Antes do carnaval ainda tivemos mais uma aula do curso Bibliografia da Música Brasileira que estou ministrando com a Pérola Mathias no Sesc Pinheiros e dessa vez entramos nos anos 1960 falando sobre como a bossa nova impactou sobre uma geração que, menos de dez anos depois, moldaria um novo conceito de música popular brasileira resumida por uma sigla quase homófona do nome do partido de oposição que a ditadura militar permitiu existir para fingir que não era uma ditadura, algo que conversa bastante com a própria existência deste momento da música brasileira que não é nem um gênero musical nem um movimento. Aproveitamos para falar sobre o surgimento do jornalismo cultural e da crítica de música popular no Brasil e como estes fomentaram as bases destas novas gerações em textos que circulavam tanto nos diários, semanários e revistas quantos nos livros que compilavam estes textos, sejam jornalísticos ou acadêmicos. Para isso, tomamos como centro da discussão livros de Zuza Homem de Mello, Nelson Motta e Ana Maria Bahiana, além do Balanço da Bossa e Outras Bossas, organizado por Augusto de Campos. Na próxima semana não temos curso (pois é quarta de carnaval), por isso só voltamos dia 12 de março, quando terminamos de falar sobre o século 20 antes da última aula. (📷: @anacarol_pmachado)
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Chegou a hora de afastar os móveis da sala e se acabar de dançar – neste sábado tem mais uma Desaniversário, quando eu, Clarice, Camila e Claudinho transformamos o Bubu na nossa pista de dança favorita, resgatando pérolas que você nem lembrava que gostava e enfileirando-as com hits atuais que você vai adorar. A festa sempre começa cedo justamente pra acabar cedo, por isso esperamos vocês neste sábado a partir das 19h para terminar a farra lá pela meia-noite – e o Bubu, você sabe, fica ali na marquise do Estádio do Pacaembu (Praça Charles Miller, s/nª). Vem dançar com a gente!
Guilherme Cobelo e Tagore fizeram uma noite quentíssima na edição desta sexta-feira no Inferninho Trabalho Sujo no Picles, quando trouxeram versões de uma psicodelia brasileira influenciada pela cultura do sertão, cada um à sua maneira. Cobelo trouxe seu Caubói Astral pela primeira vez para São Paulo, acompanhado do guitarrista Jota Dale, do baterista Dinho Lacerda e do baixista André de Sousa, e ainda cantou músicas inéditas, como minhas favoritas “Asa Soul” e “Conversando como Sábado”, esta última dividindo os vocais com sua irmã de Joe Silhueta, Gaivota Naves, que subiu no palco para abrilhantar ainda mais a noite.
Depois foi a vez de Tagore passear por seus discos e invocar a psicodelia nordestina, puxando Alceu Valença e Ave Sangria entre seus vários ídolos musicais em meio às músicas de seus discos clássicos como Movido a Vapor, Maya e o mais recente Barra de Jangada. Ele veio com uma banda azeitadíssima, que contava com seu fiel comparsa João Cavalcanti no baixo, o ás Arthur Dossa na guitarra, o baterista Arquétipo Rafa e o tecladista Gustavo Garoto, e ainda convocou o capixaba André Prando para a celebração de uma noite quente! Showzaço!
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Essa sexta tá pegando fogo no Inferninho Trabalho Sujo, quando recebemos dois bardos da psicodelia brasileira de fora de São Paulo para o palco do Picles. A noite começa com Guilherme Cobelo mostrando seu disco Caubói Astral pela primeira vez na cidade, com a participação da incrível Gaivota Naves. E depois é a vez do mestre pernambucano Tagore trazer seu disco mais recente, Barra de Jangada, pra esquentar ainda mais a noite – e quem aparece no show dele é o capixaba André Prando. Depois dos shows é a vez de eu e a Fran nos encontrarmos mais uma vez para transformar a pista do Picles em nosso clubinho particular – e vocês sabem como ficam as coisas quando a gente põe as pessoas pra dancar! O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros, e a casa abre a partir das 20h – os shows começam às 21h30. Vamos?
Nesta quinta-feira continuo no clima de carnaval mais uma vez aquecendo o baile antes da entrada da Espetacular Charanga do França, que apresenta-se no Dois Dois, que fica ali nos Campos Elísios, no número 711 da alameda Dino Bueno, pertinho do Sesc Bom Retiro. A casa abre as portas às 21h e o show deve começar no máximo uma hora depois – e eu também toco depois da apresentação da Charanga. Vamo lá?
Nesta quarta-feira eu e Pérola demos mais uma aula no curso Bibliografia da Música Brasileira no Sesc Pinheiros e falamos sobre o conceito de modernidade no Brasil e como ele tem a ver com a industrialização e urbanização do país a partir da primeira metade do século 20, descambando em uma década em que a modernidade parecia pautar nossa produção cultural em todas as disciplinas, da poesia à arquitetura, do teatro ao design, do cinema à literatura, culminando com a criação da bossa nova e a consolidação da internacionalização da música brasileira. A partir de livros como Chega de Saudade de Ruy Castro, Bim Bom de Walter Garcia, O Samba Agora Vai… de José Ramos Tinhorão e Da Bossa Nova à Tropicália de Santuza Cambraia Naves, mostramos como a ideia de identidade cultural nacional evoluiu do ponto de partida da Era Vargas para uma ideia que cultivamos até hoje… (📷: @fitak7)
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A primeira edição no Inferninho Trabalho Sujo na Casa Natura reuniu pontos distintos da nova cena da música brasileira para reforçar a importância do carnaval em nossa cultura. Era um baile de pré-carnaval mas mesmo que você tivesse ido assistir apenas a um show inevitavelmente entrava no espírito da noite – e isso aconteceu logo de cara quando o bloco Cordão Cheiroso inaugurou a sexta-feira e as comemorações de sua primeira década. Entre marchinhas de carnaval e suas próprias composições autorais – que estarão nas plataformas em breve -, o bloco, composto por figurinhas conhecidas da cena musical paulistana (Luca Frazão dos Amanticidas, Helena Cruz dos Pelados, a cantora Loreta Colucci, o saxofonista João Barisbe – que ainda tocaria naquela noite com o Grand Bazaar -, a iluminadora Olívia Munhoz, entre outros) e foliões dispostos a não deixar ninguém parado, o grupo dividiu-se entre o palco (com seus cantores e sopros olhando o público de cima) e o chão, com os instrumentos de percussão misturados à plateia. Mas na última música, os metais desceram para o público e puxaram o bloco no meio do público com a intensidade do carnaval de rua que eles bem conhecem. Começamos bem.
Depois foi a vez dos mineiros do Varanda, veteranos de Inferninho Trabalho Sujo, também estreando naquela casa e fantasiados de time de futebol, como nas fotos de divulgação de seu primeiro disco, Beirada, um dos grandes discos indie do ano passado, que foi a base da apresentação da banda. Mas o ar da noite falou mais alto e eles encararam “Eva” do grupo Rádio Táxi, que depois da banda baiana que leva o nome da canção, transformou-se em hino carnavalesco, mesmo falando de destruição pós-apocalíptica – e que funcionou bem com a vibe das músicas do Varanda, uma carta na manga que pode surpreender fãs se tirada em momentos inusitados.
E quem fechou a noite foi a incansável Grand Bazaar, grupo que mistura música do leste europeu com música cigana, brasileira e mediterrânea que coroou a noite com uma hora de show que parecia uma festa interminável, escancarando um sorriso em todos os presentes que não paravam de se mexer na plateia, seguindo as coreografias do grupo ou puxando trenzinhos e fazendo uma única roda no meio da Casa Natura. E como antes e durante os shows, terminei a noite fazendo minha discotecagem carnavalesca de sempre, misturando hits da música brasileira pra dançar com artistas da nova cena e clássicos do funk, do samba e do forró. Foi demais!
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O ano mal começou e já estou falando em Carnaval – é que no dia 14 de fevereiro faço um Inferninho Trabalho Sujo de pré-carnaval na Casa Natura Musical, reunindo três atrações além da minha discotecagem (que, como pede a ocasião, é só música brasileira). Primeiro comemoramos os dez anos do Bloco Cordão Cheiroso, que abre a noite desfilando clássicos e hits autorais pela casa, antes da entrada de dois shows da pesada: primeiro os mineiros do Varanda, que lançaram o ótimo disco de estreia Beirada no ano passado, e toda a euforia da big band Grand Bazaar. Vai ser uma noite e tanto! Os ingressos já estão à venda neste link.
Na segunda aula do curso Bibliografia da Música Brasileira, eu e Pérola entramos de cabeça no samba, contando não apenas como suas primeiras décadas ajudaram a moldar o mercado da música no Brasil ao mesmo tempo em que serviram de base para a transformação de uma manifestação cultural urbana num gênero musical que tornou-se basal na fundação da identidade cultural moderna brasileira. Citamos várias referências, mas as fontes centrais da aula desta quarta foram os livros O Mistério do Samba, de Hermano Vianna; Samba, o dono do corpo, de Muniz Sodré; e o primeiro volume da trilogia Uma História do Samba, de Lira Neto. Na próxima aula falaremos sobre a ideia de modernidade, a internacionalização da música brasileira e o impacto da bossa nova a partir de outros livros. (📷: @anacarol_pmachado)
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Não passou o carnaval ainda então dá tempo de remoer o ano que terminou tem quase um mês e meio, por isso segue abaixo a minha votação na lista mais tradicional de melhores do ano da internet brasileira, promovida pelo heróico Scream & Yell do compadre Marcelo Costa.