Tulipa Ruiz em cartaz

, por Alexandre Matias
Foto: Erika Garrido

Foto: Erika Garrida

“É uma aglutinação de linguagens, o que sempre resulta em novidade, não é? A situação não permite previsões, tédio e invenção andam de mãos dadas e nos puxam”, me explica por email Tulipa Ruiz quando lhe pergunto se Tulipa Noire, que ela apresenta neste sábado às 21h (mais informações aqui), é uma evolução do conceito de shows transmitidos pela internet. O concerto acontece na Casa de Francisca e é o primeiro show dirigido pela cineasta Laís Bodanzky, diretora do filme Bicho de Sete Cabeças, que foi convidada pelo capo da mágica casa, Rubens Amatto, para assumir a curadoria de cinema do local em tempos de pandemia, elevando as lives a outro patamar.

A cantora conta que estava esperando o momento certo para trabalhar neste formato. “Nossa proximidade com o Rubão e a Casa de Francisca é antiga e sabíamos que a qualquer momento ia acontecer alguma coisa entre a gente nesse momento live. Quando o nome da Laís entrou na jogada, tudo ficou mais saboroso. Vivo com a Tulipa Noire, o filme do Delon, marcado na alma. A associação era inevitável, noir-noire-cinema-Laís. Mesmo assim uma associação solar – o filme original era colorido!”, conta, fazendo referência ao filme que inspirou seu pai, o mestre guitarrista Luiz Chagas, a batizá-la com este nome.

Pouquíssimas pessoas estarão presentes no evento, apenas a cantora, seu irmão Gustavo Ruiz no violão, a diretora Laís e a fotógrafa Thaís Taverna. A única certeza é que será em preto e branco. Tulipa nem sabe o que fará com o show depois de ele ter acontecido. “É algo a ser pensar. Será meu primeiro registro cinematográfico. Vou decupar essa ideia”, conta.

Pergunto como ela está atravessando a quarentena e ela tasca que “como a maioria das pessoas que tem a oportunidade de ficar em suas casas, esse negócio de ‘tempo livre’ é bobagem. Nunca estive tão ocupada em minha vida, nem que seja para não fazer nada ou dormir. Isso te ocupa muito”. Ela também menciona lives que a emocionaram: “Várias, a começar pelo João Donato que introduziu muita vida na dele; Teresa Cristina, maravilhosa; o Gil, divino; o Curumim e a Anelis fazem umas aqui na esquina de casa, mas que parecem vindas da Lua. “

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