E neste fim de semana teremos mais uma edição do festival indie promovido pela Balaclava Records. O selo paulistano reuniu mais artistas gringos que brasileiros desta vez, com elenco que conta com Whitney, American Football e Unknown Mortal Orchestra, entre outros. O evento acontece neste domingo a partir das 15h, no Tokio Marine Hall (ainda há ingressos à venda), e esses são os horários de suas apresentações. abaixo:
A Balaclava acaba de anunciar o elenco da edição 2023 de seu festival e, como se especulava, o grupo neozelandês Unknown Mortal Orchestra é sua principal atração. O festival acontece no dia 19 de novembro no mesmo Tokio Marine Hall em que foi realizada a edição do ano passado e, além do UMO, o selo ainda traz várias atrações norte-americanas (a estreia do American Football no Brasil, a segunda vinda do Whitney e o pequeno Thus Love), a australiana Hatchie, o trio inglês PVA e duas atrações de Curitiba, Terraplana e Shower Curtain. Os ingressos para o festival já estão à venda (neste link).
Mais uma edição do meu programa sobre música brasileira, dessa vez conversando com um selo. Acompanho o trabalho do Fernando Dotta e do Rafael Farah à frente da Balaclava Records desde quando o selo era só uma ideia e é muito legal vê-los crescendo e completando uma década que mexeu bastante com o indie rock brasileiro. O aniversário de dez anos vai ser comemorado neste fim de semana, quando eles realizam a edição comemorativa do Balaclava Fest no Central nos dias 23 e 24 de abril (ingressos aqui) com uma edição sem nenhum artista internacional e contando com todos os nomes do selo, além de artistas que orbitam ao redor deste, preparando também algumas surpresas para o evento – algumas delas eles antecipam nesta entrevista (outras eles anunciam em suas redes sociais, segue lá).
Flesch confirmou: o próximo Balaclava Fest, que acontece dia 27 de abril, no Áudio Club, terá como headliner o ícone do shoegazer Ride, além das participações do Terno Rei e da banda camaronense Vagabond (mais informações aqui). Quem contava com essa?
Duas bandas indies da gravadora Balaclava – a curitibana Marrakesh e a paulistana Terno Rei apresentam-se neste domingo, na Sala Jardel Filho, a partir das 20h (mais informações aqui).
Entrevistei Fernando Dotta e Rafael Farah para a revista Trip, fundadores da Balaclava Records, núcleo de produção indie que, com a nova edição de seu festival, dá passos firmes para se estabelecer como um dos principais players do mercado independente brasileiro. Um trecho da conversa com os dois:
O selo ainda contou com a sorte ao fechar a vinda de sua primeira turnê com um artista gringo poucos meses antes de seu disco projetá-lo para um público maior: “Foi um choque”, lembra Dotta. “Era uma aposta, a gente fechou o show dele um mês antes do lançamento do disco Salad Days e o disco tinha acabado de vazar na internet. No dia do show todas as pessoas estavam cantando todas as músicas no Sesc Belenzinho”. Farah completa ao lembrar de outro momento emblemático com o indie alto astral. “Um ano depois tínhamos a Audio lotada para ver o show dele e uma turnê que passava por sete cidades do Brasil — e isso só um ano depois do primeiro show. E o mais legal foi que o Mac era o único headliner gringo e o povo chegou cedo, pra ver as outras bandas brasileiras”.
A segunda vinda de DeMarco para o Brasil foi na segunda edição do Balaclava Fest, que o selo lançou em abril de 2015 no Centro Cultural São Paulo, ao trazer o fundador do Superchunk e dono da gravadora Merge para apresentar-se sozinho em São Paulo. Em novembro daquele ano, trouxeram Mac DeMarco acompanhado de artistas como Mahmed, Terno Rei, Séculos Apaixonados, Jovem Palerosi e Nuven. As outras edições do Balaclava Fest trouxeram o Swervedriver (no Cine Joia, em maio de 2016), Mild High Club (no Clash Club, em novembro daquele ano), Slowdive, Clearance e Widowspeak (no Cine Joia, em maio de 2017) e Washed Out e Homeshake (no Tropical Butantã, em novembro do ano passado), além de uma edição em Porto Alegre (com Yuck e Tops, em novembro de 2016). Todas as edições do Balaclava Fest contaram com pelo menos duas bandas brasileiras em cada show, e não apenas bandas que pertenciam ao selo. Além dos artistas do festival, também fizeram shows do Sebadoh e do Tycho, além de levar as bandas Câmera e Terno Rei para tocar no festival espanhol Primavera em 2015.
Mas eles sabem que não conseguiriam fazer o que fazem se não fossem os pioneiros do rock independente brasileiro, como o selo carioca Midsummer Madness, que citam como referência. “Um cara que nos ajudou muito foi o [produtor mineiro Marcos] Boffa, que nos ajudou muito e deu várias consultorias, e também o [produtor sergipano] Bruno Montalvão, que já tinha uma expertise de produção, a gente não sabia como começar uma planilha”, reconhecem. Mas mesmo estando numa fase relativamente estável, sabem que não é fácil. “É mais insistência. A gente sabe que não pode deixar a bola baixar, porque senão acaba”, resume Dotta.
A íntegra pode ser lida aqui.
Parado há quatro anos, o projeto solo do pernambucano Roberto Kramer finalmente sai do quarto no Balaclava Fest, comemoração do selo paulistano que reunirá Washed Out, Cinnamon Tapes e Homeshake no mesmo evento, dia 5 de novembro (mais informações aqui). Inicialmente pensado como um projeto de estúdio, o Røkr ficou em estado de hibernação após seu EP de estreia, pouco antes de seu autor mudar-se para o Canadá. De volta para o Brasil, ele adaptou o projeto para o palco e debuta ao mesmo tempo em que lança seu primeiro LP. E o clipe que abre os trabalhos, de estética indie lo-fi parente da sonoridade chillwave do projeto, estreia em primeira mão no Trabalho Sujo.
Fui convidado para fazer a mediação de um debate neste sábado dentro da Feira de Selos e Publicações, que a Balaclava Records organiza no Sesc Bom Retiro. O evento, gratuito, começa às 14h e reúne bancas de selos como EAEO, Rosa Flamingo, Sinewave, Assustado, PWR, Desmonta, Dissenso, Laboratório Fantasma, Risco, Midsummer Madness, entre outros, além de shows da Luiza Lian e da banda curitibana Marrakesh ʘ. Participo da segunda mesa do dia, que começa às 17h20 e fala sobre festivais e cenas musicais no Brasil, com a participação da Anna Penteado (do festival Vento), da Karen Cunha (que faz o Mês da Cultura Independente) e o Ricardo Rodrigues (do festival Contato). Tem mais informações sobre o evento, além da programação completa, lá na página do evento do Facebook.
Mais uma bola dentro da gravadora indie paulistana Balaclava: desta eles anunciam, em primeira mão para o Trabalho Sujo, a vinda do grupo psicodélico californiano Mild High Club para o Brasil. Hoje mesmo está sendo lançado, em versão digital, o ótimo Timeline (tanto no Spotify quanto no Deezer e via iTunes), que o grupo liderado por Alex Brettin lançou no ano passado, e a banda vem em turnê para a América do Sul, com passagens pela Argentina e pelo Chile, no final do segundo semestre, com datas a definir em novembro. O Mild High Club pertence àquela safra de bandas indies psicodélicas que seguem a tradição solar do hippiesmo da costa oeste dos EUA, que desliza em câmera lenta em ondas de eletricidade estática, entre a surf music e os momentos mais claros da carreira de George Harrison. Seguem alguns vídeos do grupo ao vivo, pra quem não conhece:
Órfãos do Pavement, muita calma nessa hora. O quarteto de Chicago Clearance, que acaba de assinar com a gravadora paulistana Balaclava, parece ter encarnado o espírito da mítica banda dos anos 90, fazendo seu disco de estreia Rapid Rewards soar como um disco perdido que o Pavement gravou entre Crooked Rain Crooked Rain e Wowee Zowee. Desde as dinâmicas das guitarras ao timbre do vocalista Mike Bells e seu jeito despojado de cantar, tudo remete à fase áurea do indie norte-americano da primeira metade da última década do século passado. O lançamento é um anúncio exclusivo do Trabalho Sujo.
“Nós somos influenciados por amigos da cidade que fazem discos por conta própria e também por várias bandas mais velhas, que tinham o mesmo tipo de pegada ‘faça-você-mesmo'”, me conta o vocalista e guitarrista Mike. “Grupos dos anos 80 como o Clean e os Chills, que fizeram um punhado de discos perfeitos por conta própria, ou bandas como o Fall ou o Guided By Voices, que despejavam um suprimento infinito de grandes músicas o tempo todo. Nós não estávamos lá quando isso aconteceu da primeira vez, é óbvio, por isso que aprender sobre todas essas bandas depois que elas aconteceram e descobrir como eles trabalhavam com certeza nos influenciou.”
A banda foi formada por Bellis e pelo amigo Arthur Velez, em Michigan, quando gravaram um EP em 2013, antes de se mudar para Chicago. “Eu e Arthur vínhamos tocando aqui e ali desde que éramos da mesma escola, basicamente covers de bandas punk em festas nas casas dos outros, e quando me mudei para Chicago achei que seria uma boa ideia gastar um pouco de dinheiro para gravar nosso próprio disco. Foi o que você pode chamar de uma experiência de aprendizado.” Ao chegar em Chicago, o grupo consolidou sua formação ao lado do baixista Greg Obis e do guitarrista Kevin Fairbairn.
A semelhança com o Pavement não é proposital: “Acho que temos uma abordagem de gravação parecida com a deles. Talvez a gente ponha mais ênfase em tocar juntos, como uma banda. Somos certamente fãs, no entanto, por isso tomamos como elogio quando as pessoas dizem que parece.” Ele não sabe se alguém do Pavement já ouviu o grupo: “Duvido. Mas nós tocaríamos ujm cover de Faust ou algo do tipo em solidariedade a eles se eles vierem nos ver. Ou algo do Royal Trux, para ajudá-los a reviver seus dias de glória.”
O primeiro disco do grupo deve chegar ao Brasil em CD e em vinil logo no início do ano que vem e a gravadora Balaclava planeja trazê-los ao país também em 2016. “Espero que logo!”, comemora o vocalista.