Bill Viola (1951-2024)

, por Alexandre Matias

“A câmera de vídeo deu algo que a caneta, o lápis e o papel ou o pincel e a tela não deram: a habilidade de olhar para o mundo real com o olho aberto e gravar os eventos enquanto eles iam acontecendo – e esse tipo de conexão direta com a vida me libertou demais”, disse o recém-falecido artista norte-americano Bill Viola, pioneiro da vídeo-arte que nos deixou nesta sexta-feira no programa do entrevistador Charlie Rose em 1995. Ele começou a experimentar com o vídeo como uma forma de expressão no final dos anos 70, anos depois de formar-se em artes na faculdade de Syracuse, nos EUA, uma das primeiras a tratar novas mídias como estudo artístico, e trabalhar com performance, música e arte contemporânea. Seu principal feito foi recriar uma experiência de quase morte que teve ainda quando criança na série de vídeos que batizou de The Reflecting Pool, que deu a tônica do resto de sua carreira, sempre misturando registros em vídeo com uma experiência quase espiiritual ou religiosa. Isso vinha de sua educação junto à igreja, o que fez com que obras do Renascimento fossem referências recorrentes em seu trabalho. Morreu depois de complicações devido a um Alzheimer, que começara a desenvolver há pouco tempo.

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