um dos monumentos de Neil Young em dois momentos distintos em novembro de 2002: o primeiro no Madison Square Garden, dia 11…
…o segundo, dez dias depois, no Wilkes Barre, Pensilvânia.
De chorar.
Vem aí o décimo volume das Bootleg Series de Bob Dylan, o longevo projeto de oficialização da discografia pirata liderado pelo próprio artista que vem funcionando como uma discografia paralela, composta por rascunhos. O alvo da nova coleção de discos é a transição dos anos 60 para os anos 70 representada pelo então tido como caricato Self Portrait, um dos primeiros de Dylan a serem mal recebidos pela crítica (Greil Marcus começava sua resenha na Rolling Stone perguntando “que merda é essa?”).
Another Self Portrait, que será lançado no final deste mês, reúne 35 faixas gravadas nesse período, boa parte delas versões para músicas tradicionais americanas, como “Pretty Saro”, abaixo. E o texto da caixa é escrito pelo próprio Greil Marcus:
Uma trilha sonora pra esses dias, que contou com uma pequena ajuda de muita gente.
Jesse Jackson – “I Am Somebody”
Gil Scott-Heron – “The Revolution Will Not Be Televised”
Nina Simone – “Revolution”
Metá Metá – “São Jorge”
Curtis Mayfield – “Power to the People”
Sam Cooke – “A Change is Gonna Come”
Wilson das Neves – “O Dia em que o Morro Descer e Não for Carnaval”
Bob Dylan – “Masters of War”
National – “Fake Empire”
T-Rex – “Children of the Revolution”
Richard Hawley – “Tonight The Streets Are Ours”
Buffalo Springfield – “For What It’s Worth”
Gal Costa – “Divino Maravilhoso”
Beatles – “Tomorrow Never Knows”
Sonic Youth – “Teen Age Riot”
Beastie Boys – “Fight For Your Right to Party”
Paralamas do Sucesso – “Selvagem”
Titãs – “Desordem”
Rage Against The Machine – “Killing in the Name”
Kendrick Lamar – “Bitch Don’t Kill My Vibe”
Primal Scream – “Come Together”
Massive Attack – “Safe from Harm”
Sly & the Family Stone – “There’s a Riot Goin’ On”
Rolling Stones – “Gimme Shelter”
Gilberto Gil – “Marginália 2”
Siba e a Fuloresta – “Pisando em Praça de Guerra”
Tatá Aeroplano – “Tudo Parado na City”
Ronnie Von – “Anarquia”
Martha & The Vandellas – “Dancing in the Streets”
Black Alien – “From Hell Pro Céu”
Ana Tijoux – “Shock”
Major Lazer + Amber Coffman- “Get Free”
Black Lips – “Bad Kids”
Gorillaz – “Dirty Harry”
Clash – “Guns of Brixton”
Bob Marley & the Wailers – “Exodus”
O brasileiro Leandro Senna resolveu reescrever os cartazes do clipe de “Subterranean Homesick Blues” do Bob Dylan com tipos de fontes diferentes, feitos à mão. O resultado é o clipe abaixo.
Bob Dylan Subterranean Homesick Blues – A HAND LETTERING EXPERIENCE from Leandro Senna on Vimeo.
Vi no Bruno. Abaixo, cada frame desenhado para o curta, tirado do site do Senna.
Um disco forte, que termina com uma música dedicada ao Titanic e outra a John Lennon – escrevi sobre o novo disco do Dylan pro blog do Instituto Moreira Salles:
A carreira de Bob Dylan, 71 anos, pode ser vista como uma montanha russa de reviravoltas musicais e estéticas, com uma trajetória que vê seu protagonista sair do papel de enfant terrible da folk music nova-iorquina e se tornar a lenda viva da cultura do século 20. Neste percurso, reúne fãs e desafetos, seguidores e devotos, adjetivos e epítetos que o tornam uma figura dúbia e contraditória.
Mas esta versão é a de quem acompanhou sua biografia de perto, vendo-o converter-se ao Cristianismo para cantar gospel com propriedade, virando-se de costas para o movimento pelos direitos civis com uma guitarra elétrica em riste, trancando-se com a The Band em busca das raízes dos Estados Unidos. Mas se sua produção cultural for analisada como uma só – discos, singles, shows, filmes, livros e até telas -, percebemos que, em vez de capítulos isolados em determinados arcos ou períodos da carreira, temos um artista contando o impacto do século norte-americano no próprio país.
Mais um daqueles gravados na madruga…
Tommy James + Shondells – “Crystal Blue Persuasion”
Criolo – “Não Existe Amor Em SP (Laudz Orchestral Version)”
David Byrne + St. Vincent – “Who”
Bob Dylan – “Duquesne Whistle”
Cat Power – “Cherokee”
John Cale – “I Wanna Talk 2 U”
Kika – “Enxurrada”
Divine Fits – “My Love is Real”
Hot Chip – “How Do You Do (Todd Terje Remix)”
Jessie Ware – “Devotion”
Azealia Banks – “1991”
Supercordas – “O Céu Sobre as Cabeças”
Phoenix – “Fences (DeltaFoxx Remix)”
Banda Uó – “Vânia”
Goldroom – “Fifteen”
Xx – “Tides”
Chet Faker – “Terms and Conditions”
Black Light Dinner Party – “Older Together”
Mayer Hawthorne – “Get Ready”