Nesta edição do programa que faço sobre relações internacionais com o professor Tomaz Paoliello abordamos uma questão que é um dos motores da história – o fenômeno migratório que faz com que populações inteiras mudem de uma região para outra, às vezes dentro de um mesmo país ou continente, às vezes do outro lado do planeta. As motivações para estas mudanças podem ser de toda natureza, mas recentemente tornou-se uma questão de ordem política pois as imigrações tornaram-se mais frequentes e volumosas a partir do século 20 a ponto de serem vistas como um problema por governos e lideranças políticas, que a utilizam de acordo com sua própria agenda. Conversamos sobre como essa questão esquentou mais ainda neste século e argumentamos que deve ser pautar boa parte das discussões que teremos no futuro próximo.
Universos colidem nesta quinta-feira em mais uma edição do Inferninho Trabalho Sujo no Picles. A banda da vez é o trio Xepa Sounds, liderado por Thiago França e ancorado pela percussão de Pimpa e Samba Sam em uma noite de delírio pop que vai da dance music à pagodeira, só no beat e sax – e como essa edição vai pegar fogo, melhor garantir seu ingresso antes da hora pra não correr o risco de ficar de fora. Depois assumo a discotecagem até o fim da madrugada e quem me acompanha é esta que você já deve ter sonhado com ela sem saber de seu nome: Bamboloki, que traz o puro suco dos anos 2000 para a pista de dança. O Picles fica no coração de Pinheiros – enquanto ele ainda tem um – no número 1838 da Cardeal Arcoverde e se deixar o Thiago começa a tocar na hora que abre, às oito da noite. Vem!
Desbravo a seara dos cursos no MAM de São Paulo ao conduzir a série de quatro aulas Música Brasileira no Século XXI, que acontece entre os dias 11 e 20 de setembro, desta vez em versão online. Durante o curso, falo sobre o conceito de música independente e como esse começou a ser ressignificado uma vez que a internet surgiu como um contraponto ao formato vigente no século passado, que trabalhava com parâmetros como rádio e discos, conceitos que, apesar de ainda aí, perderam a importância que tinham. Com a chegada da era digital, novos agentes entraram neste mercado e que também viu a ascensão do funk e do hip hop, a descentralização geográfica cultural do país e, consequentemente, novos assuntos e preocupações vieram à tona. Também falo sobre o impacto da pandemia e da ausência de políticas públicas para este mercado e como sua reconstrução vem sendo feita. Mais informações sobre o curso e o link para realizar as inscrições estão no site do MAM.
No meu programa de entrevistas sobre música brasileira desta vez é hora de conversar com Fernanda Takai, do Pato Fu, que fala como tem equilibrado este 2023 comemorando os 30 anos do Pato Fu – sem fazer simplesmente uma celebração nostálgica -, a materialização do seriado do Música de Brinquedo (projeto da banda de 2010 que transformou-se numa vida paralela) e sua própria carreira solo, que ainda inclui a participação no show do grupo Terno Rei no festival The Town, que acontece no próximo mês de setembro. Também falamos sobre as dificuldades e o lado bom de ser artista independente há mais de três décadas.
Prontos pra mais uma festa daquelas? Mas sem excessos, somos todos adultos. Então mais uma vez me reúno à Clarice Reichstul e à Camila Yahn sob a marquise do estádio do Pacaembu no nosso querido Bubu para mais um Desaniversário. A gente não precisa completar anos pra ter motivo pra reunir os amigos e dançar até cansar – mas como ninguém quer perder o domingo, começamos cedo e terminamos cedo também. O Bubu fica na Praça Charles Miller s/n° e no som a gente promete só músicas que você gosta de dançar – e nem lembrava mais delas!
Mais uma noite acesa pelo fogo da música, desta vez numa sexta! Toco fogo em mais um Inferninho Trabalho Sujo ali no Picles, que começa com a apresentação da banda Filarmônica da Pasárgada, que toca por volta das 22h, seguida da minha discotecagem ao lado da comadre Francesa Ribeiro, aquecendo corações e quadris até a hora que acendem a luz! O Picles fica no número 1838 da Cardeal, no coração do maltratado bairro de Pinheiros e quem chegar antes das 21h não paga para entrar! Vamos!
No meu programa de entrevistas Bom Saber converso com a jornalista, atriz e diretora Maria Clara Parente que está às vésperas de lançar seu documentário em três partes Regenerar, que traça um paralelo entre a crise climática e a modernidade colonial a partir de três ângulos, morte, sonho e vida. Com entrevistas com nomes como Bayo Akomolafe, Tainá de Paula, Sidarta Ribeiro, Aza Njeri, Aline Matulja, Márcia Kambeba, entre outros, o filme, que está passando em festivais e deve estrear em São Paulo em outubro, conecta as respostas para este problema às culturas ancestrais abordadas pela diretora. Maria Clara também aproveitou o período pandêmico para deixar aflorar sua veia poética e lançou os livros Empurrar o Chão e Nas Frestas das Fendas neste período.
Dodô começou o DM falando que não achava que esse papo de Barbenheimer era grande coisa, uma vez que achava que Barbie humilhou Oppenheimer, mas eu continuei falando sobre a importância desse tipo de antagonismo na época em que vivemos – um antagonismo essencialmente político, mas que transcende o limite básico entre dois gêneros. Isso é motivo para falarmos deste fenômeno pop para além das telas de cinema e também discorrermos sobre a greve de atores e roteiristas de cinema e TV nos EUA, o novo do Scorsese, a masculinidade tóxica de um Hamlet original, o mundo multipolarizado e outros assuntos que atravessam mais um DM.
Retomamos nossa sessão de jornalismo-fumaça na bifurcação entre Barbie e Oppenheimer e, depois de descobrir que nenhum de nós três havíamos visto nenhum dos dois filmes, descemos o desfiladeiro do The Doors guiado por Oliver Stone para chegar no vale do Conan que faz Tomate lembrar que voltou à academia, Vlad traçar um paralelo com o maconheirismo e eu misturar isso tudo com kardecismo e surrealismo. Daí partimos para o fim da contracultura, o antônimo de FOMO, as mudanças no Twitter, uma dieta de filmes de super-herói, o Hot Wheels do Lars Von Trier, cinetistas monstruosos, novos causos roleiros, o dia do Batman, bombas em bancas de jornal, os contemporâneos do Mussolini, Bloody Hell in America, a ansiedade provocada pelas redes sociais, grandes polêmicas que não duram 24 horas e como as grandes fortunas brasileiras começaram na escravidão ou na ditadura militar dos anos 60.
Mais uma noite quente no Picles – e nesta quinta quem começou os trabalhos no Inferninho Trabalho Sujo foi a dobradinha feita pelos shows do carioca Perdido e da pernambucana Lulina, ambos afiados para deixar tudo daquele jeito que a gente gosta. Os dois dividiram o palco ao compartilhar os vocais em uma versão synth para “Fuga pelo Miojo”, do CD-R Aos 28 Dei Reset na Minha Vida que Lu lançou há 15 anos, com sua clássica contagem regressiva para a fervura. Depois, eu e Fran seguimos costurando hits e pérolas feitas pra aquecer a madrugada (e toquei até uma do disco novo da Luiza Lian!).