Deixa comigo. E nessa quinta tem festa, hein…
Soulive – “Come Together”
Paul McCartney – “Smile Away”
Mallu Magalhães – “Shine Yellow”
Céu – “Bubuia”
Chalawa – “Waiting in Vain”
Rockers Control – “46 do Segundo Tempo”
Ave Sangria – “Geórgia, A Carniceira”
Rafael Castro & os Monumentais – “Ultrapassa, Pai!”
Eddie – “Pode Me Chamar”
Rolling Stones – “Flight 505”
Sebadoh – “Pink Moon”
Fleet Foxes – “Sim Sala Bim”
Karina Buhr – “Ciranda”
João Donato – “Sambongo”
Rubinho Jacobina e a Força Bruta – “Toc Toc”
Stevie Wonder – “Superstition (Camara Remix)”
Boney M – “Rasputin”
Babe Ruth – “The Mexican”
Marcelo Jeneci + Laura Lavieri – “It’s Very Nice Pra Xuxu”
Vem!
Idéia simples do Seth Swirsky: juntar uns conhecidos pra contar a história da relação deles com os Beatles – principalmente em pessoa. E assim conseguiu conversas com Smokey Robinson, Klaus Voormann, Jon Voight, Brian Wilson, Art Garfunkel, George Martin, Graham Nash, entre outros. Eis Beatles’ Stories:
Vi na Babee.
Um documentário feito em 1987 (“It was twenty years ago today!”), pela PBS norte-americana, sobre o clássico disco dos Beatles. Uma aula de cultura pop.
Sobrevivemos à festa de 15 anos do Trabalho Sujo para falar dos shows de Arthur Verocai e do casal Dean & Britta, de uma geral na Virada Cultural 2011 (além de dicas para melhorar este conceito – e de graça, hein prefeitura!), Lima Barreto, “Revolution 9” ao vivo, Santiago, subcomandante Marcos, Fringe e Michael Chabon (Maps and Legends e The Yiddish Policemen’s Union são os livros referidos), tudo ao som da mixtape I Can Hear the Sounds You Don’t Remember, que o Bruno Morais fez para distribuir na supracitada festa, disponível para donwload no site da Dani. Ouvidos à obra.
Ronaldo Evangelista & Alexandre Matias – “Vinteonze #0005“ (MP3)
O This is Not Porn já pode ser considerado um clássico na curta história do Tumblr e justamente por isso merece ser linkado. Mas eu estou citando-o agora porque a Tati entrevistou o autor do site, o sueco Patrik Karlsson para a seção Sábado Livre, do site do Link.
Lembrei de uma matéria que fiz para a Ilustrada anos atrás, quando o primeiro encontro dos Beatles e de Bob Dylan completou 40 anos – reunião de cúpula que mudou o curso das carreiras dos dois artistas e, com elas, a história da cultura do século 20. Segue o texto abaixo:
Encontro entre Bob Dylan e os Beatles faz 40 anos
“Olhando em retrospecto, eu ainda vejo aquela noite como um dos grandes momentos da minha vida. Na verdade, eu tinha a consciência de que estava dando início ao encontro mais frutífero na história da música pop, pelo menos até então. Meu objetivo foi fazer acontecer o que aconteceu, que foi a melhor música de nossa época. Eu fico feliz com a idéia de que eu fui o arquiteto, um participante e o cronista de um momento-chave da história.”
Assim o jornalista norte-americano Al Aronowitz se refere ao clássico encontro que, exatamente há 40 anos, mudou a cara da música pop e da cultura popular, quando, no dia 28 de agosto de 1964, os Beatles foram apresentados a Bob Dylan e este os apresentou à maconha. O encontro, ocorrido no Delmonico Hotel, em Nova York, fez com que ambos artistas começassem a se enxergar como partes de um mesmo universo, cedendo atrativos musicais entre si –não havia mais consumismo infanto-juvenil de um lado e cabecismo adulto do outro, tudo era a mesma coisa. Nascia a música pop moderna.
O que a princípio parecia se tornar um breve alô entre jovens ícones se tornou um acelerador para novas certezas que ambas as carreiras vinham desenvolvendo. Fenômeno de mercado, os Beatles eram uma banda elétrica adolescente, cantando baladas de amor e petardos dançantes com maestria inigualável. Já o acústico Dylan nascera na mesma cena folk pacifista que habitava o bairro boêmio do Village e glorificava autores beat e músicos do povo.
Mas logo a seguir as coisas mudariam de figura. Dylan abraçaria a guitarra como um violão de maior alcance, ferindo seus próprios fãs puristas com decibéis de eletricidade distorcida, ao mesmo tempo em que deformava a própria lírica das canções de protesto para um panteão bíblico-pop que buscava a pureza da alma americana ao mesmo tempo em que se perdia em seus próprios pecados. Já os Beatles deixariam de lado o iê-iê-iê para mergulhar fundo em si mesmos, emergindo de seu experimentalismo intuitivo –parte nostálgico, parte ingênuo– com o melhor legado que o formato canção conheceu.
Aronowitz havia entrevistado John Lennon e descobriu que ele considerava Bob Dylan um “ego igual” e, amigo de Dylan, passou a pensar em como aproximar os dois artistas. Até que, naquele 28 de agosto, Al recebe um telefonema –era Lennon, de passagem com os Beatles por Nova York:
“Cadê ele?”.
“Quem?”
“Dylan!”
“Ah, ele está em Woodstock, mas eu posso trazê-lo!”
“Do it!” (Faça!), mandou John do outro lado da linha, e o jornalista percebeu que podia dar ignição na própria história. Aronowitz combinou com Dylan, que veio acompanhado do roadie Victor Maimudes, ao volante. Com Al no carro, foram em direção a Manhattan, chegando logo ao hotel na Park Avenue. Lá, os três alcançaram o andar em que os Beatles estavam, sendo recebidos por um amontoado de artistas, radialistas, policiais e jornalistas, bebendo cerveja e conversando, que esperavam a vez de entrar na suíte para conversar com os Beatles, que estavam na capa da revista “Life” daquela semana.
Dylan entrou rapidamente, e a recepção foi feita pelo empresário do grupo, Brian Epstein, que, ao perguntar, entre champanhe e vinhos franceses, o que Dylan gostaria de beber, ouviu o pedido por “vinho barato” –para despachar o roadie dos Beatles, Mal Evans, em busca da tal garrafa. O encontro vinha frio, e os Beatles ofereceram pílulas para Bob, que sugeriu que eles fumassem maconha. Os ingleses responderam que nunca haviam fumado –consideravam a maconha uma droga pesada como a heroína, restrita a músicos de jazz e escritores malditos.
Pasmo, Dylan perguntou sobre aquela música que eles compuseram sobre estar chapado. Sem entender o que ele queria dizer, o cantor folk citou uma passagem em que os Beatles cantavam “I get high! I get high! I get high!” (“Eu fico chapado”), e Lennon esclareceu que era “I Want to Hold Your Hand”, cuja letra, na verdade, dizia “I can’t hide! I can’t hide! I can’t hide!” (“Eu não posso esconder!”). Desfeito o mal-entendido, Dylan sugeriu que todos fumassem um baseado.
Os Beatles, Dylan, Mal, Victor, Brian, Al e o assessor de imprensa Derek Taylor se dirigiram ao fundo da suíte do hotel, onde se trancaram e fecharam as cortinas. Bob Dylan começou a enrolar o cigarro, mas deixou o fumo cair por duas vezes, deixando que seu roadie terminasse o serviço. Aceso, o cigarro foi passado para Lennon, que passou a vez para o baterista Ringo Starr, que, por desconhecer os rituais canábicos, fumou-o inteiro, sem passá-lo adiante. Isso fez com que Al incentivasse a produção de mais cigarros –e logo cada um tinha o seu.
“Foi muito engraçado!”, lembra Paul McCartney em suas memórias, “Many Years from Now”, “o negócio dos Beatles eram humor, tínhamos muito humor. Havia um lado do humor que usávamos como proteção e, com aquilo ainda por cima, as coisas ficaram mesmo hilárias”.
“Virou uma espécie de festinha”, continua Paul, “voltamos todos para a sala, bebemos e coisa e tal, mas não acho que alguém precisasse de mais fumo depois daquilo. Passei a noite toda correndo para lá e para cá, tentando achar papel e caneta porque, quando voltei para o quarto, descobri o sentido da vida. Queria contar ao meu pessoal como era aquilo. Eu era o grande descobridor, naquele mar de maconha, em Nova York”.
“Até a vinda do rap, a música pop era largamente derivada daquela noite no Delmonico. Aquele encontro não mudou apenas a música pop, mudou nosso tempo”, lembra Al Aronowitz, em sua coluna on-line “The Blacklisted Journalist”. Logo depois, Dylan lançaria, em seqüência, os discos “Bringing It All Back Home”, “Highway 61 Revisited” e “Blonde on Blonde”, enquanto os Beatles trariam “Rubber Soul”, “Revolver” e “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band”. Pura história.