O primeiro show do Madrid

Outro debut da semana passada foi a estréia da nova banda do Adriano e da Marina, que fizeram show no Secreto.

Marina Vello + Adriano Cintra = Madrid

E o tal My Dirty Fingers – parceria da Marina (ex-Bonde do Rolê) com o Adriano (ex-Cansei de Ser Sexy) – evoluiu para o Madrid (acrônimo dos dois nomes, sacou?) – e, com a mudança, uma nova vertente, menos despretensiosa que o que ouvimos anteriormente, com Adriano voltando para o piano, que não toca desde os tempos do Ultrasom. Promete.

Vida Fodona #317: Esse carnaval promete

Já dei as coordenadas para este carnaval – e agora ligo o aquecimento, porque o sol já ligou o dele…

Mike Simonetti – “Capricorn Rising”
My Dirty Fingers + Marina Gasolina – “Cousins”
Mahmundi – “Desaguar”
Céu – “Falta de Ar”
Letuce – “Loteria”
Lana Del Rey – “Diet Mnt Dew”
Friends – “Friend Crush”
El Guincho – “Bombay”
Azealia Banks – “212”
Gorillaz – “Feel Good Inc. (Professor Kliq Remix)”
Ting Tings – “Soul Killing”
Ace of Base – “All That She Wants (DJ Cremoso Remix)”
Siba – “Cantando Ciranda na Beira do Mar”
Nina Becker – “Surfer Girl”
Donald Byrd – “Cristo Redentor”

Shall we?

Adriano Cintra 2012

O Camilo já tinha falado do novo projeto do AdrianoMy Dirty Fingers -, mas não custa destacar a parceria dele com a Marina ex-Bonde do Rolê, atual Marina Gasolina. Delícia de música…

Cansei do Cansei de Ser Sexy

Adriano postou um loooongo desabafo sobre a sua saída do Canseide. Um trecho:

As coisas já estavam feias, eu saía dos shows cada vez mais constrangido. Aquilo, o show, não era meu. O desinteresse pela música estava ficando cada vez mais gritante. Cantora desafinada que prefere fazer aula de pole dance ao invés de vocal coaching. Guitarrista que erra, toca fora do tempo e passa mais tempo arrumando pedal do que tocando durante o show. Tecladista que toca tão mal (e com uma mão só) que obriga o técnico de som a deixar o volume dos teclados baixo mais da metade do show para não arruinar a gig. Puro desinteresse. Pela música. Minha música. Meus arranjos. Minha estética. Minhas decisões. Elas eram incapazes de criarem suas próprias partes, eu tinha que ensinar nota por nota. No começo me sentia desrespeitado, eu já sabia que ali o que importava não era o show. Era o avião, o hotel, o busão. Os restaurantes que elas iam comer, as fotos que iam tirar, os famosos que iam conhecer, as entrevistas que iam dar contando o processo criativo do disco, do qual tiveram participação praticamente nula. As vezes me deparo com entrevistas da tecladista detalhando o processo criativo do disco. A náusea é tamanha que já cheguei a vomitar.

E não é só isso, veja lá no blog dele. E é bem triste isso, na real.

O Cansei de Ser Sexy segue firme e forte

A saída do Adriano não quis dizer o fim do Cansei de Ser Sexy, como muitos (eu inclusive) cogitaram. A banda postou no Facebook um comentário sobre o ocorrido:

Vi nO Grito.

Adriano confirma que saiu do Cansei de Ser Sexy, mas a banda não acabou

Vi o vídeo no Rockinpress.

O fim do Cansei de Ser Sexy?

E foi só eu postar o vídeo novo do Cansei que o Adriano chegou causando nas redes sociais:

Traduziu a Rolling Stone:

“Instruído por meus advogados, estou anunciando que não faço mais parte da banda CSS. Também torno público o fato de que eu não dei às demais integrantes do grupo autorização para usar minhas bases nos próximos shows, já que não chegamos a um acordo a respeito disso”

Isso no meio de uma turnê do Cansei. Barra.

“Se lembra quando a gente era tudo amigo?”


(Esse clipe é uma obra-prima)

A saída do Adriano do Cansei faz ser meio inevitável a lembrança do hit do Caxabaxa, banda que ele tinha com o Carlinhos. E a letra?

Lembra quando a gente se encontrava
a tarde em casa ou a noite na balada?
Quase nada nos preocupava
era só se olhar, curtir e sonhar.
Agora você vem e me diz:
Nossa! Como você anda sumido!
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Quase tudo era permitido.

Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?

Tudu amigu! Lembra?
Tudu amigu! Lembra?

De rolê no Charm, extender pro Beagá
O Pix virou Treze, eu não sei mais quem vai lá
Tá tudo estranho, tão esquisito
Se lembra quando a gente era tudo amigo?
Já bebi na Real, já devi pro seu Zé
Lembra do Aeroanta, aquela pinga com mé
eu sempre te pagava, você nunca agradeceu
já devia saber, cê não era amigo meu

Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?

Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?

Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?
Lembra quando a gente era tudo amigo?

Lembra? Tudu amigu.

O disco todo do Caxabaxa vale ser reouvido, aliás.

Uma entrevista com o Adriano Cintra

Em uma entrevista feita pelo blog Chiveta no meio do ano (e que sumiu do blog IdealShop, mas o Internet Archive acaba resgatando tudo), o Adriano falou sobre sua vida mudou depois do Cansei de Ser Sexy:

O quê é mais difícil de agüentar: jornalista gringo babando ovo ou jornalista brasileiro invejoso falando mal?
Eu não sei, eu não dou mais entrevista faz um bom tempo. E não leio nada que escrevem sobre música. Música é feita pra escutar. E não vou perder meu tempo lendo opinião de gente que eu não conheço, prefiro cuidar das minhas plantas, andar de bicicleta, queimar minhas cerâmicas.

Quanto ao assédio, qual tipo é mais chato: de fã adolescente e celebridades gringas ou subcelebridades e alternativos “das antigas” brasileiros?
O pior assédio é quando você acaba saindo e vem gente fazer a íntima. Celebridade não faz a íntima. Alternativo das antigas brasileiro sou eu, a maioria eu conheço e sei de onde vieram, não tem essa de ser chato. Tem muito neguinho que eu conheço há miliano que eu sei que não gosta de CSS, e daí? Eu não quero saber, não faz a menor diferença na minha vida e se forem me tratar diferente por causa disso azar o deles, eu tenho meus amigos.

Agora que você viu e participa do circuito de rock mundial, o que você acha do Brasil? O quê precisaria mudar por aqui pra ficar bom para as bandas?
Primeiro precisa acabar a idéia que a casa de show está fazendo algum favor pras bandas. O Brasil precisa de agentes de pequeno/médio porte para mediarem as negociações entre os artistas e as casas de show. Isso já ia fazer uma diferença bem grande. E eu amo muito o Brasil. Nego inventa que a gente fala mal, que isso e aquilo.

No resto da entrevista, ele solta o verbo sobre vários outros assuntos. Dá pra ler ela toda aqui.