A primeira vez no Porta Maldita

, por Alexandre Matias

Finalmente visitei o Porta Maldita e que massa ver que o Arthur conseguiu fazer o que vinha vislumbrando há anos: um inferninho saudável, que apesar de ser uma casa de shows parece a casa de alguém que gosta de música, com gente espalhada pelos cômodos curtindo civilizadamente a noite. O cômodo dedicado aos shows, além de ar condicionado (crucial para esse verão) tem um dos melhores sons entre as casas pequenas – uma meta do dono, que é justamente uma pessoa do som – e o Porta Maldita ainda tem até com iluminador para os shows (sexta quem estava lá era o Rafa, do Applegate). E o bar é demais: os drinks são bem bons, o preço é justo, os copos são de vidro, tem água de graça e a equipe é simpática. Parabéns Arthur! Fora que ter só uma portinha do lado de fora tem um charme poético que torna a casa ainda mais mágica.

Assisti a mais um show do Garotas Suecas, que vinham de um extremo oposto desde seu último show, quando abriram para os Titãs no estádio do Palmeiras lotado, em dezembro. No primeiro show do ano, os heróis do indie paulistano – que completam 20 anos de banda neste 2024 – mostram como a experiência e a maturidade confluem para um show preciso e redondinho, com canções irresistíveis e causos infames entre elas – inclusive sobre quando o baterista Nico foi entrevistado sobre especulação imobiliária, história contada antes da ótima “Gentrificação”, do disco que lançaram ano passado.

Depois foi a vez dos Fonsecas, que nunca tinha visto ao vivo, e a banda colide rock’n’roll com MPB a partir da sua divisão instrumental: o power trio formado por Caio Bortolozo (guitarra), Thales Tavares (bateria) e Valentim Frateschi (baixo) pegam pesado no rock, deixando o vocalista Felipe Távora livre para declamar seus poemas em forma de canção e se jogar no palco. O show ainda contou com a participação do vocalista da banda baiana Tangolo Mangos, Felipe Vaqueiro, e o vocalista da banda Naimaculada, Ricardo Paes, dividindo o palco com o grupo na última música, a faixa que batiza seu EP, “Fundo da Meia”. Foi a primeira vez que vi o grupo ao vivo e funcionou bem com a minha primeira vez no Porta Maldita.

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Assista abaixo:

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