Anouk Aimée (1932-2024)

, por Alexandre Matias

Uma das grandes musas do cinema moderno, Anouk Aimée nos deixou nesta terça-feira, anunciou a própria filha da atriz, Manuela Papatakis, em um post no Instagram: “Com minha filha Galaad e minha neta Mila, temos a enorme tristeza de anunciar a partida de minha mãe Anouk Aimée. Estava ao lado dela quando ela faleceu esta manhã em sua casa, em Paris.” Nascida Francoise Dreyfus e filha de atores, ela troucou seu nome artístico em referência à primeira personagem de sucesso que interpretou (aos 14 anos, no filme La Maison sous la Mer, de Henri Calef) e depois trocou o sobrenome por “Aimée” (“amada”, em francês) após o poeta e roteirista Jacques Prévert sugerir a mudança, quando escreveu o papel da protagonista do filme Les Amants de Vérone especialmente para ela. Foi musa de alguns dos principais diretores dos anos 60 e sua presença em filmes como Le Rideau Cramoisi (de Alexandre Astruc), La Dolce Vita e 8½ (de Fellini), Lola (de Jacques Demy) e, obviamente, Un Homme et une Femme (de Claude Lelouch) determina o rumo destas obras. Com Lelouch visitou a personagem que lhe consagrou, Anne Gauthier, outras duas vezes, em Un homme et une Femme: Vingt ans Déjà (1986) e Les Plus Belles Années d’une Vie (2019). Trabalhou ainda com Bernardo Bertolucci (La Tragedia di un uomo Ridicolo, 1981) e Robert Altman (Prêt à Porter, 1994) e foi definida por Fellini como “o tipo de mulher que faz você morrer de preocupação”, após comparar sua beleza com a de Greta Garbo, Marlene Dietrich or Cindy Crawford: “estas grandes rainhas misterioras, sacerdotisas da feminilidade”. Au revoir, chérie!

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