A vez de “Time”

, por Alexandre Matias

Roger Waters começou mostrando sua nova versão do Dark Side of the Moon com “Money” e agora, dois meses antes do lançamento do disco, confirma que esta edição batizada de Redux do clássico disco do Pink Floyd será sua incursão pelo mundo do canto falado, ao regravar “Time” dessa forma radical. Em vez da sonoplastia dos relógios, da bateria de Nick Mason e da carga dramática do canto e da guitarra de David Gilmour, o ex-baixista do Pink Floyd volta-se para o texto da canção, acrescenta um novo monólogo à introdução e segue o padrão de quase spoken word grave e arrastado adotado por outros anciões do mundo do rock e da poesia, como Leonard Cohen e Lou Reed. É exatamente isso que Waters está fazendo: movimentando-se para o mundo das letras para mostrar que o que carregava o disco de 1973 era o texto mais do que a interpretação musical do grupo, o que é uma bobagem egoísta, mas tudo bem, porque o resultado funciona. Só quero ver como é que ele vai fazer com “The Great Gig in the Sky” ou se tem coragem de trocar as versões quase cover que faz nas turnês pelo mundo por uma dessas variantes soturnas…

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