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Noites Trabalho Sujo | 20 anos do Trabalho Sujo | 21.11.2015

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Novamente nosso experimento acontece na mesma Associação Brasileira de Empresários de Diversões no centro histórico da maior cidade da América do Sul e desta vez celebra duas décadas de pesquisas em musicoterapia, neurometereologia, psiconarrativas e comunicações interdisciplinares do estudioso brasiliense Alexandre Matias, que convida seus velhos colegas do laboratório Noites Trabalho Sujo e os doutores em frequências rítmicas e explorações psíquico-harmônicas para a realização de um novo congresso Analógicodigital, que também celebra também a primeira realização do simpósio, há cinco anos. No auditório azul, trabalhando com equipamentos eletrônicos, discos rígidos, memórias portáteis e registros de diferentes épocas de gravações sonoras deste e do século passado, o experimento emocional Noites Trabalho Sujo também conta com a precisão cirúrgica do perito em física do movimento Danilo Cabral, especialista em frequências graves e autocontrole da mente que desembarca direto de uma pesquisa de campo no estado do Maranhão, e a abordagem termossociológica do doutor Luiz Pattoli, que traz em sua bagagem estudos norte-americanos que apontam uma série de motivos para abandonar os trajes de forma inconsciente. A atração desta edição fica com o retorno da estudiosa independente Babee, que abandonou as pesquisas com cobaias voluntárias para dedicar-se à composições de harmonia ótica e excepcionalmente retorna ao seu reduto intelectual para felicidade de seus colaboradores e admiradores. No auditório preto, o trio de antropólogos psíquicos formado por Ronaldo Evangelista, Maurício Fleury e Peba Tropikal do instituto Veneno Soundsystem traz seus raros suportes circulares de petróleo para demonstrar que justaposições de diferentes frequências provocam forte atação química e transe cerebral conexo. E próximo à recepção, o jovem cientista Wilson Farina lida com suas ondas de calor de forma experimental. Como de praxe, a presença no experimento deve ser confirmada por correio eletrônico horas antes de sua realização, que acontece no dia 21 de novembro de 2015, pouco após às 11 horas da noite. Venha com a cabeça aberta, pés descansados e o coração quente.

Noites Trabalho Sujo @ Trackers | 20 anos de Trabalho Sujo
Sábado, 21 de novembro de 2015
No som: Alexandre Matias, Danilo Cabral, Luiz Pattoli, Babee (Noites Trabalho Sujo), Mauricio Fleury, Peba Tropikal, Ronaldo Evangelista (Veneno Soundsystem) e Wilson Farina (Heatwave).
A partir das 23h45
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com (e chegue cedo – os 100 que chegarem primeiro na Trackers pagam R$ 20 pra entrar)

O Outro Lado da Música: Hip hop e black 70, com Ramiro Z e KL Jay

Atualização: O curso foi transferido para o dia 30 e as inscrições agora são gratuitas.

Como o rap brasileiro dos anos 90 redescobriu a cultura negra dos anos 70, com Ramiro Zwetsch (do site Radiola Urbana) e KL Jay (dos Racionais MCs). Segunda, dia 23 30 de novembro, na Unibes Cultural. Inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo email inscricao@unibescultural.org.br.

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Sexta-feira conversei com os dois professores da próxima aula do curso O Outro Lado da Música, que estou coordenando na Unibes Cultural. Ramiro Zwetsch e KL Jay irão falar sobre como como a música negra brasileira dos anos 70 se tornou politizada e consciente e como esta conscientização foi redescoberta através do rap dos anos 90. Qual foi o primeiro sample de música brasileira usado num rap nacional? De onde vieram os grandes nomes da black music nacional? Qual o primeiro rap brasileiro a falar de orgulho negro? Essas e outras questões serão levantadas e discutidas no dia 23 de novembro, na segunda após o feriado da consciência negra, e o editor do Radiola Urbana e o DJ dos Racionais MCs prometem uma boa discussão – e muita música boa, em vinil. A Unibes Cultural fica no número 2500 da Rua Oscar Freire, vizinho ao metrô Sumaré, e as inscrições podem ser feitas através tanto através do site Compre Ingresso como pelo email inscricao@unibescultural.org.br.

O curso O Outro Lado da Música se propõe a jogar novas luzes sobre cenas musicais e novos ponntos de vistas sobre carreiras conhecidas. A primeira aula trouxe o professor Fernando Rosa, do site Senhor F, para falar sobre psicodelia brasileira. Depois da aula do dia 23, a aula seguinte é com a Alessa, do bloco Ritalina, que vai falar sobre a importância da Rita Lee na música popular brasileira.

Domingo com PC Siqueira

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Eu e PC Siqueira voltamos a nos encontrar, desta vez no Teatro Eva Hertz, da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, ali na Av. Paulista, neste domingo, dia 15 de novembro, às 13h. Na conversa, vamos continuar o papo que começamos no YouPixCon deste ano, falando sobre produção de conteúdo, fazer o que se gosta, as mudanças nas comunicações, a onipresença das redes sociais, nossa relação com a tecnologia e outros desdobramentos do livro que venho fazendo com ele. Livro? É, pois é…

A nossa conversa acontece dentro do projeto Cultura na Faixa, quando a livraria apresenta uma série de atividades gratuitas durante este fim de semana.

Indo pra BH

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Participo nesta quarta-feira do Sonâncias, autodefinido como uma mistura de seminário, festival e rodada de negócios que começou nesta terça e vai até sexta em Belo Horizonte. O evento reúne gente de diferentes áreas deste mercado – Fernanda Bas da Som Livre, Marcos Boffa do Sónar São Paulo, Gutie do Rec Beat, Fernando Dotta da Balaclava, Mancha da Casa do Mancha, Coy Freitas do Skol Music, Pena Schmidt do Centro Cultural São Paulo, entre outros – além de shows de bandas como Câmera, Pequeno Céu, Baleia, Mordomo, Douglas Din, Reallejo, Banda Gentileza e Young Lights. A mesa que participo começa às 19h e é a seguinte:

Música e mídia

– Alexandre Matias (SP): Editor do Trabalho Sujo. Foi editor do caderno Link do jornal O Estado de S. Paulo, diretor de redação da revista Galileu, e editor-chefe do projeto Trama Universitário.
– Fabiana Batistela (SP): Fundadora da Inker Agência Cultural e diretora geral da Semana Internacional da Música de São Paulo. Jornalista, foi repórter da revista Bizz.
– Guilherme Guedes (RJ): Jornalista, apresentador do Multishow, Canal Bis e parte da equipe do site Tenho Mais Discos que Amigos.
– Paulo Proença (SP/BH): Jornalista, cofundador e o gestor de conteúdo do site de entrevistas Motif. Também é editor de conteúdo web na Rádio Inconfidência.
– Mediador _ Daniel Barbosa (BH): Jornalista do caderno de cultura do jornal O Tempo. Curador de projetos como Natura Musical, Música Minas, Vozes do Morro e Música Independente.

O Sonâncias acontece no Savassi, na região central da capital mineira e tem mais informações em seu site oficial.

Noites Trabalho Sujo | 10.10.2015

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Prontos para mais um experimento psíquico-carnal no coração da melhor cidade da América do Sul? Em mais um exercício sobre impacto consensual de frequências sonoras selecionadas de forma específica para melhorar o temperamento de adultos bem resolvidos, abrimos nossa incubadora de boas vibrações para a aglomeração dos melhores sentimentos e sensações inebriantes em um ambiente hermeticamente isolado de tensões negativas externas. O centro de pesquisas Noites Trabalho Sujo desta vez é representado pelos doutores peritos em alto astral Alexandre Matias e Luiz Pattoli, que convidaram diferentes peritos na efervescênca de energia orgônica em diferentes apresentações que acontecerão a partir dos últimos minutos do dia 10 de outubro de 2015. São eles: a séria pesquisadora santista Flavia Durante para testar o impacto de sonoridades latino americanas e timbres femininos em pessoas despidas de preconceitos, a dupla de diletantes Karen Ercolin e Larissa Godoi que encontram-se pela primeira vez em uma redoma de corpos em movimento para testar diferentes fórmulas da fusão entre ritmos sintéticos e guitarras elétricas, o popular linguista Wilson Farina que conduzirá mais uma vez testes com candidatos para transformar um ambiente calmo à meia luz em uma profusão de sorrisos e requebros e a aula magna do doutor Rodrigo Gorky, que pertence ao instituto de aprofundamento hedonista Bonde do Rolê e ao acelerador de partículas sonoras Fatnotronic, em que mostrará como é possível aproximar suas duas áreas de estudo em uma celebração onde ninguém é de ninguém. O encontro acontece mais uma vez no enorme prédio-antena da Trackertower, próximo ao Largo do Payssandu, e há a exigência de confirmação de nomes para garantir a presença – esta pode ser feita através do endereço de correio eletrônico noitestrabalhosujo@gmail.com até às 18 horas do dia do experimento. Tenham juízo!

Noites Trabalho Sujo @ Trackers
Sábado, 10 de outubro de 2015
No som: DJ Gorky, Flavia Durante, Luiz Pattoli, Alexandre Matias, Karen Ercolin, Larissa Godoi, Wilson Farina e… mais alguém?
A partir das 23h45
Trackertower: R. Dom José de Barros, 337, Centro, São Paulo
Entrada: R$ 30 só com nome na lista pelo email noitestrabalhosujo@gmail.com (os 100 primeiros pagam R$ 20 pra entrar)

Sobre a volta do Iron Maiden

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O Metrópolis da TV Cultura fez uma matéria sobre a fidelidade dos fãs do Iron Maiden e me convidou pra falar um pouco sobre essa tribo e o disco novo, Book of Souls. A matéria começa a partir dos 15 minutos do vídeo abaixo.

Hoje: O Ecossistema da Música com Tulipa Ruiz

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Tulipa Ruiz é a primeira artista convidada para a edição Singles do Ecossistema da Música, que acontece nesta quinta, no Espaço Cult. A aula de hoje é uma versão reduzida do curso que coordeno no Espaço e que vai para sua quarta edição no início do ano que vem. Tulipa é uma das artistas brasileiras que melhor entendeu a internet e ela compartilha sua experiência, falando sobre os dilemas e os prazeres do artista na era digital, que ao mesmo tempo que tem um contato direto com seu público, tem que assumir o papel de empreendedor. As inscrições podem ser feitas no site do Espaço Revista Cult e esta é a ementa do curso:

Como aliar criação e produção artística

A chegada da internet mudou completamente o mercado de música reconfigurando completamente os hábitos de fruição e de consumo de música, obrigando a todos os diferentes agentes deste meio a se reinventar para encaixar-se neste novo cenário. Mas ninguém foi mais abalado do que o artista – ponto central da produção musical que, de repente, se viu obrigado a lidar com questões que antes ficavam com a gravadora, o produtor e o empresário. Mais do que ponto de partida e de chegada de um processo comercial, o artista hoje é o principal veículo da própria obra, pelo simples fato de estar em contato mais intenso com seu público graças às facilidades do mundo digital.

E na versão brasileira deste cenário, Tulipa Ruiz é uma das artistas que melhor soube encarar o desafio do empreendedorismo aliado à produção artística, participando e atuando diretamente em todas as decisões sobre sua carreira. E ela é a primeira artista convidada a participar do curso Ecossistema Singles – versão de aula única do curso O Ecossistema da Música no Século 21, ministrado pelo jornalista Alexandre Matias, do site Trabalho Sujo, no Espaço Cult. Durante a aula, Matias conduz a conversa com Tulipa, que além de contar as importantes decisões feitas durante sua carreira, explica as lições que tirou neste processo e como as aplicou em outras ocasiões.

O curso abordará as seguintes faces da carreira da artista:

1) Lançamento da carreira

– Qual priorizar: show ou gravação?

– O início da formação do público

– Como entrar no circuito de shows

– Como gravar suas músicas do jeito certo

– Como lançar os primeiros materiais para o público

– Quando é preciso ter um empresário

– Qual é a melhor hora de lançar um disco

2) O disco

– Os passos anteriores ao lançamento do disco

– Como lançar um disco

– Como distribuir um disco

– Como fazer o disco ser ouvido

– CD, vinil, streaming, YouTube, download gratuito – como utilizar os meios digitais neste lançamento

– O papel do show de lançamento do primeiro disco

3) Vida na estrada

– A importância da fidelização do público

– Como divulgar um show em tempos de internet.

– É possível fazer uma turnê pelo Brasil apenas com um disco?

– O que fazer com os registros feitos pelos fãs durante os shows

– Como é o contato com os fãs depois dos primeiros shows

4) Alçar maiores voos

– O que fazer quando o período do disco e dos shows termina

– Como reter a atenção do público de um artista nessa avalanche de informações atuais

– Como lidar com a mídia tradicional e com as mídias sociais

5) Consolidação profissional

– O artista tem que ser empreendedor no século 21?

– A necessidade de entender todos os desdobramentos do mercado relacionado à sua carreira

As inscrições estão no finzinho e ainda e podem ser feitas no site do Espaço Cult.

Para ouvir lendo a Kim Gordon

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A Rocco me pediu que eu fizesse uma playlist baseada no livro da Kim Gordon que traduzi com minha mulher e aproveitei pra falar deste processo de tradução em casal. A playlist tá lá no site da editora.

Uma tradução em casal

Lembro quando me ofereceram a tradução de Girl in a Band, da Kim Gordon, no início deste ano, e imediatamente pensei em fazer junto com a minha esposa, Mariana. Já havíamos traduzido dois livros juntos e ela estava começando a pegar gosto pela atividade, imaginei perfeitamente o entusiasmo dela ao saber que poderia traduzir o livro. Kim, como o Sonic Youth, é desses primeiríssimos gostos em comum de casal e fora os dois primeiros shows que a banda fez no Brasil (no festival Free Jazz no ano 2000 e no festival Claro que é Rock em 2006), quando ainda não nos conhecíamos, assistimos a vários outros shows da banda juntos.

O grupo tocou na nossa “festa de casamento” quando agendamos o matrimônio para Las Vegas – no meio do Grand Canyon, para ser mais exato, nos Estados Unidos, para coincidir com o festival de 21 anos da gravadora Matador (que ainda teve Spoon, Pavement, Jon Spencer Blues Explosion, Yo La Tengo, Superchunk, Belle & Sebastian, Guided by Voices e muitos outros) e também vimos o grupo executar ao vivo (ao lado do John Paul Jones do Led Zeppelin!) a trilha sonora de uma das últimas apresentações do mestre da dança moderna Merce Cunningham, no austero teatro da Brooklyn Academy of Music, no subúrbio hipster de Nova York, além de ver, debaixo de chuva, dois de seus outros shows no Brasil, no festival Planeta Terra em 2009 (tocando quase todo o repertório do clássico Daydream Nation) e no festival SWU em 2011.

Quase perdemos essa última apresentação, num misto de soberba e início de velhice. Um festival fora de São Paulo, em Itu, em que era preciso pegar a estrada e encarar estacionamento de terra num dia que as nuvens pairavam a poucos centímetros do olhar, prenunciando uma chuva braba. Fora que as outras atrações do festival não animavam nem um pouco o espírito idoso que nos cutucava, ainda jovem casal. Havíamos acabado de ver a banda no ano anterior, por isso desistimos. Paciência. Perderíamos aquele show.

Eis que uma fada surgiu do nada e o céu se abriu. De repente, não apenas tínhamos dois ingressos de cortesia como poderíamos ir até Campinas e pegar uma van da produção até o festival. Lia chamou Mariana e perguntou, como quem não quisesse nada, só procurando uma companhia para um show que havia conseguido ingressos. Ganhou uma carona e nossa eterna satisfação. Estacionamos no Royal Palm Plaza e fomos levados para um portão próximo ao palco que queríamos assistir, todos já de capa de chuva, que deixava de ameaçar para começar a molhar o público. Paramos em um lugar distante, mas que permitia ver o palco e lá ficamos.

Assim que o Sonic Youth chegou, parou de chover. A banda fez um show furioso, misturando hits de todas as épocas com músicas de seu disco mais recente. A energia da banda no palco era contagiante, embora a maior parte do público apenas estivesse esperando a próxima banda, pois o festival nada tinha a ver com o grupo. De longe viam-se focos de rodinhas entusiasmadas no meio de gente passeando ou conversando, que só olhava para o palco quando o grupo ia para as músicas da época em que o grupo tocava na MTV, como “Teen Age Riot”, “Sugar Kane”, “Drunken Butterfly” e “Mote”. Mas a banda não parecia estar se preocupando com isso e se entregava à microfonia, em mais um daqueles espetáculos entre o punk e o experimentalismo que eu e minha mulher já havíamos nos acostumados a assistir. Lembro da sensação de certeza de saber que todo show do Sonic Youth era bom, daquelas sensações que eu não precisava falar para saber que ela também sentia isso. O show terminou, a chuva voltou, pegamos a van de volta pro hotel em Campinas e de lá de volta pra São Paulo, em uma hora estávamos sãos e salvos em casa longe da chuva, e no caminho viemos falando sobre como era bom ter uma certeza há tanto tempo quanto os shows do Sonic Youth.

Por isso a nossa surpresa – e de todo mundo que conhecia a banda, quando a separação de Kim e Thurston foi anunciada e a banda dissolvida. Uma certeza sólida que se desfazia no gesto mais mundano possível, Thurston estava tendo um caso e Kim havia descoberto. O senso de fofoca invadiu o universo indie e além das indiretas nas entrevistas ou nas entrelinhas de seus discos solo, muito se especulou, e descobriu, sobre quem era a amante do guitarrista, numa tentativa ridícula de vilanizá-la como aconteceu com Yoko Ono no fim dos Beatles. Parecia pior por não ser só uma banda, mas um casal que havia se tornado um parâmetro de como envelhecer juntos, e cool, para mais de uma geração.

Traduzir a autobiografia de Kim nos deu a oportunidade de mergulhar na vida da autora que também era nosso ídolo, não apenas vertendo o texto para o nosso idioma, mas buscando as referências da época para explicar todo o contexto histórico. Traduzir com a internet ao lado tem essa facilidade que permite que você visite lugares citados pelo Google Maps, compare modelos de instrumentos nos sites oficiais dos próprios fabricantes, além de poder ver clipes, shows, vídeos, filmes e músicas citados, inclusive os que não são do autor. Aliando isso ao fato da minha coleção de Sonic Youth ter tanto discos oficiais quanto piratas, além das caixas que o grupo relançou para seus discos clássicos, traduzir Girl in a Band, que preferíamos ter chamado de Garota na Banda, sem o artigo – foi um mergulho na Califórnia dos anos 70, na Nova York dos anos 80 e no mundo do rock alternativo das duas décadas passadas, quase sempre ouvindo Sonic Youth.

Por isso não foi muito complicado escolher as músicas para uma playlist em homenagem ao livro, que me convidaram para fazer. Uma lista de músicas que prefiro começar com um vídeo, já que o primeiro capítulo do livro narra aquele show no SWU em 2011 como o momento em que a ficha havia caído sobre seu casamento. E rever os vídeos daquele show me fez perceber que todo o entusiasmo da banda era masculino, Thurston estava sozinho em um canto do palco, o resto da banda (Steve Shelley na bateria, Lee Ranaldo e o ex-Pavement Mark Ibold nas guitarras) no outro canto e Kim, no meio, completamente alheia a tudo aquilo, como descreve no livro. Fui procurar um vídeo em que aparecia o tal globo azul que ela citava e, quando percebi, estava vendo um vídeo que eu mesmo havia filmado, sem perceber que registrava um momento bem específico: o fim do casamento de Kim e Thurston e do Sonic Youth. É com ele que eu abro essa playlist.