O laboratório de Kubrick

A ilustração do post anterior e estas acima são do ilustrador californiano Carlos Ramos, que trabalhou no Laboratório de Dexter e My Life as a Teenage Robot, e fez uma exposição dedicada ao Kubrick no meio do ano passado. Vi lá na Janara.

Schrödinger Produções

Filmes de um universo paralelo

Matrix dirigido por John Boorman (com Bruce Lee como Neo), Tron feito por Cronenberg, Inception de Samuel Fuller (com trilha de Sun Ra!), Tobe Hopper e John Carpenter juntos, 2011 de Kurosawa, Guerra nas Estrelas de Jodorowski, 1984 de Paul Verhoeven e Kill Bill com Marilyn Monroe e Russ Meyer. Esses são só algumas das pérolas (há dúzias) de filmes imaginários criados pelo site Hartter. Lá tem mais.

Cubo Kubrick

Do Quartetofour.

Psicodelia interestelar

Syd Barrett com Stanley Kubrick antes de dormir.

Mais cinema minimal

O designer Brandon Schaefer segue uma linha parecida com a do minimalista espanhol Hexagonall – e ambos pertencem a uma cena global de remixadores visuais do inconsciente coletivo que, através do design, relêem o século 20 e o começo deste 21 com perspectivas bem além dos clichês que os cercam. Nessa mesma linha, vale conferir o Supertrunfo de fontes do Face 37, os livros-game de Olly Moss, os filmes de papel do Spacesick, os pôsteres do polonês Grzegorz Domaradzkis, o Tarantino do canadense Ibraheem Youssef, a filosofia pop do Mico Toledo e os super-heróis pulp de Steve Finch. E estes são apenas alguns dos que republiquei por aqui. Há muito mais.

Brainstorm sobre o fim de Lost: Pink Floyd com 2001

O velho mashup de “Echoes” com Kubrick também ajuda a pensar no fim da série. Afinal, olhem a letra do Floyd enquanto vejam o final de 2001.

Overhead the albatross hangs motionless upon the air
And deep beneath the rolling waves
In labyrinths of coral caves
The echo of a distant tide
Comes willowing across the sand
And everything is green and submarine.

And no-one called us to the land
And no-one knows the wheres or whys
But something stirs and something tries
And starts to climb towards the light

Strangers passing in the street
By chance two separate glances meet
And I am you and what I see is me
And do I take you by the hand
And lead you through the land
And help me understand the best I can

And no-one calls us to move on
And no-one forces down our eyes
And no-one speaks and no-one tries
And no-one flies around the sun

Cloudless everyday you fall upon my waking eyes
inviting and inciting me to rise
And through the window in the wall
Come streaming in on sunlight wings
A million bright ambassadors of morning

And no-one sings me lullabies
And no-one makes me close my eyes
And so I throw the windows wide
And call to you across the sky

Cinema minimal

Curtiu o trabalho do cara com os pôsteres do Tim Burton? O espanhol Hexagonall também fez umas versões minimalistas para clássicos – velhos e novos – do cinema. Separei uns aqui:

Curtiu? Tem (muito) mais aqui e aqui.

Impressão digital #0004: Eis o iPad

Minha coluna no Caderno 2 de domingo foi sobre o iPad.

Um player de notícias?
O que a Apple quer com o iPad

Começou. Mais uma vez a Apple se dispõe a reinventar um nicho do mercado digital a partir do lançamento de um aparelho. A empresa já fez isso com o MP3 player e com o telefone celular, ao apresentar os aparelhos ao mercado sob os nomes mágicos de iPod e iPhone.

O primeiro tornava fácil e prática a utilização de um tocador de MP3 portátil graças à interface sofisticada característica dos produtos da empresa. Mas a arma secreta do aparelho era uma loja virtual em que era possível comprar música digital às pencas – ou melhor, às faixas. A iTunes surgiu logo depois que a indústria do disco optou por lutar contra a internet em vez de abraçá-la, no início do século, quando processou seus clientes que baixavam discos de graça graças ao software Napster.

E ensinou ao mercado norte-americano – e, posteriormente, ao mundo – que música online não era sinônimo de pirataria. O que, logicamente, fez com se vendesse cada vez mais iPods.

O mesmo aconteceu com o iPhone, quando a Apple transformou o acesso à internet em um recurso básico para a telefonia móvel. E o iPhone não era apenas um BlackBerry para não-executivos – o aparelho também levava para as massas o conceito de aplicativos, pequenos softwares que fazem operações específicas usando a internet.

E assim o telefone virava um dispositivo que pode encontrar seu carro no estacionamento de um shopping, descobrir que música está tocando na estação do metrô ou quais restaurantes ficam mais próximos do hotel em que você está. Como com o iPod, a Apple também lançou um ambiente virtual para reunir estes aplicativos – a App Store.

E agora, com o iPad, lançado ontem nos Estados Unidos, espera-se que o mesmo aconteça com outros tipos de conteúdo, principalmente editorial. Mas não é uma briga com o Kindle, que segue exemplar para a leitura de livros monocromáticos. O novo aparelho da Apple quebra as barreiras entre livro, site, blog, revista, jornal, rádio e TV e propõe à geração produtora de conteúdo editorial – profissional e amadora – a repensar o ambiente em que nos informamos e nos entretemos. Se irão conseguir é outra história.

Alguém quer brincar de 2001?

O Google é conhecido por suas piadas de 1º de abril, mas elas são amadoras se comparadas às da loja online ThinkGeek.com, que todo ano lança produtos falsos para brincar com seus compradores. Este ano, além de um despertador inspirado na série Lost e de um porta iPad que lembra um fliperama, a loja anunciou este “bonequinho” ao lado – o monólito do filme 2001, de Stanley Kubrick, para colecionadores. Genial.

O significado do monolito de 2001

E falando no Kubrick, a Izadora passou a dica dessa ótima resenha sobre 2001, feita pelo professor de filosofia Pedro Blas Gonzalez. O texto, em inglês, é meio cabeçudo, principalmente na introdução, mas depois engrena bem. O trecho que cito, no entanto, é justamente da introdução academicista:

Cinema is a fine example of a field that from its earliest and rudimentary beginning has evolved beyond the wildest expectations of its originators. Even an informal survey of the thousands of films that have been made makes one privy to the qualitative complexities that all creative enterprise encounters.

When there was very little to rely on by way of technology, directors mostly embraced imagination and the inherent value of storytelling. But with the advent and frantic pace of technological development, more directors have come to rely less on storytelling and more on technology itself. It is fair to say that today a great number of films are nothing more than a sophomoric dare to prove that special effects alone can create cinema.

Dica da Izadora.

4:20