Os 75 melhores discos de 2015: 7) Ava Rocha – Ava Patrya Yndia Yracema

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Para ser telúrica.

Vida Fodona #518: Vida Fodona de amigo oculto

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Tirei a Carol no amigo oculto da firma e ela levou esse Vida Fodona de presente.

Bárbara Eugenia + Rafael Castro – “Pra Te Atazanar”
Ryan Adams – “Style”
Grimes – “Flesh Without Blood”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Kendrick Lamar – “Alright”
Instituto + Karol Conká + Tulipa Ruiz – “Mais Carne”
Chairlift – “Ch-Ching”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan- “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Hot Chip – “Started Right (Joe Goddard Disco Remix)”
Tame Impala – “Let It Happen (Soulwax Remix)”
Mano Brown + Naldo Benny – “Benny & Brown”
Emicida – “Salve Black (Estilo Livre)”
Diogo Strausz – “Narcissus”
Elza Soares – “Pra Fuder”
BNegão + Os Seletores de Frequência – “Giratória (Sua Direção)”
Bixiga 70 – “100% 13”
Deerhunter – “Snakeskin”
Mark Ronson + Bruno Mars – “Uptown Funk”
Anitta – “Bang!”
Will Butler – “Anna”
Unknown Mortal Orchestra – “Ur Life One Night”
Toro y Moi – “Empty Nesters”
Supercordas – “Sinédoque, Mulher”
Siba – “Mel Tamarindo”
Cidadão Instigado – “Land of Light”
Ava Rocha – “Transeunte Coração”
Boogarins – “Mario de Andrade/Selvagem”
Yumi Zouma – “Second Wave”
Letuce – “Mergulhei de Máscara”
Anelis Assumpção + Amigos Imaginários – “Eu Gosto Assim (Dub Version)”

Vamos?

Vida Fodona #515: Mais em breve do que você possa imaginar

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A mundança nunca termina.

Buffalo Springfield – “For What’s Worth”
Boogarins – “Mário de Andrade / Selvagem”
Deerhunter – “Duplex Planet”
Wilco – “You Satellite”
Karina Buhr – “Rimã”
Broken Bells – “It’s That Talk Again”
Supercordas – “Espectralismo ou Barbárie”
Letuce – “Todos os Lugares do Mundo”
Tame Impala – “Reality In Motion”
Ogi – “7 Cordas”
Floating Points – “Elaenia”
Ava Rocha – “Mar ao Fundo”
Cidadão Instigado – “Dudu Vivi Dada”
Ryan Adams – “I Know Places”
Mariana Aydar – “Saiba Ficar Quieto”
Mac DeMarco – “Without Me”

Bora!

Vida Fodona #510: As coisas estão sendo arrumadas

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Gravado ontem, publicado hoje.

Meneio – “Instiga”
Astronauts Etc. + Toro y Moi – “Rocket Man”
Lana Del Rey – “High by the Beach”
Bárbara Eugenia – “Besta”
Cidadão Instigado – “Green Card”
Hot Chip – “Started Right (Joe Goddard Disco Remix)”
Weeknd – “Can’t Feel My Face”
Tame Impala – “Let It Happen (Soulwax Remix)”
Modjo – “Lady (Hear Me Tonight)”
The Internet – “Get Away”
Chet Faker – “Bend”
Elza Soares – “Luz Vermelha”
Ava Rocha – “Transeunte Coração”
BNegão & Os Seletores de Frequência – “No Amanhecer”

Vem cá.

Ava Rocha, voz e violão (elétrico)

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Ums das musas de 2015, Ava Rocha e seu fiel escudeiro Marcos Campello rendem a fantástica “Você Não Vai Passar” em versão intimista no festival itinerante So Far Sounds.

Viva Ava

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Dona de um dos melhores discos desse ano, Ava Rocha volta ao palco da Serralheira nesta terça e quarta, repetindo um dos grandes momentos da música brasileira em 2015 quando ela deixou embasbacada uma plateia que reunia músicos, artistas e cabeças da atual cena paulistana. Acompanhada de uma banda afiadíssima (o sambista noise Marcos Campello, o guitarrista experimental Eduardo Manso, o baixista harmonizador Felipe Zenícola e a bateria precisa de Thomas Harres), Ava domina o palco sem o menor compromisso, dona de uma presença tão expansiva e intensa quanto a personalidade exposta no disco que leva seu nome completo, Ava Patrya Yndia Yracema.

“No palco eu procuro não reproduzir o disco mas aproveitar alguns elementos que compõem a poética sonora, isso tem sido transcriado pelos músicos que estão tocando comigo ao vivo”, me explica a cantora. “Esse é o show que eu tenho feito por agora, de lançamento do disco, experimentando o repertório do disco e o do show que contempla varias outras músicas e experimentações. Também tem um viés performático, então o palco é um espaço onde eu estou experimentando e desenvolvendo também um pensamento cênico.” Além das músicas do disco, ela ainda cantou músicas anteriores como “Oloruzui” e “Canção de Protesto”, o poema musicado “Spring” e versões para clássicos brasileiros como “Iracema” de Adoniran Barbosa e “Canoa Canoa” de Milton Nascimento, todas registradas nos vídeos que fiz, abaixo:

Pergunto a ela sobre como anda esta nova cena carioca que viu nascer seu novo disco e ela disse que é “uma zona cheia de muros, mas há vontade para derrubá-los e serão”, disse com a convicção de quem mistura experimentalismo free com canções que tocariam numa rádio AM do meio do século passado. “Nenhum ambiente cultural pode fluir pleno numa cidade que vive tantas injustiças, dentro desse sitema corroído”, continua, “há, no entanto, muito desejo e um fortalecimento do ambiente por conta da rede das pessoas que integram esse ambiente: artistas, músicos, compositores, produtores, gestores, críticos, público etc. Enfim há muita explosão criativa, muita experimentação, muita coisa linda acontecendo mas tem essa dificuldade, o espaço social totalmente deteriorado. O ambiente é por tanto de resistência e ardor.” O Rio tem características específicas, mas ela também está falando sobre o resto do Brasil.

Vida Fodona #501: Não tou conseguindo manter a rotina

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Mas vamos ver se eu consigo ajeitar isso em breve.

Saint Pepsi – “I Tried”
Supercordas – “Maria³”
My Magical Glowing Lens – “I Will Never Find”
Yumi Zouma – “Catastrophe”
Unknown Mortal Orchestra – “Necessary Evil”
Ava Rocha – “Beijo no Asfalto”
Thiago França – “Bolero de Marly”
Courtney Barnett – “An Illustration Of Loneline”
Dr. Dre + Snoop Dogg – “Still D.R.E.”
Rita Lee + Tutti Frutti – “Agora é Moda”
Tulipa Ruiz – “Jogo do Contente”
Daft Punk – “Fragments of Time”
Jamie Xx + Young Thug + Popcaan – “I Know There’s Gonna Be (Good Times)”
Blur – “My Terracota Heart”
Jamie Lidell – “Believe in Me”

Por aqui.

Tudo Tanto #009: Ava Rocha e o Rio de Janeiro do século 21

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Na minha coluna do mês passado na revista Caros Amigos, falei de uma transformação que vem acontecendo no pop do Rio de Janeiro que deu origem a três discos muito bons, o de Alice Caymmi, o de Diogo Strausz e o sensacional disco de Ava Rocha, que epitomiza essa mudança.

Um disco para um novo Rio de Janeiro
O primeiro disco solo de Ava Rocha encerra a brusca transição musical do Rio de Janeiro rumo a uma nova realidade

Há algo acontecendo no Rio de Janeiro do século 21 que vai além de shows de bandas indies realizados via crowdfunding, grifes de Ipanema que despontam via Instagram e celebridades hipsters locais que se encontram entre os drinks da Comuna e as vendinhas do Cluster. Tudo parece fútil para quem olha de fora, mas por baixo de uma camada de superficialidade típica dos hypes e da vida digital há um novo carioca em formação, que rejeita os clichês do malandro do passado e tenta alcançar São Paulo como referência de modernidade.

É uma transformação que, pra efeitos de cronologia, começa a acontecer a metade dos anos 90, com a formação do influente – e pouco ouvido – grupo Acabou La Tequila e o começo da década seguinte, quando os Los Hermanos, filhotes do Tequila, decidiram negar o sucesso do hit “Anna Júlia” ao gravar um disco quase introspectivo, o hoje clássico O Bloco do Eu Sozinho.

Os anos 90 fizeram o Rio de Janeiro acordar para sua nova realidade, quando finalmente percebeu que não era mais um balneário ensolarado que um dia foi capital de um império e havia se tornado cenário de uma guerra civil calada. Musicalmente, os últimos ecos do arcadismo bossa nova foram atropelados pelo canto falado de Fernanda Abreu, Marcelo D2, Gabriel O Pensador, Fausto Fawcett, BNegão, Black Alien e todos os MCs de funk carioca, que vieram mostrar que a velha cidade maravilhosa havia morrido.

Nesse Rio decadente, um grupo de amigos da zona sul havia sido infectado por uma provocação paulistana que chegava do outro lado da Dutra fazendo conexão no Recife. A dúvida que Cadão Volpato plantou no ouvido de Chico Science (“mudar de lugar ou mudar o lugar?”) traduziu-se num progressismo que Recife não via desde o auge de Ariano Suassuna. A frase-síntese “um passo para frente e você já não está no mesmo lugar” deu uma injeção de autoestima primeiro nos pernambucanos e depois na cultura do norte brasileiro do começo dos anos 90 (em novas cenas surgidas em Fortaleza, Salvador, Maceió, Natal, Belém) que foi registrada no Rio de Janeiro por uma turma de amigos que virou o Acabou La Tequila e que incluía, entre seus primeiros fãs, os então seis barbudos que se transformariam no Los Hermanos. Inconscientemente, esses indies que gostavam de MPB e ouviam tanto as bandas do selo Midsummer Madness (outro ícone do indie carioca) quanto velhos sambistas começaram a reimaginar um Rio de Janeiro idílico – mas não bucólico – que poderia ser criado sobre o raio X cru que estava sendo mostrado nos anos 90.

O Tequila lançou um disco em 1996 em um dos selos do produtor Miranda, o Excelente Discos, meses antes do selo ser fechado. Em 1999 saiu seu segundo disco, O Som da Moda, depois que a banda havia acabado. Foi o mesmo ano em que os Los Hermanos lançaram seu primeiro disco pela Abril Music, que trazia “Anna Julia”, um hit que caiu nas graças dos trios elétricos baianos do carnaval do ano 2000 e transformou a música num dos maiores hits daquele ano. A reboque, os Hermanos despontaram como a primeira grande banda de rock brasileiro do século 21 – ou a primeira grande banda de rock a fazer sucesso depois dos Mamonas Assassinas.

O sucesso pegou mal para eles, que quiseram se repensar do zero. Isolaram-se num sítio no interior do Rio com o produtor Alexandre Kassin, ex-baixista do Tequila, e lançaram o disco O Bloco do Eu Sozinho, que começou a colocar em prática este novo Rio de Janeiro, menos tenso, bairrista e malandro, mais escapista, idealista e cidadão do mundo. Kassin em pouco tempo se tornaria um dos produtores mais requisitados do Brasil, além de forjar seu novo grupo ao lado de Moreno Veloso, filho de Caetano, e Domenico Lancelotti, o + 2.

Este redesenho seguiu sendo forjado por festas, discos e festivais experimentais e de vanguarda, tornando-se realidade quando Caetano Veloso gravou o disco Cê, acompanhado de novos músicos desta cena. A partir deste novo cenário foram aparecendo novas agentes e agitadores culturais – entre festas, DJs e sites – que começaram a erguer este novo Rio, além de novíssimas bandas como Do Amor, Dorgas, Tono, Baleia e Letuce, que surgiram no início desta década,

Chegamos à metade da segunda década do século com três lançamentos de tirar o fôlego, pertencentes a três diferentes dinastias da música brasileira diretamente influenciados por este novo Rio. O primeiro, lançado no calar do ano passado, é o da neta de Dorival Caymmi Alice Caymmi. Seu Rainha dos Raios é um disco eletrônico e sóbrio, épico e espalhafatoso. Seu timbre grave paira sobre bases eletrônicas ou acústicas desenhadas pelo arranjador Diogo Strausz, este dono do segundo disco desta safra, o formidável Spectrum. Filho de Leno – da dupla Leno & Lilian – ele lança um disco que soa como contraponto ao de Alice – igualmente expansivo e bipolar, mas com menos apelo dramático (apesar de “Diamante”, cantada por Alice) e com um dos pés na pista de dança.

Mas os dois se esmaecem à sombra do inacreditável Ava Patrya Yndia Yracema, nome de batismo da filha do cineasta Glauber Rocha. Em seu primeiro disco solo, Ava Rocha vai da canção tradicional ao espasmo noise, do free jazz ao bailinho, dos cabos da internet às profundezas do planeta. Um disco inclassificável, traz uma cantora segura de si e com sangue nos olhos. Assumindo-se autora, ela entra numa viagem sônica ao lado do produtor Jonas Sá que condiz com a grandeza épica e brasileira de seu nome na certidão de nascimento. Talvez seja o disco que este novo Rio de Janeiro estava esperando.

Os três discos podem ser ouvidos gratuitamente nos sites dos respectivos artistas: www.rainhadosraios.com, diogostrausz.com e www.avarocha.com. Apenas o de Alice não permite o download gratuito.

Quatro ótimos discos brasileiros pra você baixar agora

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Se você acompanha o Trabalho Sujo já conhece os quatro, mas indiquei Cidadão Instigado, Bixiga 70, Ava Rocha e Cícero lá no meu blog do UOL http://matias.blogosfera.uol.com.br/2015/04/11/quatro-novos-discos-brasileiros-pra-voce-ouvir-agora/.

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Duas reclamações são constantes sobre música no século 21. Uma, repetida à exaustão por gente sem paciência, é que não há música boa sendo produzida atualmente – uma bobagem sem tamanho. A outra reclamação é decorrente desta generalização grosseira, mas é bem mais plausível: é difícil encontrar artistas ou discos legais hoje em dia – e isso é decorrente do excesso de produção de nossos dias. Resolvi separar quatro discos brasileiros recém-lançados que podem ser baixados gratuitamente nos sites oficiais de seus autores. Tem pra todos os gostos: guitarras, experimentalismo, groove e canções.

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Cidadão Instigado – Fortaleza
Não deixe se enganar pela capa heavy metal ou pelo sotaque carregado de Fernando Catatau, vocalista, líder e guitar hero da banda cearense Cidadão Instigado. Fortaleza, quinto disco da banda, não é nem um disco adolescente nem de música nordestina, mas o momento mais mais sólido do grupo, que equilibra as diferentes influências da banda – de clássicos do rock como Pink Floyd, Beatles, Led Zepppelin, Thin Lizzy e Black Sabbath a diferentes ícones do rock nacional como Raul Seixas, Legião Urbana e Tutti-Frutti. O resultado é um disco pesado, de riffs memoráveis, timbres setentistas, arranjos vocais e solos de cortar o coração. Mas que também tem seus momentos de lirismo, melancolia e contemplação, como a delicada “Perto de Mim”, o reggae “Land of Light” e a bucólica “Dudu Vivi Dada”.
Para quem gosta de: Pink Floyd, rock psicodélico e Raul Seixas.
Onde baixar: www.cidadaoinstigado.com.br

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Ava Rocha – Ava Rocha
Não deixe se levar apenas pelas credenciais genéticas: a filha do cineasta Glauber Rocha é mais parte de uma cena de música pop moderna do Rio de Janeiro – de artistas como Tono, Letuce, Baleia, Alice Caymmi, Do Amor, Diogo Strausz, Séculos Apaixonados – do que da filmografia do pai baiano. Depois de liderar uma banda batizada com seu próprio nome, ela lança um primeiro disco solo libertador, sob os auspícios do produtor Jonas Sá, que reuniu diferentes músicos e compositores (entre eles o marido da cantora, o também promissor Negro Leo) para um disco de forte alma feminina, intenso e doce, que passa por cantigas singelas, canções desafiadoras e espasmos instrumentais, revelando uma personalidade enigmática e ao mesmo tempo apaixonante.
Para quem gosta de: Gal Costa, free jazz e PJ Harvey.
Onde baixar: avarocha.com

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Bixiga 70 – Bixiga 70 III
A big band instrumental com dez integrantes começou seus trabalhos no número 70 da rua 13 de Maio, no baixo do Bixiga, em São Paulo, de onde veio a inspiração para o nome. Seus membros têm diferentes influências de instrumental, vindo de praias tão diferentes quanto o jazz, a música eletrônica, o funk e a música africana. Eles misturam suas origens a um caldo musical que ainda inclui músicas nordestina, latina e árabe, além de experimentações em estúdio. Em seu terceiro disco, gravado após a terceira turnê pela Europa, o grupo compõe, arranja e produz todo o álbum, que conta com forte reverência à música do Marrocos, país pelo qual a banda passou pouco antes de começar a gravar o novo disco, no meio do ano passado.
Para quem gosta de: Antibalas, afrobeat e Budos Band.
Onde baixar: www.bixiga70.com.br

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Cícero – A Praia
A voz frágil e o violão quase calado são marcas do carioca Cícero, que despontou na sombra do grupo Los Hermanos mas aos poucos vem criando sua própria identidade musical, entre a melancolia e a timidez. Seu terceiro disco, batizado de A Praia, marca sua mudança do Rio para São Paulo e amplia a sonoridade do disco anterior – o quase recluso Sábado – para incluir novos instrumentos, com arranjos singelos e tocantes.
Para quem gosta de: Los Hermanos, bossa nova e Vanguart.
Onde baixar: cicero.net.br

Vida Fodona #496: Esse começo de abril trouxe uma série de novos discos

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O mês tá bom…

Marcos Valle – “Funga Funga”
Cidadão Instigado – “Dudu Vivi Dada”
Ava Rocha – “O Jardim”
Bárbara Eugênia – “O Peso Dos Erros”
Marcelo Camelo – “Pazpazpazpazpazpaz”
Warpaint – “No Way Out”
Toro y Moi – “Buffalo”
Tame Impala – “‘Cause I’m a Man”
Carly Rae Jepsen – “All That”
Jamie Xx + Romy Madley Croft – “Loud Places”
Jamie Lidell – “Believe in Me”
Grimes – “REALiTi”
John Talabot – “Machine (John Talabot’s Synthedit)”
8:58 + Robert Smith + Lianne Hall – “Please”
Tove Lo – “Not on Drugs (The Knocks Remix)”

Vem.