Retorno para minha terra-natal neste fim de semana para realizar o primeiro Inferninho Trabalho Sujo fora de São Paulo e também o último do ano. E que maravilha poder dividir essa noite com artistas que são compadres e comadres desse nosso cerradão. A noite marca o lançamento ao vivo do primeiro disco solo de Guilherme Cobelo, vocalista da Joe Silhueta, que finalmente traz ao mundo seu Caubói Astral, que vem matutando há uns bons anos. Quem abre a noite é a maravilhosa Gaivota Naves, que também é vocalista da Joe e que também mostra sua faceta solo. Eu discoteco logo depois ao lado de dois monstros sagrados: Ivan Bicudo, da mítica festa Toranja, e o grande Kelton (que também está com um trabalho solo engatilhado…). A festa acontece neste sábado, dia 21, na já clássica casa Infinu, que fica na 506 da W3 sul, ao lado Praça das Avós, e os ingressos já estão à venda online neste link (que é mais barato do que comprar na hora). Vamos?
Infelizmente não teremos a última Desaniversário nesse sábado pois a prefeitura da cidade impediu a realização devido a um evento no estádio — e só fomos avisado neste sábado. Nos vemos em 2025!
O que você vai fazer neste sábado? Vamos à última edição de 2024 da nossa frenética Desaniversário, comigo, Clarice, Claudinho e Camila colocando todo mundo pra se acabar de dançar e aliviar a tensão desse fim de ano intenso! E não tem desculpa: a festa começa e termina cedo pra gente ter tempo de descansar depois de ficar algumas horas chacoalhando os quadris ouvindo nossos hits do coração. A festa começa às 19h e vai até a meia-noite, sempre no querido Bubu, que fica na marquise do Estádio do Pacaembu. Vem dançar com a gente!
Não sei como tá a correria de fim de ano aí do seu lado, mas por aqui nunca vi um dezembro tão intenso, seguido da sensação de que o fim do ano começou em agosto (!), e essa insanidade de tempo, trânsito e tensão me fez perder o show da Bufo Borealis, que abriu a última edição do Inferninho Trabalho Sujo do ano em São Paulo, mas felizmente peguei o show da Pelados, fácil fácil minha banda brasileira favorita atualemnte, que aos poucos começa a abrir caminho para o próximo passo em suas carreiras, ao lançar o sucessor do formidável Foi Mal. Vincete Tassara, guitarrista da banda – e tecladista da Bufo, responsável por reunir suas duas bandas naquela noite que era seu próprio festival pessoal, o Viçafest -, já deu a letra que aquele é um dos últimos shows dessa fase e eles colocaram isso em prática nessa quinta mesmo ao tocar todo o disco na íntegra sem abrir espaço para as músicas do disco anterior. Em vez destas o grupo começou a mostrar suas roupas novas, trazendo músicas que estarão em seu segundo disco, que ainda nem têm título: uma com um refrão que fala sobre “as cores da Enel desmancham no papel”, uma bilíngüe e bipolar em que a vocalista Manu Julian canta que perdeu “todo o controle”, se acabando para mostrar que é uma das melhores cantoras de São Paulo hoje, e a terceira, “Modrich”, já conhecida pelos fãs dos shows que têm feito. E tão legal quanto ver a banda cada vez mais entrosada (é empolgante perceber a química entre os primos Manu e Vicente, o baterista Theo Ceccato esmurrando seu instrumento como um stooge, a baixista Helena Cruz quase uma Tina Weymouth abrasileirada entre o groove do samba-jazz e linhas angulosas pós-punk e Lauiz soltando ondas sintéticas enquanto faz piadas infames com um sorriso onipresente no rosto) é assistir ao público complementar a apresentação, berrando refrões, se acabando de dançar, abrindo rodas de pogo e gritando o nome da banda em uníssono. A noite terminou com uma versão Sonic Youth sem freio de uma das minhas músicas brasileiras preferidas da década, o épico indie “Yo La Tengo na Casa do Mancha”, que a banda esticou por mais de dez minutos de improv noise. Depois eu e Bamboloki seguimos o clima indie hits da noite misturando Charli XCX com Beck, aquela versão de “Voyage Voyage” em espanhol, mixando “Smalltown Boy” com “I Feel Love” e os nove minutos de “Marquee Moon” do Television, mantendo a pista cheia o tempo todo. E isso numa quinta-feira! Foi o último do ano em São Paulo (tenho novidades ainda sobre 2024 semana que vem) e o próximo acontece no dia 24 de janeiro, por isso já marca aí na agenda, porque em 2025 o Inferninho vai queimar ainda mais!
E vamos encerrar mais um ano de Inferninho Trabalho Sujo nessa quinta-feira, quando retorno ao bom e velho Picles para receber duas bandas queridas que teriam se apresentado no mês passado caso a prefeitura de São Paulo não estivesse disposta a sabotar a própria população. Em um dos dias de blecaute que a cidade viveu recentemente, Bufo Borealis e Pelados se apresentariam no intenso sobrado no coração de Pinheiros no que seria a primeira edição do Viçafest, pois ambos grupos contam com Vicente Tassara na formação, que aproveitava a ocasião para coemmorar seu aniversário. Mas mesmo que a prefeitura e a Enel tenham lutado contra o Viçafest acontece nesta quinta-feira, dentro do Inferninho Trabalho Sujo e o melhor é que se você chegar antes das 22h não paga para entrar (só tem que retirar seu ingresso online antes neste link). O Picles fica no número 1838 da Cardeal Arcoverde e depois dos dois shows assumo a pista com a minha cúmplice caótica Bamboloki para nos despedirmos de 2024 em grande estilo. Vamos?
O New York Times acaba de publicar uma lista de músicas para quem quer se aprofundar em jazz brasileiro e entre convidados ilustres como Marcos Valle, Joyce Moreno e Amaro Freitas figura este que vos escreve pinçando um dos meus momentos favoritos da história da música: o bis do show que Elis Regina fez no festival de Montreux, na Suíça, em 1979, ao lado de Hermeto Pascoal. Abaixo publico o texto original em português e a íntegra deste show que é um dos maiores acontecimentos da música do século passado e a lista do jornal nova-iorquino você lê neste link. Obrigado pelo convite senhor Marcus e valeu pela ponte senhor Jeff.
Começamos dezembro convidando nossa amiga Érika Morais para falar sobre suas andanças pelo Brasil e pelo mundo caçando bons shows, que em seu caso teve o grande momento seu encontro com o grupo norte-americano Wilco no Ginásio do Ibirapuera.
Na última sexta-feira de novembro o Inferninho Trabalho Sujo entra mais um espaço de São Paulo ao realizar sua primeira festa no Redoma, que fica ali no Bixiga. E quem desbrava esse novo palco com a gente são as bandas Naimaculada e Applegate, dois novos nomes da cena paulistana que estão aos poucos atingindo um público cada vez maior. As duas bandas aproveitam a festa para mostrar seus lançamentos: o Applegate lança seu novo álbum Mesmo Lugar enquanto o Naimaculada mostra o novo single “Não é Sobre Peixes”, mais um degrau rumo ao seu primeiro disco. As bandas se apresentam a partir das 21h na sexta dia 29 de novembro e além dos shows ainda teremos minha discotecagem e da Lina Andreosi. O Redoma fica na Rua 13 de Maio, 825 e os ingressos já estão à venda neste link.
Em mais um episódio de nosso podcast sobre shows que mudaram nossas vidas, eu e Levino desta vez chamamos o grande Sèrgio Martins, que passeia por apresentações ao vivo que assistiu em diferentes épocas de sua vida para reforçar uma que tornou-se o épice deste percurso, ao ver ninguém menos que Prince ao vivo.
Mais uma vez apareço na Porta, desta vez pra discotecar após a segunda apresentação do grupo CØMA, o projeto pós-punk criado por Guilherme Held, Bianca Godoi, Otto Dardenne, Rubens Adati, Joana Bergman e Danilo Sansão, que se apresentará nesta quarta-feira, a partir oito da noite. Quem abre a noite é o trio Los Otros, que prepara o terreno para outras discotecagens, do DJ André Pio, do DJ Cosmic Pulses (que criou a playlist que inspirou a existência da banda) e do Érico Theobaldo, que também tocam na mesma noite. Lembrando que o Porta fica na rua Horácio Lane, 95, e os shows devem acontecer às 20h e às 21h. Vamos lá?
Inferninho Trabalho Sujo especial nesta sexta-feira no Picles, quando o Varanda pode mostrar as músicas de seu disco de estreia pela primeira vez no mesmo palco que trouxe a banda mineira pela primeira vez a São Paulo, sentindo-se em casa na festa que faço desde o ano passado ao mesmo tempo em que sente-se consolidando a primeira fase de sua carreira. “Aqui que a gente nasceu pra vocês”, disse a vocalista Amélia do Carmo. Antes do show do grupo, que fechou a primeira parte da festa, foi a vez da paulistana Lotzse mostrar seu recém-lançado Excelentes Exceções, em que, acompanhada por uma banda pesadíssima (formada pelo guitarrista Victor Kroner, o tecladista Christian Sayeg, o baixista Rafael Nilles e o baterista Davi Gomes), pode soltar sua voz em suas canções pop com um groove entre equilibrado entre o funk, o jazz e o rock, abrindo espaço para versões de músicas alheias, como “Maria Maria” (de Milton Nascimento, que sublinha o tema principal do álbum, que é a relação não-romântica entre mulheres), “Azul Moderno (de Luiza Lian) e “Murder on the Dancefloor” (de Sophie Ellis-Bextor), que entrou no bis.
A abertura deixou o público do Inferninho Trabalho Sujo em ponto de bala para que o Varanda fizesse o Picles pegasse fogo. A festa foi o ponto de partida da banda mineira em sua carreira paulistana, cuja fase inicial culminou com o show de lançamento de seu álbum de estreia, Beirada, que aconteceu há dois meses no Sesc Vila Mariana. E agora encerram seu 2024 com um show redondinho, tanto com a química entre os músicos cada vez mais precisa: o baterista Bernardo Merhy e o baixista Augusto Vargas segurando a base firme o guitarrista Mario Lorenzi e a vocalista Amélia do Carmo se soltarem sem medo da queda, Amélia em alguns casos quase literalmente, se pendurando nas paredes do Picles e se jogando no meio da pequena multidão que cantava as músicas da banda. É muito bom ver o quanto os quatro evoluíram no último ano, ganhando confiança entre si e para com o público enquanto levam suas canções para um outro patamar no palco, como acontece com as melhores bandas. E é impressionante como isso se materializa especialmente em Amélia, cada vez mais segura de sua performance, de seu canto e de seu carisma, hipnotizando a audiência como uma bruxa sedutora, transformando cada canção num passe de mágica. A banda ainda chamou a amiga Manu Julian para dividir os vocais de “Cê Mexe Comigo” que a vocalista dos Pelados canta no disco, ajudando ainda mais a temperar este que foi o melhor show da banda que vi. Depois eu e Bamboloki assumimos o comando da madrugada – se é que dá pra dizer que houve algum comando naquele desfile desenfreado de hits de todas as épocas que concluímos com nossa a música que iniciou nossa relação, “Clara Crocodilo”, faixa-símbolo de um de nossos faróis estéticos, o mestre Arrigo Barnabé. Que noite!