Trabalho Sujo - Home

Eu no New York Times

O New York Times acaba de publicar uma lista de músicas para quem quer se aprofundar em jazz brasileiro e entre convidados ilustres como Marcos Valle, Joyce Moreno e Amaro Freitas figura este que vos escreve pinçando um dos meus momentos favoritos da história da música: o bis do show que Elis Regina fez no festival de Montreux, na Suíça, em 1979, ao lado de Hermeto Pascoal. Abaixo publico o texto original em português e a íntegra deste show que é um dos maiores acontecimentos da música do século passado e a lista do jornal nova-iorquino você lê neste link. Obrigado pelo convite senhor Marcus e valeu pela ponte senhor Jeff.  

Um Dia Um Show Salvou Minha Vida, com Érika Morais

Começamos dezembro convidando nossa amiga Érika Morais para falar sobre suas andanças pelo Brasil e pelo mundo caçando bons shows, que em seu caso teve o grande momento seu encontro com o grupo norte-americano Wilco no Ginásio do Ibirapuera.

Ouça abaixo:  

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Naimaculada e Applegate

Na última sexta-feira de novembro o Inferninho Trabalho Sujo entra mais um espaço de São Paulo ao realizar sua primeira festa no Redoma, que fica ali no Bixiga. E quem desbrava esse novo palco com a gente são as bandas Naimaculada e Applegate, dois novos nomes da cena paulistana que estão aos poucos atingindo um público cada vez maior. As duas bandas aproveitam a festa para mostrar seus lançamentos: o Applegate lança seu novo álbum Mesmo Lugar enquanto o Naimaculada mostra o novo single “Não é Sobre Peixes”, mais um degrau rumo ao seu primeiro disco. As bandas se apresentam a partir das 21h na sexta dia 29 de novembro e além dos shows ainda teremos minha discotecagem e da Lina Andreosi. O Redoma fica na Rua 13 de Maio, 825 e os ingressos já estão à venda neste link.

Um Dia Um Show Salvou Minha Vida, com Sérgio Martins

Em mais um episódio de nosso podcast sobre shows que mudaram nossas vidas, eu e Levino desta vez chamamos o grande Sèrgio Martins, que passeia por apresentações ao vivo que assistiu em diferentes épocas de sua vida para reforçar uma que tornou-se o épice deste percurso, ao ver ninguém menos que Prince ao vivo.

Ouça abaixo:  

Mais CØMA

Mais uma vez apareço na Porta, desta vez pra discotecar após a segunda apresentação do grupo CØMA, o projeto pós-punk criado por Guilherme Held, Bianca Godoi, Otto Dardenne, Rubens Adati, Joana Bergman e Danilo Sansão, que se apresentará nesta quarta-feira, a partir oito da noite. Quem abre a noite é o trio Los Otros, que prepara o terreno para outras discotecagens, do DJ André Pio, do DJ Cosmic Pulses (que criou a playlist que inspirou a existência da banda) e do Érico Theobaldo, que também tocam na mesma noite. Lembrando que o Porta fica na rua Horácio Lane, 95, e os shows devem acontecer às 20h e às 21h. Vamos lá?

Consolidando a primeira fase

Inferninho Trabalho Sujo especial nesta sexta-feira no Picles, quando o Varanda pode mostrar as músicas de seu disco de estreia pela primeira vez no mesmo palco que trouxe a banda mineira pela primeira vez a São Paulo, sentindo-se em casa na festa que faço desde o ano passado ao mesmo tempo em que sente-se consolidando a primeira fase de sua carreira. “Aqui que a gente nasceu pra vocês”, disse a vocalista Amélia do Carmo. Antes do show do grupo, que fechou a primeira parte da festa, foi a vez da paulistana Lotzse mostrar seu recém-lançado Excelentes Exceções, em que, acompanhada por uma banda pesadíssima (formada pelo guitarrista Victor Kroner, o tecladista Christian Sayeg, o baixista Rafael Nilles e o baterista Davi Gomes), pode soltar sua voz em suas canções pop com um groove entre equilibrado entre o funk, o jazz e o rock, abrindo espaço para versões de músicas alheias, como “Maria Maria” (de Milton Nascimento, que sublinha o tema principal do álbum, que é a relação não-romântica entre mulheres), “Azul Moderno (de Luiza Lian) e “Murder on the Dancefloor” (de Sophie Ellis-Bextor), que entrou no bis.

A abertura deixou o público do Inferninho Trabalho Sujo em ponto de bala para que o Varanda fizesse o Picles pegasse fogo. A festa foi o ponto de partida da banda mineira em sua carreira paulistana, cuja fase inicial culminou com o show de lançamento de seu álbum de estreia, Beirada, que aconteceu há dois meses no Sesc Vila Mariana. E agora encerram seu 2024 com um show redondinho, tanto com a química entre os músicos cada vez mais precisa: o baterista Bernardo Merhy e o baixista Augusto Vargas segurando a base firme o guitarrista Mario Lorenzi e a vocalista Amélia do Carmo se soltarem sem medo da queda, Amélia em alguns casos quase literalmente, se pendurando nas paredes do Picles e se jogando no meio da pequena multidão que cantava as músicas da banda. É muito bom ver o quanto os quatro evoluíram no último ano, ganhando confiança entre si e para com o público enquanto levam suas canções para um outro patamar no palco, como acontece com as melhores bandas. E é impressionante como isso se materializa especialmente em Amélia, cada vez mais segura de sua performance, de seu canto e de seu carisma, hipnotizando a audiência como uma bruxa sedutora, transformando cada canção num passe de mágica. A banda ainda chamou a amiga Manu Julian para dividir os vocais de “Cê Mexe Comigo” que a vocalista dos Pelados canta no disco, ajudando ainda mais a temperar este que foi o melhor show da banda que vi. Depois eu e Bamboloki assumimos o comando da madrugada – se é que dá pra dizer que houve algum comando naquele desfile desenfreado de hits de todas as épocas que concluímos com nossa a música que iniciou nossa relação, “Clara Crocodilo”, faixa-símbolo de um de nossos faróis estéticos, o mestre Arrigo Barnabé. Que noite!

Assista abaixo:  

Inferninho Trabalho Sujo apresenta Varanda e Lotsze

Vamos pro Picles! Sexta-feira tem mais Inferninho Trabalho Sujo, desta vez na casa que viu a festa nascer com duas atrações daquelas: quem abre a noite é a novata Lotsze, que acaba de lançar seu disco de estreia, Excelentes Exceções e prepara o terreno para uma banda veterana de Inferninho, os mineiros do Varanda, que tocam seu recém-lançado disco de estreia, Beirada, pela primeira vez no Inferninho. E a noite termina comigo comandando a pista ao lado da minha comissária da loucura Bamboloki, que me ajuda a incendiar a pista do Picles, que fica no número 1838 da rua Cardeal Arcoverde, no coração de Pinheiros! Vamos?

Esperando acontecimentos

Show, peça, programa de auditório, karokê, luau, quiz show…? A apresentação que os atores Sofia Botelho e Ernani Sanchez fizeram para celebrar a vida e obra de Marina Lima aconteceu mais uma vez nesta quinta-feira no Belas Artes, em mais uma sessão Trabalho Sujo Apresenta que realizo na sala de cinema. O roteiro do espetáculo atravessa os principais hits da cantora carioca ao mesmo tempo que revê sua postura frente à fama, à música brasileira e ao comportamento da época, citando inclusive outros autores contemporâneos como Ana Cristina César e inevitavelmente seu irmão e recém-falecido Antôno Cícero, lembrado com solenindade ao final da apresentação. Os dois reencenavam trechso da vida de Marina – entre entrevistas e participações em programas de TV – ao mesmo tempo em que dividiam os vocais, com Ernani quase sempre tocando um instrumento, seja guitarra, baixo ou violão, e trocavam de figurino. Houve algumas mudanças em relação à apresentação que fizeram no primeiro semestre no Centro da Terra (quando Sofia ainda estava grávida), mas isso é a natureza do teatro.

Assista abaixo:  

Trabalho Sujo Apresenta: Eu, Marina

Enorme satisfação em anunciar mais uma edição da série Trabalho Sujo Apresenta, desta vez trazendo o espetáculo Eu, Marina, peça-show concebida por Sofia Botelho e Ernani Sanchez, que coloca em cena o legado musical de Marina Lima a partir de 12 composições selecionadas do repertório da artista, rearranjadas e interpretadas ao vivo pelos autores-atores da apresentação. O espetáculo mergulha na essência das canções e traz esquetes ligadas à biografia de Marina e às vivências dos próprios artistas. Poemas de autores como Eduardo Galeano, Ana Cristina César e Angélica Freitas adicionam uma camada poética à experiência. Mais do que uma adaptação artística, Eu, Marina é uma oportunidade de explorar o universo das músicas, trazendo à tona novas interpretações e possíveis conexões com o público contemporâneo. O título Eu, Marina surge como uma referência ao que incorporam do espírito de Marina Lima os dois artistas que a interpretam, além de envolver uma brincadeira onde ambos disputam ser “escolhidos” pela artista no jogo “Eu, Marina!!”. A apresentação é mais uma das atrações da celebração dos 29 anos do Trabalho Sujo, cujo aniversário acontece neste mês de novembro, será realizada no dia 21 e os ingressos já estão à venda.

29 anos de Trabalho Sujo

29 anos são mais que uma vida, mas ainda sinto como se estivesse começando. Os 29 anos do Trabalho Sujo, completos oficialmente nesta quarta-feira, também selam 30 anos da minha carreira como jornalista, mas este único ano de diferença entre as duas datas é o que separa minha vida profissional (ênfase em “profissional”) da minha vida profissional (ênfase em “minha”). Ao rotular meu trabalho com um nome que eu havia criado para um fanzine (que acabou virando uma coluna num jornal impresso e depois virou site, blog, conta em redes sociais, podcast, festa, curso, programa de rádio, curadoria, direção e o que mais der na minha telha), sem querer separei o trabalho que não me interessa daquele que eu quero fazer e consegui ressignificar essa atividade sem que ela carregasse o peso profissional – e sempre carregando a minha assinatura, a minha edição, o meu ponto de vista. Carrego trabalho no nome e sempre que falo que meu signo é capricórnio a reação dos que acreditam em astrologia é um olhar arregalado de obviedade devido à minha dedicação à labuta. Mas por mais que canse (e, acredite, cansa), o Trabalho Sujo não é um frila que eu peguei pra fechar as contas, um emprego formal que me cobra horário e prazos, uma tarefa insuportável justificável apenas pelo preço pago. Mais do que isso, nesses 29 anos dou ênfase à palavra “vida” no que diz respeito à minha vida profissional quase três décadas passadas. Meu caráter foi formado antes mesmo de pensar em trabalho, ainda em Brasília, mas a maior parte da minha vida que comemoro agora consolidou o que meus pais, meus irmãos e minha cidade me ensinaram antes de me tornar maior de idade: a importância de fazer o que se quer, de colocar planos logo em prática, respeito e franqueza como principais filtros da vida e a importância da parceria. O Trabalho Sujo é um trabalho solitário sim, mas nunca estive só, mesmo porque sempre contei com pessoas importantes da minha vida próximas ao que faço – e não apenas relações profissionais. Laços que firmei ao longo destes trinta anos que são elos forjados para a vida inteira: não apenas coleguinhas de redação, parceiros de escrita, compadres e comadres com quem já discotequei e apresentei e projetei programas, mas também amigos que se tornaram irmãos, esposas, namoradas, professores, gurus, casos e confidentes, gente foda cuja relação transcende o trabalho e só ajudou a forjar as regras pelas quais pauto minha vida – e estou falando de centenas de pessoas, gente que dividi baias, quartos, redes, espaços virtuais e conexões físicas. O Trabalho Sujo só existe por causa de vocês – e vocês sabem quem vocês são. Amo todos a 29 anos ou menos – e pra que serve tudo isso se não há amor? Seguimos juntos, sempre. Bora que só melhora. ❤️