As 50 melhores músicas de 2008: 26) Empire of the Sun – "Walking on a Dream"

, por Alexandre Matias

Um novo redesenho na geopolítica da música pop vem lentamente valorizando a canção tradicional – e ele vem, improvavelmente, da mesma música eletrônica que ajudou a demolir o formato introdução-estrofe-refrão-estrofe-refrão-instrumental-refrão-fim. E à medida em que duas cenas tradicionalmente coadjuvantes à história da música pop, a França e a Austrália, vão se movendo para o centro do palco principal graças às suas recentes safras de dance music, juntos trazem na bagagem o apreço pela canção perfeitinha, com começo, meio e fim. Os sabores utilizados para esse resgate, no entanto, passam longe do pop clássico dos anos 60, preferindo buscar, como base, o power pop dos anos 70 e o pop sintético dos 80. É essa melodia que faz bandas tão diferentes entre si soarem como uma cena – o que une, na França, Daft Punk, Air, Phoenix, Justice, Yelle e Stardust e, na Austrália, Cut Copy, Van She, Midnight Juggernauts, Ladyhawke e Presets. A dupla Empire of the Sun, formada por integrantes de outras bandas australianas (Luke Steele, líder do Sleepy Jackson, e Nick Littlemore, que toca no Pnau e no Teenager), batizou seu disco de estréia com o nome de sua melhor canção, que resume rapidamente o tipo de resgate que essa cena vem provocando. E à medida em que Sydney e Paris se aproximam, ecos desta nova canção aos poucos surgem em diferentes partes do planeta, seja na Nova York do MGMT e do Yeasayer ou na Inglaterra que viu sugir o Friendly Fires e o Late to the Pier.

26) Empire of the Sun – “Walking on a Dream

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