O primeiro ano 10
“Sinto no ar… Coisas boas… Que estão pra chegar!”
2010 foi um ano intenso, em todos os sentidos. Felizmente, só o lado bom dessa intensidade toda me pegou de jeito – e por isso só posso terminar estes 12 meses agradecendo as companhias sensacionais que facilitaram a confluência de bons fluidos pro meu lado, gente que já está comigo há algum tempo, mas cujos laços foram fortalecidos bastante este ano.
No trabalho foi um ano de afirmação e óleo nas engrenagens – foram feitas mudanças e melhorias aqui e ali para transformar o Link no melhor suplemento de jornal do Brasil, seja em que área for. Migramos o site para WordPress, abrimos 13 novos blogs (entre eles o de David Pogue, do New York Times), falamos sobre o novo RG digital, trolls, early-adopters, política 2.0, 4chan, crowdsourcing, legislação digital, virais, lolcats, acervo eletrônico, direitos autorais, o avanço do Facebook no mundo e no Brasil, Wikileaks – temas que poucas vezes são associado ao velho clichê de caderno de informática, abandonado há eras em prol da cultura digital.
Publicamos em 3D (e eu fui lá fazer o vídeo – em 3D – para explicar a novidade) e fizemos debates na Livraria Cultura (e eu fui lá mediar uma das mesas, sobre leitura em tempos digitais) e ainda tivemos o auxílio luxuoso de bambas como o Dahmer, a Chiquinha, o Cersibon, o Bráulio Tavares, a Juliana Cunha. Pessoalmente, quatro trunfos, conhecer os estúdios de Peter Jackson na Nova Zelândia, fazer um especial sobre Lost num caderno de cultura digital, visitar a fábrica de vinil em Belford Roxo e entrevistar Bruce Sterling – fora que ganhei uma coluna no Caderno 2 e um blog que leva meu nome. E nada disso aconteceria tão bem não fosse o fato de estar cercado diariamente por essa usina criativa que são os rapazes e moças que formam a equipe do caderno, gente que, pessoalmente, viveu uma série de altos e baixos emocionais durante o ano – só quem viveu, sabe. Não preciso citar nomes: só vocês sabem o quanto cada um de nós ajuda a equilibrar o balanço desse barco. Pode vir, 2011!
O fim de Lost também encerrou outro ciclo, que, pela inércia, virou rotina. Começou com uma desculpa para formalizar o encontro pra falar bobagem entre eu e o Ronaldo no Comentando Lost, mas os encontros semanais continuaram e deram origem ao Vintedez, programa que terminou esta semana, mas que – spoiler! – seguirá reencarnado em breve (mistéééério). Os bate-papos com Ronaldo – ou EVANGELISTA, como sutilmente mudou o nome de seu blog – sempre culminam em almoços prolongados que se estendem por horas de discussão sobre qualquer assunto. Terapeutas involuntários um do outro e debatedores de um programa de entrevista que ainda não está sendo filmado, eu e Ronaldo usamos a web 2.0 como desculpa para afinar amizade. Que deve ir pro plural, uma vez que uma das metas para 2011 é trazer mais gente para a conversa. É a tal da compreensão, Ronaldo!
Aqui no Sujo, fritei. Além de ter usado o site como muleta para as horas livres em frente ao computador, desopilando opinião e repassando informação com o fôlego do nadador que, no fundo, sou (resolução de ano novo? Nah). Mas de um tempo pra cá, o ritmo reduziu e a tendência, como você já deve ter percebido, é revirar arquivos. E também trazer mais gente: duas experiências neste ano me abriram a cabeça para a colaboração em massa. Primeiro, a coletânea OViolão, que, com o Bruno, consegui reunir parte da nata da nova música brasileira em uma compilação de MP3. Depois foi a maratona Lost, a princípio solitária nas terças-feiras do primeiro semestre, e depois coletiva, com a semana de especiais sobre a série (fuce a tag, ela é demais). Isso é só uma amostra do que deve rolar com mais freqüência no ano a seguir.
Não apenas no Sujo, mas como nOEsquema. Foi um ano em que os quatro quase não se viram, se falaram ou armaram algo maior. Todo mundo enrolado com um monte de coisas, colhendo frutos que foram plantados muitos anos antes de estarmos no Gardenal. Aliás, um breve encontro com Bruno e Arnaldo no Rio no início do segundo semestre serviu apenas para engatilhar a certeza de que, embora isolados, ainda somos OEsquema. Mini não esteve nesse encontro, que certamente há de acontecer em 2011. Que trará ainda mais novidades, behold.
E, claro, 2010 foi o ano que eu casei. Mas não vou amolar mais vocês com o meu casamento porque a esposa me chama para descer para a praia – e é só essa conjunção (esposa e praia) que importa agora.
2010 foi ótimo, o melhor ano da minha vida – e tendo eu te visto pessoalmente ou não. O mantra segue intacto: “Só melhora”. Fico offline até o meio da semana que vem, quando começo a contagem regressiva das 100 melhores músicas de 2010. Enquanto isso, fiquem bem – e juízo.
E se preparem que 2011 vai ser “o” ano! Os anos 10 só começaram – e não têm esse nome à toa!
PS – E no ano que vem comemoro direito os 15 anos do Trabalho Sujo, que rolaram no fim de novembro e eu deixei passar quietinho…
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