60 anos de Beatlemania não poderiam passar incólumes

Há 60 anos, os Beatles chegaram aos Estados Unidos e a febre adolescente que até então só tomava conta da Inglaterra espalhou-se imediatamente pelo resto do planeta. E embora afeito a efemérides para seguir sua dominação cultural, o grupo só fez um anúncio até então, avisando que iria finalmente relançar a versão estadunidense de sua discografia em uma caixa de LPs que não estavam disponíveis para o público desde o século passado. Mas mesmo que agradasse a uma fatia fiel de seu público (os completistas) pouco acrescentava para os fãs em geral, que não comprarão novas versões em vinil de músicas que provavelmente já estão em sua coleção e neste mesmo formato (embora dispostos na versão considerada oficial da discografia da banda, lançada na Inglaterra). Até que no início deste mês a banda anunciou quase discretamente uma nova versão para o disco A Hard Day’s Night, o primeiro que o grupo lançou no ano de 1964 e que funcionava como trilha sonora para seu primeiro filme, batizado com o mesmo título. A nova versão também não trazia nenhuma novidade: era apenas uma edição em vinil branco de 180 gramas lançada para o National Album Day, evento inglês equivalente ao Record Store Day dos EUA, que seria lançada apenas no Reino Unido no próximo dia 19 e não traria nenhuma novidade em relação à versão que já conhecemos do álbum, o primeiro que traz apenas composições da dupla John Lennon e Paul McCartney. E o jornal inglês The Sun descobriu que o canal de streaming da Apple (não da gravadora dos Beatles) está preparando um documentário sobre a chegada do grupo aos EUA chamado apenas de 1964, que trata do impacto do grupo no mundo pop depois que dominou o público dos Estados Unidos, trazendo cenas nunca vistas – embora a Apple oficialmente não tenha se pronunciado sobre o filme. E custava pedir que eles relançassem o A Hard Day’s Night no cinema?

“Now and Then” ao vivo pela primeira vez

Paul McCartney novamente volta ao nosso continente e decidiu começar a perna 2024 de sua turnê fazendo história, ao tocar, pela primeira vez ao vivo, a música que lançou no ano passado ao lado de Ringo Starr como “a última música dos Beatles”, ao reunir gravações póstumas de John Lennon e George Harrison. “Now and Then” foi a única surpresa no setlist que apresentou nesta terça-feira em Montevidéu, no Uruguai, na primeira das nove apresentações que faz na América do Sul neste mês, quando também passa pela Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Brasil – as datas no país acontecem nos dias 15 e 16 (em São Paulo) e no dia 19 (em Florianópolis). Depois, Paul segue com sua turnê pela Costa Rica, México, França, Espanha e Inglaterra, quando encerra o ano em duas apresentações na Arena O2, em Londres, nos dias 18 e 19 de dezembro. Assista à primeira apresentação ao vivo de “Now and Then” abaixo:  

Beatles à moda estadunidense

Os Beatles seguem drenando sua interminável fonte de música e mais uma vez anunciam mais uma leva de novos relançamentos – mas dessa vez o foco é nos completistas e nos saudosistas que viveram o auge da Beatlemania nos EUA, afinal os sete LPs que colocam de volta nas prateleiras não trazem nenhuma novidade em si. No ano em que a febre ao redor da banda a transformou em fenômeno global completa 60 anos, o grupo anuncia o relançamento dos sete discos que apresentaram a banda ao público norte-americano: Meet The Beatles!, The Beatles’ Second Album, A Hard Day’s Night (Original Motion Picture Sound Track), Something New, o duplo The Beatles’ Story, Beatles ’65 e The Early Beatles foram lançados entre janeiro de 1964 e março de 1965 rearranjando músicas dos primeiros discos da banda em diferentes lançamentos, misturando músicas de discos diferentes e compactos com títulos e capas que só foram lançados nos EUA. Os sete discos chegam num box que será lançado oficialmente no final de novembro (e já está em pré-venda), também serão vendidos separadamente (à exceção de Beatles’ Story) e trazem as reproduções das artes originais acompanhadas de textos escritos por Bruce Spizer, especialista norte-americano no grupo. Dá uma sacada abaixo no material…  

Vida Fodona #818: O próximo mês promete

Vamos lá que agosto tá vindo…

Ouça abaixo:  

Vida Fodona #817: Não dá pra ficar parado

Até dá, mas você entendeu.

Ouça abaixo:  

Mais uma vez discotecando só Beatles

O Wilsera tá puxando uma festa nesse sábado dedicada à beatlemania e me chamou pra discotecar só Beatles nesse Baile de Eleanor Rigby, que acontece a partir das dez da noite no Cineclube Cortina. Além de mim e do anfitrião da festa, Wilson Farina, também discotecam as DJs Cranmarry e Dina Mesma, e deixaram até tocar músicas do pop britânico dos anos 60, das carreiras solos dos Beatles e até versões, mas quando eu começar a discotecar – lá pelas duas da manhã, porque até a meia-noite estou tocando no Desaniversário – vou tocar apenas músicas gravadas por John, Paul, George e Ringo enquanto eram uma unidade só, entre 1962 e 1970. Os ingressos já estão sendo vendidos neste link.

Eis o trailer da nova versão de Let it Be

chegando a hora

Assista abaixo:  

E é claro que era o Let it Be

Os Beatles acabam de confirmar o rumor que plantaram nesta segunda, ao divulgar uma imagem que indicava que eles finalmente relançariam seu último filme, Let it Be. O filme de 1970 chega ao canal de streaming Disney+ no próximo dia 8. Lançado originalmente em abril daquele ano, Let it Be marca o fim definitivo de uma banda que já estava se esfacelando há um ano e meio, pois naquele mesmo mês Paul McCartney deu uma entrevista confirmando o fim dos Beatles (e aproveitando para divulgar seu primeiro disco solo, o ótimo McCartney). O tom amargo do documentário dirigido por Michael Lindsay-Hogg deu ao último ano da história da banda uma tristeza raivosa que é característica do final de relacionamentos, mas quando a Apple convidou Peter Jackson para remasterizar o filme e mexer com o material extra que havia sido gravado no período, o tom acridoce se dissipou quando o diretor neozelandês descobriu um material bem diferente do que havia sido imortalizado por Lindsay-Hogg, criando a série documental Get Back. “Os dois projetos se apoiam e melhoram um ao outro”, explicou Jackson em uma declaração publicada no site dos Beatles. “Let it Be é o clímax de Get Back, enquanto Get Back provê um contexto vital que falta em Let it Be. Michael Lindsay-Hogg foi infalivelmente prestativo e delicado enquanto estava fazendo Get Back e é mais do que correto que seu filme original seja a última palavra… Com imagem e som bem melhor do que quando foi lançado em 1970”. Mas me incomoda esse cartaz branco, pois todos sabemos que o original era preto, como a capa do disco…

Palavras de sabedoria

Que tal começar a semana com novidade dos Beatles? O grupo acaba de anunciar em suas redes e em seu site oficial um teaser que anuncia “finalmente”, mostrando uma imagem em branco com quatro molduras quadradas que, anuncia pra qualquer fã médio dos Beatles, a estrutura básica da capa do disco derradeiro da banda – Let it Be, de 1970 – que não por acaso traz a mesma estrutura no pôster no filme de mesmo nome lançado junto ao décimo terceiro álbum do grupo. Como o disco já faz parte da discografia em todos os formatos há eras, o foco fica no polêmico filme que encerrou a carreira do grupo. Dirigido por Michael Lindsay-Hogg, o filme encerrou a carreira da banda pop mais importante da história com um gosto amargo, precisamente pelo tom escolhido pelo diretor. Quando Peter Jackson foi convidado pela Disney para remasterizar o filme, antes da pandemia, ele ficou dividido justamente pelo teor pesado do filme original e imaginou que o material que não havia sido utilizado, que ele poderia trabalhar, seria ainda mais denso que o que foi lançado. Felizmente, Jackson aceitou a proposta e, como todo fã dos Beatles descobriu depois, ficou fascinado como a gravação teve seus momentos de união, criatividade e alegria, mesmo no meio das discussões que acabaram levando ao fim da banda – e esses extras deram origem ao mágico seriado Get Back. O teaser publicado nessa segunda – junto com um verso tirado da faixa que batiza o disco (“There will be an answer…”, “Haverá uma resposta”) – leva a crer que finalmente o filme será incluído na filmografia oficial da banda, já que só foi relançado pela banda depois de seu lançamento nos anos 80, quando surgiu em versões em VHS, Betamax e laserdisc em apenas alguns países. O filme foi remasterizado na época em que o grupo fez a versão definitiva de sua carreira na série Anthology, nos anos 90, mas apenas trechos foram utilizados. Seu relançamento digital e nos cinemas quase aconteceu na época do lançamento do disco Let it Be… Naked, em 2003, e depois em 2008, mas foi cancelado nas duas oportunidades. Ao que parece, agora vai – vamos torcer pra que chegue aos cinemas também!

O ato II de Beyoncé está chegando, com direito a Beatles, Willie Nelson e Dolly Parton

O lançamento de Cowboy Carter, segundo volume de trilogia que Beyoncé iniciou em 2021, acontece nessa sexta-feira e junto com a expectativa aumentam as especulações – e confirmações. Ao divulgar a lista das faixas em seu Instagram nesta quarta-feira, a maestra parece ter confirmado dois boatos que já estavam no ar: que regravaria um clássico perene de Dolly Parton, e uma música dos Beatles. “Jolene” e “Blackbird” surgem entre as músicas anunciadas, bem como a referência à Linda Martell, primeira artista negra de sucesso comercial na música country, na faixa chamada “The Linda Martell Show”. O anúncio também confirma a participação de Willie Nelson em uma das faixas (justamente uma chamada “Smoke”) e o nome de Dolly Parton (ou melhor, “Dolly P”) está no meio das faixas do novo disco.

Outro boato que esquentou foi que o disco teria a participação de Rihanna, uma vez que esta divulgou esta semana fotos que fez para a edição chinesa da Vogue em que aparece vestida de caubói – e sabemos que o tema do disco novo de Beyoncé é música country. Ainda há o boato que Miley Cyrus dividiria os vocais com Beyoncé em “Blackbird”. Não bastasse tudo isso, surgiram dois outdoors anunciando o novo álbum em… Salvador, onde ela esteve no final do ano passado. Essa mulher vai mudar as regras do jogo… de novo!