Astrolábio – Coma

, por Alexandre Matias

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Não há nada de novo no som do Astrolábio – projeto que começou pelas mãos dos arquitetos e instrumentistas Arthur Mei e Pedro Cornetta, ambos obviamente apaixonados por Pink Floyd. O som no EP Coma (que pode ser baixado no site de sua gravadora, a Sinewave) é uma peça musical dividida em quatro partes e conduzida pelo andamento hipnótico de sequências de acordes ao piano acompanhadas de solos épicos com a mesma queda para o blues elétrico que David Gilmour. Baixo e bateria, neste caso, ficam em segundo plano e funcionam mais como coadjuvantes para definir intensidade do que protagonistas, como no Pink Floyd. Ocupando o espaço entre a guitarra e os teclados, texturas sonoras analógicas e efeitos vintage ajudam o grupo a entrar em uma viagem que descrevem, em inglês, disposta a guiar “the visitor through strange landscapes created by surrealistic collages, in a mystical and scientific journey to the center of yourself”. Maior blá-blá-blá. Mas dê uma chance ao som:

A descrição – que ganha forma de narração na faixa “Imagens En Mouvement”, dita por Nathália Rodrigues – é melhor compreendida quando descobrimos que Coma é a trilha sonora para um filme de mesmo nome, dirigido pelo próprio Pedro Cornetta, metade da banda. veja abaixo:

Mesmo assim, falta alguma coisa. Talvez seja o primeiro passo rumo a um amadurecimento mais autoral e menos formulaico. Mas é um bom começo.

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