BaianaSystem gigantesco

, por Alexandre Matias

A noite era do Planet Hemp, mas o BaianaSystem apavorou na abertura do show A Última Ponta, em que os veteranos rappers do Rio de Janeiro despediram-se dos palcos no sábado passado. Recém-chegado dos Estados Unidos com um Grammy Latino no bolso, o grupo baiano pisou no palco do estádio do Palmeiras como se fosse a atração principal. Num show multimídia com direito a banda completa – incluindo sopros -, o grupo não se intimidou com as dimensões gigantescas da noite e fez um show à altura, casando sua usina de som com imagens e palavras de ordem no telão da noite. E mais impressionante do que a química entre os músicos, sua intimidade com as multidões e o dínamo humano chamado Russo Passapusso (de onde esse cara consegue tirar tanta energia e carisma ao mesmo tempo?) foi a forma como casou imagens com músicas sem precisar enfileirar inúmeros dados ou informações verborrágicas sem deixar o público esquecer que está num show (viu Massive Attack?). Com participações especiais de ouro (BNegão, velho companheiro da banda desde os primórdios, esteve no início do show, que ainda contou com a presença fulminante do sagaz Vandall em “Ballah de Fogoh”), o grupo não teve dificuldades em domInar a plateia fazendo todo mundo chacoalhar sem parar alem de, o tempo todo, saudar a importância do Planet Hemp em sua história, usando o grupo como deixa pra um dos momentos mais bonitos e intensos da noite, quando, no meio de “Lucro (Descomprimido)”, Russo invocou a imortal “Cadê o Isqueiro?” de Mr. Catra convocando todos a erguerem suas tochas – mas não os celulares e sim os isqueiros – fazendo milhares de chamas amarelas surgirem no meio do público em vez das luzes brancas das telas de celular, tão comuns nos shows atualmente – e com elas a névoa branca. Foi o maior e mais intenso show do BaianaSystem que vi – e mostram que eles já estão prontos para uma nova fase. E não tocaram “Playsom”! Só vem!

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