
Primeiro Aparelho editado! Mas não é censura – estamos apenas subindo mais um degrau em nossa escalada e agora além da thumbnail feita pelo Tomate, Vlad assume a edição para cortar a gordura do nosso papo furado e deixar tudo mais enxuto. E aproveitamos nosso infiltrado nas trincheiras do bolsonarismo para falar sobre como essa seita está definhando por dentro e fazendo todos seus ex-fiadores assumirem a responsabilidade de ter botado essa choldra no poder, mas sem antes falar sobre a importância do Simply Red, da ausência de partidos que se autodenominam conservadores, a obssessão por mea culpa e como o presidente da república está mais para Gargamel do que para Maquiavel.

Nesta edição do NTS, programa que faço com meus compadres de Noites Trabalho Sujo Luiz Pattoli e Danilo Cabral, resolvemos não ficar em um gênero específico para falar do que a gente está ouvindo, o que pode ser um tema recorrente no programa. Assim, puxamos tanto discos deste ano – o novo do BaianaSystem, o disco de estreia da Jadsa, o do Rico Dalasam, o do Pharaoh Sanders com o Floating Points, o da Sophia Chablau, o da Arlo Parks, do Madlib e o do Nick Cave com o Warren Ellis -, além de alguns do ano passado (Kali Uchis, Taylor Swift e Dua Lipa – haja coração) e clássicos desenterrados, como Fausto Fawcett e os Robôs Efêmeros, In the Aeroplane Over the Sea e pérolas do bregroove.

Se você ainda não conhece a Jadsa, a hora é agora, já que a cantora e compositora baiana acaba de lançar seu impressionante Olho de Vidro, seu primeiro álbum, uma celebração à música brasileira de vanguarda, em que ela reúne nomes como Kiko Dinucci, Ana Frango Elétrico, Luiza Lian, entre outros, neste que, por enquanto, é o melhor disco de 2021 até agora. Aproveito para conversar com ela sobre o início de sua trajetória e sobre o momento da cena soteropolitana da qual faz parte.

Capo do site Radiola Urbana, Ramiro Zwetsch está também à frente da loja Patuá Discos e está envolvido com um novo programa da TV Cultura, depois de anos longe do estúdio da Fundação Padre Anchieta, onde trabalhou por anos no Metrópolis e participou da criação do Manos e Minas. Mas isso é só o que ele tem feito atualmente – aproveito esta edição do Jornalismo-Arte para ouvi-lo falar sobre a Festa Fela, o projeto Rotações e outras invenções que criou nos últimos anos, sempre filtrando-os com o olhar jornalístico.

Depois de muito tempo conversando só pelas redes sociais, puxei o Gustavo Gitti, que toca a comunidade online O Lugar, para saber como ele tem atravessado esse período e quais lições ele tem tirado desta época tétrica que estamos atravessando. Observando tudo pelo ponto de vista budista, ele conduz um papo sobre conexões, isolamento, meditação, contato, luto e abrir-se para os próprios sentimentos e para os outros neste período.

Com a autoestima em frangalhos e sem perspectiva de sair deste mar de lama, como fica nossa vaidade? Esse é o tema do Altos Massa desta quinzena, quando eu e Pablo Miyazawa conversamos sobre como a preocupação com a nossa aparência – e como ela acaba mexendo com outras questões em nossas rotinas – está sendo radicalmente abalada por esta quarentena interminável.

Em mais um programa para conversar sobre música, chamei o compadre Rodrigo Levino, capo do restaurante Jesuíno Brilhante para conversar sobre nossas raízes musicais nordestinas e, inevitavelmente, descambar para o jazz – não sem antes passar pelas micaretas, pelo São João, pelo carnaval de rua, pelo forró de pé de serra e celebrar Naná Vasconcellos.

O guitar hero Guilherme Held finalmente conseguiu reunir as centenas de pedaços de riffs, melodias, harmonias e letras que reuniu em vinte anos de carreira para fazer seu primeiro disco solo, o excelente Corpo Nós, um dos melhores discos de 2020, que conta com participações de boa parte dos artistas com quem ele trabalhou e que infelizmente ainda não pode se materializar no palco. Mas é a deixa perfeita para refazer a trajetória deste mestre de seu instrumento, pupilo do mestre Lanny Gordin, que vem deixando sua marca na música brasileira.

Em mais um Artejornalismo, converso sobre a prática e o ofício com o grande Pedro Antunes, que passou pelo Estadão e pela Rolling Stone antes de lançar seu Tem Um Gato na Vitrola e assumir uma coluna autoral no UOL. E aproveitamos para conversar sobre pautas, equipes, leads, entrevistados e outros percalços da profissão.

E pela primeira vez eu e André Graciotti dedicamos um Cine Ensaio a um filme que não gostamos – eu mesmo, nem vi! Mas a versão da Liga da Justiça exigida pelos fãs de Zack Snyder reforça uma série de pontos que acabam mostrando o que há de errado com a monocultura de super-heróis que domina a indústria cinematográfica atual, além de ser um sintoma desta época irascível que estamos atravessando.