Bárbara Eugenia mostra Djane Fonda

, por Alexandre Matias

Foto: Ariana Lima

“A pista. É pista sempre”, responde, sem piscar, Bárbara Eugenia quando peço para que ela defina a personalidade que finalmente consagra em 2021. Djane Fonda é o pseudônimo que criou para usar em suas discotecagens e que agora transforma-se em uma persona que ela apresenta em primeira mão no Trabalho Sujo, quando mostra seu single de estreia, “Hold Me Now”, que pode ser ouvido abaixo, com toda a glória de sintetizadores marcando linhas de baixo, beats e oscilações artificiais que contrastam com o vocal sussurrado da cantora carioca. “Djane Fonda é uma parte de mim que aparece de vez em quando há anos. Ela aparece quando vou discotecar, aparece quando canto no carnaval, quando crio sons mais experimentais. Animada, curiosa, nostálgica, sem medo de ser feliz. Bem ela.”

É também a primeira produção musical que ela assina sozinha, depois de ter dividido esta função com seus compadres em discos anteriores. “Acho importante ser reconhecida como produtora, que sou desde o Aurora, de 2014. Mas realmente, de fato, produzir a faixa sozinha, os beats, criar o processo todo do início ao fim, Djane Fonda que tá me trazendo isso. Tô entendendo cada vez mais a produção digital. É uma viagem!”

Pedi para que ela falasse do groove sintético irresistível da nova faixa. “Essa melodia me veio como algo mais lento, talvez cordas, talvez metais…Mas um dia acordei com ‘Instant Crush’ do Daft Punk na cabeça e fiz a base. Base pronta, a letra me veio muito rápido. Falo da saudade, sentimento que mais tá batendo nesses tempos difíceis. Daí logo chamei o Arthur Kunz pra colaborar, e ele arrasou loucamente com novos elementos pro beat, novos synths. Daí foi chamar o Zé Pi pra gravar as guitarras. Por fim, achei que ainda faltava algo e chamei o Jojô Lonestar que simplesmente botou o que faltava pra ela ficar perfeita – e pra mim, ela tá”, diverte-se.

E é só o começo desta nova jornada, mês que vem tem mais um novo single – uma versão inacreditável para um clássico dos anos – e outros devem vir. Mas ela também promete outro disco ainda, que ela já tinha falado quando conversei com ela no meu canal no YouTube. “Talvez no segundo semestre. Uma outra Bárbara Eugênia. Porém eu mesma”, faz mistério.

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