“A minha teimosia é uma arma pra te conquistar”: Tábua de Esmeralda ao vivo?

, por Alexandre Matias

Um presente para quem só viu show do Ben com guitarra

O lance do Queremos que o Bruno organizou com seus compadres lá no Rio deu tão certo que até o Fantástico quis entender como funciona a parada:

Juntos e com a galera, eles enfileiraram shows do Miike Snow, do Belle & Sebastian, do Mayer Hawthorne, do Two Door Cinema Club e agora esperam a chegada do LCD Soundsystem e do Vampire Weekend, em fevereiro. É mais show internacional de médio porte em menos de seis meses do que o Rio havia recebido nos últimos dois anos. E tudo no esquema do crowdsourcing.

Acompanho a idéia desde que ela era um embrião e nunca havia me manifestado sobre a mesma por aqui pra não parecer que eu tou só querendo encher a bola do meu sócio nOEsquema. Fora que trabalho se mostra com trabalho – preferi ver a fagulha ideal se concretizar do que ficar naquela torcida “vai-aê-galera” típica da nossa cultura, que transforma tudo numa torcida fake.

Fora que sempre pilhava o Bruno: “Faz algo nacional, não fica só pegando aba de banda gringa que já vem pra São Paulo”. E ele: “Eu sei, eu sei, só tamos começando” antes de passar alguns minutos todo o dia explicando o que estava aprendendo ao ter que lidar com shows. Nunca falei isso pra ele, mas com certeza o Bruno e o resto dos Queremos tão pegando um curso de produção de eventos intensivaço – e na unha.

Até que, em outubro do ano passado, ele começou algo que não tinha nada a ver com bandas estrangeiras tocando no Circo Voador: criou uma página no Facebook pra conseguir reunir gente disposta a assistir o Jorge Ben tocando seu melhor disco, o Tábua de Esmeraldas, ao vivo. Pedi pra ele contar a história toda:

“Tábua de Esmeralda é o meu disco favorito, de todos os tempos. Como sempre quis muito ouvi-lo ao vivo, no violão, instrumento que Jorge redefiniu, fiz a página no Facebook pra juntar gente e ver se chegava num volume relevante. O Felipe deu a
ideia de convidar artistas pra dar depoimentos, o que acabou dando uma função pra página – e atraiu os olhares. Por uma impossibilidade física, mesmo o Pelé estando vivo, nunca seria possível vê-lo jogar, pela idade.

No caso do Jorge tocando violão, o tempo não é uma questão. Se ele quiser, é só ele tocar. A carreira dele andou, Jorge decidiu explorar (e subverter) a guitarra e, talvez, voltar ao violão
possa parecer um retrocesso. Entendo isso. Mas, se fosse pra tocar apenas uma vez, seria um presente para duas ou três gerações de fãs que não tiveram a chance de vê-lo tocar violão.

A ideia da “campanha” não é pressionar o Jorge a fazer nada que não queira, apenas sinalizar que o disco é uma influência muito grande até hoje e seria um prazer muito grande poder ouvi-lo ao vivo como foi gravado. Se ele quiser fazer, sensacional! Se não quiser, fica a homenagem. O que nã dava era pra nao deixar uma ideia dessas passar depois de tudo que temos conseguido realizar com o Queremos”

E entre os nomes que já deram o ar de sua graça a campanha estão o Lucas:

A Nina:

O BNegão:

A Pitty:

O Curuma:

O Emicida:

E mais gente da Nação Zumbi, dos Móveis Coloniais de Acaju, do Do Amor, do Mombojó, entre outros grandes nomes da atual música brasileira.

Mas o negócio começou a deixar de ser uma vontade pra relar na superfície no meio de janeiro, quando ninguém menos que o próprio homem retuitou:

E depois, de novo:

Mas onde seria esse show? Em quantas cidades? Sei que a idéia de ter um show exclusivo é tentadora, mas se o conceito por trás da campanha é satisfazer a gana de diferentes gerações mais novas, Jorge Ben tem uma turnê que passa pelas (dez? Doze?) principais cidades do Brasil, com mais de uma data por cidade, shows lotados, facinho. Nem conversei com o Bruno sobre isso, porque eu sei como o bicho é pilhado e já ia ficar pirando sozinho. Deixa, Bruno, tou só pensando alto.

O link da página do Facebook é esse: curte lá, se você curte a idéia.

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