Beth Gibbons anuncia seu primeiro disco solo
Viramos o primeiro mês de 2024 e a vocalista do Portishead, Beth Gibbobs, acaba de anunciar seu primeiro disco solo em um post no Instagram, em que publicou uma carta escrita à mão que traduzo abaixo:
Oi, faz tempo, mas, finalmente, junto com a Domino, poderei oferecer músicas novas em breve.
Foi uma longa jornada que se estendeu por mais de uma década e chama-se Lives Outgrown.
Como sempre, isso reflete o que está acontecendo comigo internamente, meus 50 anos me trouxeram um horizonte novo, porém mais antigo. Foi um momento de adeus à família, aos amigos e até de quem eu era antes, com letras que refletem minhas ansiedades e ruminações de noites sem dormir, daí o título Lives Outgrown (Vidas Superadas, em português). Não apenas pela forma como passamos pelas transições emocionais ou psicológicas de nossas vidas, mas também por relacionar-se ao momento em que deixamos este planeta e nosso movimento em direção ao desconhecido. Algo que temo, mas que preciso tentar celebrar quando este momento se aproxima, dando-me a capacidade de crescer para além das restrições deste mundo físico.
O som também foi um processo, em que explorei as estruturas dentro das minhas capacidades pessoais. Eu queria me afastar dos breakbeats e das caixas de bateria, com foco maior na fábrica amadeirada dos timbres, para além do vício açucarado das frequências altas que nos satisfazem como açúcar e sal.
Espero que vocês que têm sido tão leais e solidários ao longo dos anos, juntamente com quaisquer outros novos ouvintes, gostem.
Com amor,
Beth
Ela não deu mais informações sobre datas de lançamento nem confirmou que a imagem que postou junto com a carta aos fãs – um simples autorretrato em que aparece sorrindo abaixo do título do disco, desenhado em uma capa de CD – seria a capa deste primeiro disco solo. Não custa lembrar que não é a primeira vez que Gibbons faz algo além do Portishead e já lançou dois álbuns maravilhosos ao lado de outros artistas, como o acústico Out of Season, gravado com Rustin Man em 2002, que inclusive a trouxe para o Brasil pela única vez, no início do século, e a gravação para a Sinfonia número 3 de Henryk Górecki, conhecida como a Sinfonia das Canções Tristes, que gravou com a Polish National Radio Symphony Orchestra em 2019.
Mas toda essa movimentação leva a crer que o próprio Portishead (que acaba de celebrar os vinte e cinco anos de seu clássico disco ao vivo gravado em Nova York) pode voltar a fazer música. Mas bem no tempo deles…
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