Conheça os Beatles…

Eis os Beatles no cinema: Harris Dickinson (que fez Triângulo da Tristeza e Babygirl) como John Lennon, Paul Mescal (da série Normal People e dos filmes Todos Nós Desconhecidos e Aftersun) como Paul McCartney, Barry Keoghan (de The Banshees of Inisherin, Dunkirk e Saltburn) como Ringo Starr e Joseph Quinn (que fez a série Stranger Things e os filmes Um Lugar Silencioso: Dia Um, além do futuro Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, que estreia esse ano) como George Harrison. O elenco dos quatro filmes que Sam Mendes dirigirá sobre a história da maior banda de todos os tempos foi oficializado nesta segunda-feira, no primeiro dia do evento Cinemacon, feito pela Sony, produtora do filme, que está acontecendo no Caesars Palace em Las Vegas, nos EUA. Os quatro filmes estrearão no mesmo mês – abril de 2028, embora ainda não hja nenhuma informação sobre a ordem de exibição – e serão chamados oficialmente de The Beatles – A Four-Film Cinematic Event, que o próprio diretor disse ser o primeiro projeto para ser maratonado em salas de cinema. Os quatro atores compareceram ao evento e disseram, cada um deles, um verso da música Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, que abre o disco de mesmo nome: “É maravilhoso estar aqui. Realmente é muita emoção. Vocês são um público tão amável. Queríamos levar vocês pra casa”. Os quatro filmes serão filmados ao mesmo tempo: “Estou tendo flashbacks de Avatar”, brincou o principal executivo do estúdio, Tom Rothman, ao lembrar da megalomnia da franquia de James Cameron, também produzida pela Sony. E aí, qual é a sua expectativa sobre esse projeto? Eu acho que pode dar muito certo.

É possível ainda encontrar novas raridades dos Beatles?

Essa eterna pergunta está sempre aberta para uma novo sim, que desta vez veio de Vancouver, no Canadá, quando o dono da loja de discos Neptoon Records, Rob Frith, tirou uma noite para ouvir fitas de rolo que tinha guardadas em sua loja no estúdio de um amigo que tinha um equipamento adequado para ouvi-las. E ao sacar um rolo escrito “Beatles 60 Demos” na caixa, pensou que iria ouvir a gravação de algum disco pirata conhecido que tinha sido passado para aquela fita, mas qual foi sua surpresa ao se deparar com o que parece ser a fita master da clássica e infame sessão que John, Paul, George e Pete Best – Ringo ainda não tinha entrado na banda e sua ausência é notável – registraram no estúdio da gravadora Decca, em Londres, no primeiro dia de 1962. A gravação é conhecida dos beatlemaníacos e entrou para o hall da infâmia mundial ao ser o material que fez aquela gravadora não assinar com a banda que mudaria a história do mundo. Mas a fita descoberta por Frith, ao menos a partir dos dois trechos que ele postou em seu Instagram (“The Sheik of Araby” e “Money (That’s What I Want)”, ouça abaixo), parece ser um registro muito melhor do que os conhecidos até hoje – que inclusive os que entraram na Anthology, coletânea tripla que o grupo lançou nos anos 90 oficializando uma série de registros piratas para sua própria discografia. O que nos leva a um assunto que devo falar mais por esses dias: os 30 anos de Anthology e a necessidade do grupo de lançar uma nova edição da clássica compilação, que veio acompanhada de um documentário que não está em nenhum canal de streaming… Mas depois falo mais sobre isso.  

Paul McCartney ♥ Ringo Starr

E essa pra terminar o ano? No meio de seu show nesta quinta-feira em Londres, Paul McCartney chamou ninguém menos que Ringo Starr para acompanhá-lo por dois clássicos dos Beatles: a versão reprise de “Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band” e “Helter Skelter”. Foi a última data da turnê de Paul que passou pelo Brasil e a primeira vez em 50 anos que Paul subiu ao palco com seu clássico baixo Hofner 500/1, que havia sido roubado em 1972 e foi recuperado no início deste ano. Paul e Ringo são os beatles que mais tocaram juntos desde o fim da banda, mas essa é a primeira vez que os dois se reencontram depois da pandemia – os encontros anteriores aconteceram em algumas datas da turnê que Paul fez entre 2018 e 2019 e quando Ringo foi entronizado ao Rock and Roll Hall of Fame em 2015. A noite ainda teve a participação do jovem Rolling Stone Ronnie Wood (meros 77 anos), que tocou com a banda de Paul em “Get Back”. Que noite!

Assista abaixo:  

Paul McCartney, Jack White e St. Vincent tocando “The End”, dos Beatles, juntos!

O já tradicional festival mexicano Corona Capital encerrou sua edição neste domingo em grande estilo ao reunir, na última música do último show, três gigantes de três gerações diferentes numa jam session guitarreira, quando Jack White e St. Vincent se juntaram ao Sir Paul McCartney na parte instrumental do final da última música do último disco dos Beatles, “The End”, que encerra tanto o disco Abbey Road quanto a atual turnê do eterno beatle. Foi a primeira vez que Jack White, beatlemaníaco daqueles, dividiiu o palco com Paul – depois que o próprio Macca chamou St. Vincent para dividir “Get Back” com ele, minutos antes daquele mesmo show. Que delírio, olha só:  

O ano em que os Beatles conquistaram o mundo

Eis o primeiro trailer de 1964, documentário sobre a chegada dos Beatles aos Estados Unidos produzido por Martin Scorsese com cenas inéditas e entrevistas exclusivas que estreia no próximo dia 29 no Disney+.

Assista ao trailer abaixo:  

Agora e sempre

Chega um momento em que as pessoas parecem desdenhar do privilégio que é receber Sir Paul McCartney cada vez mais no Brasil. Piadinhas que falam sobre o número de seu CPF ou a casa que comprou no litoral paulista fazem parecer que o ex-beatle é um artista decadente que sobrevive fazendo shows em países subdesenvolvidos. Nada mais distante da realidade: Paul frequenta o Brasil constantemente há mais de dez anos porque descobriu que tem um público fiel e cativo no país, que vai assisti-lo sempre. E mesmo que só tenha atinado para isso no que muitos vão assinalar como “fim de carreira”, encantou-se com o país que conheceu ainda na última década do século passado, quando fez dois shows no Rio de Janeiro (em 1990, no Maracanã) e em São Paulo (em 1994, no Pacaembu, minha estreia em uma de suas apresentações). Nove shows depois daquele histórico momento no Pacaembu, cá estou eu mais uma vez lendo o setlist antes de começar meu décimo show do Paul McCartney, e me perguntando se ele faria alguma alteração no repertório que vinha apresentando. As mudanças foram mínimas. O show foi idêntico ao último que fui, em dezembro do ano passado, no mesmo estádio do Palmeiras, sob chuva de canivetes, mas havia surpresas: “All My Loving” tocada pela primeira vez ao vivo desde a pandemia, a estreia de “Day Tripper” nesta turnê e, claro, a rendição de “Now and Then”, última música lançada pelos Beatles, no ano passado. E esse pequeno detalhe final foi a pedra solta no dique das emoções, me fazendo chorar copiosamente como há muito não havia chorado num show do senhor McCartney. E mesmo saudando sua esposa atual (em “My Valentine”) e a anterior (em “Maybe I’m Amazed”), seus colegas falecidos de banda (John em “Here Today”, George em “Something”) e tendo mais de dois terços da apresentação dedicadas à maior banda de todos os tempos, Paul reforçava o tempo em que estamos vivendo, seja fazendo piadinhas infames em português, atiçando o público para cantar junto e repetindo várias vezes o nome do país e da cidade em que estava (sem tomar um mísero copo d’água nas quase três horas de show que fez). A voz por vezes falha, mas segue tocando muito tanto guitarra, piano e baixo – além do indefectível assobio. “Meu tempo é hoje”, parece sublinhar citando outro Paulo, mesmo nadando num mar de nostalgia. Não por acaso termina o show citando nominalmente os músicos e sua equipe, ignora seu grande hit “Yesterday” e despede-se dizendo “até a próxima!”. Estaremos lá – agora e sempre.

Assista abaixo:  

Beatles por Scorsese

E o que era boato se confirmou: o filme sobre o ano em que os Beatles dominaram o mundo. Beatles ’64 será lançado no dia 29 de novembro no Disney+ e conta a história sobre como a chegada dos quatro ingleses aos Estados Unidos mudou a história do planeta. O filme tem a produção de Martin Scorsese e foi dirigido por um de seus pupilos, David Tedeschi, que foi o editor de vários filmes do mestre sobre música, como Rolling Thunder Revue sobre a infame turnê do Bob Dylan nos anos 70, George Harrison: Living in the Material World sobre o terceiro beatle mais famoso e Shine a Light sobre os Rolling Stones, além da série The Blues. O filme conta com imagens raras e inéditas, parte delas filmadas pelos documentaristas Albert e David Maysles, e cenas clássicas como o primeiro show da banda em Washington, suas aparições no programa de Ed Sullivan, suas entrevistas e entrevistas com fãs, todas restauradas em alta definição e com som restaurado e remixado por Giles Martin. filho do produtor da banda, George Martin. Nada de trailer por enquanto, vamos aguardar.

60 anos de Beatlemania não poderiam passar incólumes

Há 60 anos, os Beatles chegaram aos Estados Unidos e a febre adolescente que até então só tomava conta da Inglaterra espalhou-se imediatamente pelo resto do planeta. E embora afeito a efemérides para seguir sua dominação cultural, o grupo só fez um anúncio até então, avisando que iria finalmente relançar a versão estadunidense de sua discografia em uma caixa de LPs que não estavam disponíveis para o público desde o século passado. Mas mesmo que agradasse a uma fatia fiel de seu público (os completistas) pouco acrescentava para os fãs em geral, que não comprarão novas versões em vinil de músicas que provavelmente já estão em sua coleção e neste mesmo formato (embora dispostos na versão considerada oficial da discografia da banda, lançada na Inglaterra). Até que no início deste mês a banda anunciou quase discretamente uma nova versão para o disco A Hard Day’s Night, o primeiro que o grupo lançou no ano de 1964 e que funcionava como trilha sonora para seu primeiro filme, batizado com o mesmo título. A nova versão também não trazia nenhuma novidade: era apenas uma edição em vinil branco de 180 gramas lançada para o National Album Day, evento inglês equivalente ao Record Store Day dos EUA, que seria lançada apenas no Reino Unido no próximo dia 19 e não traria nenhuma novidade em relação à versão que já conhecemos do álbum, o primeiro que traz apenas composições da dupla John Lennon e Paul McCartney. E o jornal inglês The Sun descobriu que o canal de streaming da Apple (não da gravadora dos Beatles) está preparando um documentário sobre a chegada do grupo aos EUA chamado apenas de 1964, que trata do impacto do grupo no mundo pop depois que dominou o público dos Estados Unidos, trazendo cenas nunca vistas – embora a Apple oficialmente não tenha se pronunciado sobre o filme. E custava pedir que eles relançassem o A Hard Day’s Night no cinema?

“Now and Then” ao vivo pela primeira vez

Paul McCartney novamente volta ao nosso continente e decidiu começar a perna 2024 de sua turnê fazendo história, ao tocar, pela primeira vez ao vivo, a música que lançou no ano passado ao lado de Ringo Starr como “a última música dos Beatles”, ao reunir gravações póstumas de John Lennon e George Harrison. “Now and Then” foi a única surpresa no setlist que apresentou nesta terça-feira em Montevidéu, no Uruguai, na primeira das nove apresentações que faz na América do Sul neste mês, quando também passa pela Argentina, Chile, Peru, Colômbia e Brasil – as datas no país acontecem nos dias 15 e 16 (em São Paulo) e no dia 19 (em Florianópolis). Depois, Paul segue com sua turnê pela Costa Rica, México, França, Espanha e Inglaterra, quando encerra o ano em duas apresentações na Arena O2, em Londres, nos dias 18 e 19 de dezembro. Assista à primeira apresentação ao vivo de “Now and Then” abaixo:  

Beatles à moda estadunidense

Os Beatles seguem drenando sua interminável fonte de música e mais uma vez anunciam mais uma leva de novos relançamentos – mas dessa vez o foco é nos completistas e nos saudosistas que viveram o auge da Beatlemania nos EUA, afinal os sete LPs que colocam de volta nas prateleiras não trazem nenhuma novidade em si. No ano em que a febre ao redor da banda a transformou em fenômeno global completa 60 anos, o grupo anuncia o relançamento dos sete discos que apresentaram a banda ao público norte-americano: Meet The Beatles!, The Beatles’ Second Album, A Hard Day’s Night (Original Motion Picture Sound Track), Something New, o duplo The Beatles’ Story, Beatles ’65 e The Early Beatles foram lançados entre janeiro de 1964 e março de 1965 rearranjando músicas dos primeiros discos da banda em diferentes lançamentos, misturando músicas de discos diferentes e compactos com títulos e capas que só foram lançados nos EUA. Os sete discos chegam num box que será lançado oficialmente no final de novembro (e já está em pré-venda), também serão vendidos separadamente (à exceção de Beatles’ Story) e trazem as reproduções das artes originais acompanhadas de textos escritos por Bruce Spizer, especialista norte-americano no grupo. Dá uma sacada abaixo no material…