
Há muito tempo o Adult Swim não mandava uma bola tão dentro quanto essa pequena obra-prima chamada “Too Many Cooks” – uma longa introdução para um seriado fictício dos anos 80 que consegue funcionar como uma homenagem estética àquela década de plástico, com certa ênfase na bad vibe mais pro final. A cada minuto que você acha que conseguiu entender a piada, ela vem e te vira do avesso mais uma vez…

Estamos, eu e minha mulher, desde o mês passado, cuidando das mídias sociais do documentário Democracia em Preto e Branco, de Pedro Asbeg. O filme conta a história da democracia corinthiana de Sócrates, Wladimir e Casagrande, que peitou a hegemonia de Vincente Matheus ao mudar a hierarquia de funcionamento da equipe. Mas o documentário não é só futebol e observa o que aconteceu no Corinthians no início dos anos 80 sob dois outros prismas: o político, quando a ditadura militar começava a perder forças, principalmente a partir do movimento Diretas Já, e o cultural, quando uma nova geração de bandas começa a questionar o autoritarismo dos dias de chumbo.
Narrado por Rita Lee e com uma das últimas entrevistas do grande Sócrates, o filme vai ser exibido apenas em sessões fechadas nesse fim de semana em algumas cidades (saiba mais como comprar seu ingresso pelo site oficial do documentário) e tem pré-estréia gratuita hoje, às 20h, no Museu do Futebol, ali no Estádio do Pacaembu. É só chegar uma horinha antes pra garantir seu ingresso de graça. Olha o trailer, que delírio:
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A premissa foi cogitada pelo ilustrador italiano Denis Medri, que redesenhou todos os personagens de George Lucas como se eles pertencessem a um filme de John Hughes, veja abaixo:

Será que o parceiro de Walter White em Breaking Bad sustentaria um seriado só dele… nos anos 80?

O Sonho Não Acabou é um bom documentário feito por uma turma de estudantes de jornalismo sobre um tema batido (o rock brasileiro dos anos 80 – seria esse gênero a nova bossa nova de toda uma geração?), mas específico (o ponto de vista de São Paulo). O filme é apenas correto, mas conta com bons depoimentos e destrincha bem o cenário do indie rock paulistano daquela época (uns vão dizer “pós-punk”, outros “rock alternativo”…) que, por um acaso do destino, viu-se projetado ao topo da indústria fonográfica da época, no susto – e chega a conclusões interessantes, como a constatação pós-apocalíptica – e teatral – de Ciro Pessoa de que o Restart é só o fim de um processo (“pop-punk-rock”, como ele diz, “são truques de composição”) e a triste realidade que, desde o Acústico, os Titãs viraram “MPB”. Mas por que ninguém entrevista o Paulo Ricardo? Veja abaixo:
Se Beth Gibbons é o coração e Adrian Utley a alma do Portishead, Geoff Barrow é o cérebro do grupo de Bristol – e ele se juntou ao compositor Ben Salisbury, autor de trilhas sonoras para filmes e documentários, para criar Drokk: Music inspired by Mega-City One, uma ode às trilhas dos filmes de John Carpenter (feitas pelo próprio diretor) e ao universo sonoro do cyberpunk oitentista. Tenso, eletrônico, hermético e retrô, o disco – como entrega o título – funciona como materialização sonora da Gotham City de um dos poucos antiheróis futuristas da Inglaterra, Judge Dredd, quadrinho que John Wagner e Carlos Ezquerra publicavam na 2000 A.D. E nos lembra de um lado sombrio dos anos 80 que, se não abandonava o neon típico da época, fugia do gótico do século 19 rumo a uma distopia muito mais perigosa e ameaçadora que a individual, celebrada pelos filhotes do romantismo tradicional. Outro disco que desponto como forte candidato para os melhores de 2012.
Mal sabíamos, em 1988, que esse tipo de ameaça se tornaria corriqueira e que esse bico de caçador de vírus iria tornar-se uma profissão de verdade…