Garotas Suecas, 20 anos: “Não há nada mais bonito do que ser independente”

“Não há nada mais bonito do que ser independente” – citando (e tocando) Sérgio Sampaio os Garotas Suecas começaram a gravação de seu disco ao vivo nesta quinta-feira, quando passaram mais de vinte músicas em pouco mais de uma hora e meia no palco personalizado do Porta Maldita, que recebe o quarteto em duas datas para a gravação do disco que comemora duas décadas de atividade, sempre no meio independente. Visitando canções de diferentes álbuns, com direito a um punhado de versões de músicas alheias que fizeram neste mesmo período, além da já citada “Sinceramente”, que abriu a noite. É muito bom ver o entrosamento da banda, cujos músicos só se olham para confirmar sua dinâmica instrumental, azeitadíssima para essa apresentação. Falando pouco com o público, deixaram a música falar por si e tal entrosamento logo conquistou todos os presentes, com canções que bebem tanto da história da MPB como de joias da soul music, clássicos da história do rock e pérolas do rock brasileiro. E além de faixas de seus quatro álbuns, eles ainda passearam pelo Ronnie Von psicodélico (“Sílvia 20 Horas Domingo”), pela Gal tropicalista (“Vou Recomeçar”), pelo rock de garagem (com “I Can Only Give You Everything” do Them e a versão brasileira para “Psychotic Reaction” dos Count Five, que virou “Caminho de Dor”), pelo soul de Luiz Melodia (“Pra Aquietar”), de Tim Maia (“Não Vou Ficar”) e de Aretha Franklin (“Respect”). Mas essas versões eram mais uma zona de conforto para a banda relaxar e entregar tudo em suas músicas autorais, passando por músicas dos primeiros anos (como “Eu”, “Não Se Perca Por Aí”, “Banho de Bucha”, “Codinome Dinamite”), outras de seu ótimo Feras Bucólicas (como minhas favoritas “New Country”, “Bucolismo” e “Pode Acontecer”), de sua fase de transição (“Objeto Opaco”, “Me Erra” e “Ananás”) e do disco pós-pandemia (“Gentrificação” e “Não Tá Tudo Bem”). Mas o melhor era ver como o grupo se divertia enquanto voltava na própria história. Showzaço que deve se tornar um discaço – e sexta-feira tem mais, pra quem perdeu.
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